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Data de publicação do verbete: 08/10/2024

Jorja

DJ, produtora e jornalista cultural.
Data de publicação: outubro 8, 2024

Entrevista e texto: Analu Vieira

Naturalidade: João Pessoa – PB

Nascimento: 19 de outubro

Atividade artístico-cultural: DJ, produtora e jornalista cultural

Instagram: https://www.instagram.com/jorjamoura/

SoundCloud: https://soundcloud.com/jorja-moura

Jorja é uma DJ, produtora e jornalista cultural natural de João Pessoa, Paraíba. Comunicóloga por formação, ela também é reconhecida como uma importante agitadora cultural da cidade, atuando no cenário local e regional. Apesar de ter passado cinco anos morando em Recife, Jorja voltou à sua cidade natal, onde segue influenciando a cena musical e promovendo eventos culturais. Ao longo de sua carreira de sete anos como DJ, Jorja esteve envolvida em diversas produções, como as festas “Vida de Clubber” e “Maracadonna”, esta última em parceria com Parajeau e Claudinha Summer.

Desde a infância, Jorja teve uma conexão profunda com a música. Inspirada pelos encontros familiares onde a música sempre desempenhou um papel central, ela percebeu cedo o poder da música em criar momentos coletivos e transformadores. Sua paixão pelo universo musical fez dela uma “nerd da música”, passando horas pesquisando sobre discos e artistas, muitas vezes descobrindo sons inusitados, como uma cantora japonesa dos anos 70 que mesclava jazz, bossa nova e rock psicodélico. Essa curiosidade a levou a desenvolver um estilo único, misturando influências inusitadas e criando sets que vão de house leve a batidas eletrônicas mais pesadas.

Jorja descreve seu processo criativo como espontâneo e inspirado por músicas encontradas na internet ou ouvidas no cotidiano. Embora planeje seus sets com base no briefing do evento, ela destaca a importância de sentir a energia da pista e estar aberta ao improviso, adaptando-se ao público em tempo real. A artista considera Madonna sua maior inspiração musical, tanto pela sua versatilidade quanto pela capacidade de criar atmosferas distintas em cada álbum. Além disso, Jorja tem se aprofundado na história de artistas trans e queer na música eletrônica, descobrindo ícones como Donna Giles e explorando a sonoridade de artistas contemporâneas como Linn Da Quebrada, Ventura Profana e Paulete Lindacelva.

Em termos de equipamento, Jorja geralmente utiliza a CDJ oferecida pelo evento, mas, quando necessário, leva sua própria controladora Pioneer DDJ REV 1, junto com um notebook. Ela ressalta o impacto da tecnologia no acesso à música, relembrando os tempos em que baixava músicas no 4Shared e comunidades do Orkut, contrastando com a facilidade proporcionada pelos streamings atuais.

Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi sua apresentação no Festival Alumiô, um evento de rua com cinco palcos simultâneos no Centro Histórico de João Pessoa. Jorja relembra com carinho a energia do público, que se conectou com a música eletrônica de maneira espontânea e entusiasmada, reafirmando o poder transformador da música. Ela também destaca o potencial da cidade para eventos culturais de grande porte.

No entanto, a trajetória de Jorja não foi isenta de desafios. Como mulher trans, ela enfrenta barreiras de reconhecimento e legitimidade no meio artístico, onde muitas oportunidades são negadas devido à sua identidade de gênero. Além disso, a falta de apoio institucional e patrocínios é uma dificuldade recorrente para artistas queer. Apesar disso, Jorja mantém o sonho de alcançar palcos como o Rock in Rio e Boiler Room, além de produzir suas próprias músicas e criar experiências inovadoras para seu público.

Determinada a crescer e conquistar mais espaço, Jorja espera que seu trabalho não só contribua para a cultura musical, mas também traga o reconhecimento financeiro e artístico que ela tanto almeja.

Fonte:

Entrevista com Jorja cedida a Ana Luiza Vieira em Outubro de 2024.

 

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