Naturalidade: João Pessoa-PB
Nascimento: 1934 / Falecimento: 2003
Atividade artístico-cultural: Cineasta.
João Ramiro Mello foi um dos mais importantes nomes do Cinema Paraibano. O artista que morreu em 2003 em decorrência de uma cirrose, foi montador e diretor de curtas e longas-metragens. João Ramiro trabalhou com alguns dos mais célebres produtores do cinema nacional, como Glauber Rocha e Nélson Pereira dos Santos.
O cineasta fez parte de um grupo de jovens paraibanos que participou ativamente da febre dos cineclubes em João Pessoa, nas décadas de 1950 e 1960, e chegou a escrever críticas nos jornais locais. Ele começou no cinema como assistente de direção do curta-metragem “Aruanda” (1960), dirigido por Linduarte Noronha. O documentário é considerado a gênese do Cinema Novo, de acordo com Glauber Rocha, principal diretor do movimento que produzia filmes voltados a discutir a realidade social brasileira.
João Ramiro tem uma longa e prolífica produção ao lado de Vladimir Carvalho, tendo co-dirigido o filme “Romeiros da guia” (1962) e montado vários dos filmes do cineasta, como A pedra da riqueza, As doceiras e O evangelho segundo Teotônio.
Ainda na década de 1960, se mudou para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar como montador em filmes relevantes como “Menino de engenho” (1965), de Walter Lima Jr., “Opinião pública” (1967), de Arnaldo Jabor, e a comédia romântica “Todas as mulheres do mundo” (1966), dirigido por Domingos de Oliveira e estrelado por Leila Diniz, pelo qual levou o prêmio Coruja de Ouro, do Instituto Nacional de Cinema.
Voltou para a Paraíba para montar o longa “O salário da morte” (1970), de Linduarte Noronha, que não economizou elogios para falar do velho companheiro: “João Ramiro foi um montador de absoluta categoria. Excepcional. Talvez seja o melhor montador de cinema do Brasil”.
Dirigiu o longa metragem “O sósia da morte” (1976) em parceria com Luiz Miranda Corrêa, a produção foi retida pela Embrafilme, mas nunca foi exibida. O filme conta a história de Narciso, professor universitário, que leva uma vida normal junto à família e mantém um relacionamento superficial com sua aluna Cláudia, até o aparecimento de um sósia, que o persegue e desconta cheques em seu nome. Ele contrata um detetive para descobrir quem é tal indivíduo e o que ele deseja.
Fontes:
http://www.historiadocinemabrasileiro.com.br/o-sosia-da-morte/
http://www.portalbrasileirodecinema.com.br/montagem/montadores/03_29.php