Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos
Naturalidade: Patos-PB
Nascimento: 17 de julho de 1922 // Falecimento: 24 de Novembro de 1980
Atividade artístico-cultural: escritor e cineasta
Atividade Profissional: advogado, jornalista e professor universitário
Formação Acadêmica: Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Recife (1948)
Publicações: Rastro de Andarilho (1966); O Saco (1972); A p. vida (1973); O Papo da Coruja (1974); Paraíba, as horas em pontos (1977)
Produções Audiovisuais: São Bento e a Comunidade Perfeita; O Mito do Juazeiro; Verde que te quero verde; Açudagem do Nordeste; O Solitário de Tambaú
Nascido na fazenda Santa Gertrudes, no município de Patos, no Sertão da Paraíba, José Antônio Urquiza, foi um escritor, jornalista, advogado, cineasta e professor universitário paraibano. Era filho do casal Antônio Urquiza Machado e Custódia Carneiro Urquiza e viveu sua infância, solidificando sua personalidade, espelhado nos bons exemplos recebidos de seus pais. Em Patos, cursou o primário, tendo frequentado a escola pública regida pelo talentoso professor e homem de letras Alfredo Lustosa Cabral. Após perfazer o curso ginasial em Campina Grande, José Urquiza transferiu-se para o Recife e no tradicional ‘Colégio Nóbrega’, cursou o secundário. E, após aprovação no exame vestibular, ingressou na Faculdade de Direito daquela capital, diplomado em Ciências Jurídicas e Sociais, na turma de 1948. Advogado talentoso, nomeado procurador do extinto IAPC, transferiu-se para Maceió, onde, por algum tempo, exerceu as referidas funções. Posteriormente, com a junção dos antigos institutos de previdência social e a consequente criação do INPS, foi removido, a pedido, para João Pessoa.
Em sua vida, por merecimento, José Urquiza ocupou relevantes cargos na administração pública federal. Designado Superintendente Regional do INPS na Paraíba, como professor de Direito Penal e Agrário da Faculdade de Direito da UFPB, integrou também o antigo Instituto Central de Letras, onde dividia a disciplina Teoria da Literatura, com o Menestrel Virginius da Gama e Mello. Também atuando como Assessor de Gabinete durante a administração do reitor Humberto Nóbrega da UFPB na época, sendo professor de Direito Penal, aplicava em sala de aula os conhecimentos adquiridos nas comarcas do interior, que o tornaram um protagonista da paz social e um escritor talentoso. Embora tenha com êxito assumido relevantes cargos públicos, sua atividade mais marcante, no entanto, era o exercício literário, com o qual produziu romances e novelas. Considerado um dos mais conceituados autores paraibanos, apesar dos vaivéns de sua vida profissional, nunca se afastou da literatura.
Jornalista da melhor escola, escrevia com frequência para as páginas do jornal ‘O Norte’, onde por muito tempo, manteve uma coluna, sob o título geral de ‘Perfis’. Literato de reconhecido valor, publicou os seguintes livros: ‘Rastro de Andarilho’ (1966), ‘O Saco’ (1972), ‘A p. vida’ (1973) e ‘O Papo da Coruja’(1974), ficaram inacabados dois romances e um livro de poemas, projeto antigo que acabou não realizando concretamente. No entanto, foi com o livro-denúncia ‘Paraíba: as Horas em Pontos’ publicado em 1977, que José Urquiza notabilizou-se como escritor. Nele, o autor dirige sérias críticas ao Governador lvan Bichara Sobreira – a quem atribuiu a sua exoneração do cargo de superintendente do INPS-PB – denunciando a inércia e o nepotismo existentes no Palácio da Redenção, resultando no fim de uma amizade de mais de 30 anos, que havia entre ambos. Às vésperas do lançamento na capital, a referida obra foi apreendida pela Polícia Federal e liberada sem cortes, após a constatação de que já se encontrava sendo vendida clandestinamente por amigos do escritor.
Figura de reconhecido talento, José Urquiza teve uma participação significativa no nascimento e na consolidação do cinema paraibano, em parceria com diretor João Córdula, produziu os seguintes documentários: ‘São Bento e a Comunidade Perfeita’, ‘O Mito do Juazeiro’, ‘Verde que te quero verde’, ‘Açudagem do Nordeste’e ‘O Solitário de Tambaú’, produções que na atualidade são raríssimas. Destes, os dois últimos, receberam grandes elogios da crítica da época. Acometido por uma trombose, que causou paralisia em todo o seu lado direito, José Urquiza faleceu no dia 24 de Novembro de 1980, aos 58 anos de idade, no Hospital São Vicente de Paulo, em João Pessoa. Por sua expressiva produção artística, foi eleito para a Academia Paraibana de Letras, no entanto, não tomou posse devido à sua morte prematura, que também o impediu de receber o honroso título de ‘Cidadão Pessoense’, outorgado pela Câmara Municipal de João Pessoa, em reconhecimento aos seus inúmeros serviços prestados à capital paraibana. Autor de inúmeras crônicas, José Urquiza deixou esparsa valiosa produção literária.
Fontes:
https://construindoahistoriahoje.blogspot.com/search/?q=escritor+paraibano&x=0&y=0
https://espacounicocriativo.blogspot.com/2010/08/jose-antonio-urquiza.html
https://revistadasemana.com/2021/04/18/patos-uma-retrospectiva-historica/