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Data de publicação do verbete: 09/12/2024

Júnior Capacete

Ex-futebolista, ex-treinador, comentarista e músico.
Data de publicação: dezembro 9, 2024

Pesquisa e texto: Maria Clara Marques

Naturalidade: João Pessoa-PB

Nascimento: 29 de Junho de 1954

Atividade artístico-cultural: Músico

Atividade Profissional: Ex-futebolista, ex-treinador e comentarista

Instagram: @junior_maestro_5

Leovegildo Lins Gama Júnior, também conhecido como Júnior, Maestro Júnior ou Júnior Capacete, nasceu na capital paraibana em 29 de Junho de 1954. É um ex-futebolista e ex-treinador brasileiro que atuava como lateral-esquerdo. Atualmente, é comentarista esportivo na Rede Globo.

Júnior era ambidestro e polivalente, destacando-se pela habilidade de atuar em diversas posições no campo, como lateral-esquerdo, lateral-direito, volante e meio-campista. Era um excelente marcador, distribuidor de jogadas e um grande cobrador de faltas e escanteios, tendo feito até gols olímpicos. Sua visão de jogo e precisão nos passes fizeram dele um dos jogadores mais técnicos de sua geração. Segundo o próprio, seu nome é uma referência ao rei visigodo Leovigildo.

Júnior fez fama atuando pelo Flamengo, onde se tornou o jogador que mais vezes vestiu a camisa rubro-negra, com 865 partidas, segundo o site Fla-Estatística. Durante sua trajetória no clube (1974-1993), Júnior conquistou diversos títulos, incluindo quatro campeonatos brasileiros, uma Copa do Mundo de Clubes e a Copa Libertadores de 1981. Em 2020, foi considerado o segundo maior ídolo da história do Flamengo, atrás apenas de Zico.

Em 1981, após se destacar no Flamengo, Júnior foi eleito o 3º Melhor Jogador da América do Sul e recebeu o título de 7º Melhor Jogador do Mundo pela revista italiana Guerin Sportivo. Naquele ano, chegou a receber uma proposta do Real Madrid, mas optou por permanecer no Flamengo, onde vivia uma fase vitoriosa e confortável. “Eu jogava num clube que ganhava sempre, tinha um ótimo salário, tinha a minha família, então, não tinha a necessidade de ir para fora”, explicou ele sobre sua decisão de não migrar para a Europa.

Em 1984, após 10 anos e 44 gols marcados pelo Flamengo, Júnior foi vendido para o Torino da Itália por cerca de 2 milhões de dólares. Já com 30 anos, ele teve uma mudança de posicionamento em campo, pedindo para atuar como meio-campista, o que lhe permitiu preservar sua condição física e continuar brilhando em sua carreira. No seu primeiro ano no Torino, Júnior foi fundamental para a conquista do vice-campeonato italiano e foi eleito o melhor jogador do campeonato.

Apesar de seu sucesso, ele enfrentou dificuldades com o racismo na Itália. Em um jogo contra o Milan, foi insultado durante toda a partida e, ao sair do estádio, foi alvo de mais xingamentos e cusparadas. Além disso, torcedores da Juventus levaram faixas ofensivas a um dérbi, mencionando a cor de sua pele. Em resposta, a torcida do Torino fez uma demonstração de apoio, com cartazes que diziam: “Melhor negro do que juventino”.

No ano seguinte, Júnior se transferiu para o Pescara, onde se tornou o primeiro estrangeiro a vestir a camisa do clube e foi capitão da equipe. Embora o time não tenha permanecido na Série A, Júnior se destacou e foi eleito o segundo melhor estrangeiro da competição, perdendo apenas para Lothar Matthäus.

Em 1989, Júnior voltou ao Flamengo, após um pedido de seu filho, que nunca o havia visto jogar pelo clube. Aos 35 anos, ele foi crucial na conquista da Copa do Brasil de 1990, do Campeonato Carioca de 1991 e, em 1992, ajudou o Flamengo a conquistar o Campeonato Brasileiro, marcando gols decisivos, inclusive contra o Botafogo nas finais. Considerado um “vovô-garoto”, Júnior se destacou como líder técnico, mesmo já em idade avançada, e encerrou sua carreira como jogador em 1993.

Júnior começou a brilhar na Seleção Brasileira ainda em 1976, ao disputar as Olimpíadas de Montreal. Porém, foi somente a partir de 1979 que ele se firmou como nome certo nas convocações da seleção principal. Participou de três Copas do Mundo (1982, 1986 e 1990) e é lembrado por sua atuação na Copa de 1982, onde fez um gol memorável contra a Argentina. Em 1983, foi vice-campeão da Copa América e, em 1986, esteve presente na Seleção que disputou o torneio no México. Ao longo de sua carreira internacional, Júnior fez 88 partidas e marcou 8 gols pela Seleção.

Após se aposentar do futebol profissional, Júnior se destacou no futebol de areia, sendo considerado por muitos o maior jogador da história dessa modalidade. Ele ajudou a Seleção Brasileira de Futebol de Areia a conquistar títulos importantes, tornando-se uma referência na área.

Além disso, Júnior iniciou uma nova carreira como comentarista esportivo. Foi convidado por Carlos Alberto Parreira, técnico da seleção brasileira na Copa de 1994, para ser observador da Copa e, a partir daí, descobriu seu talento para a análise de jogos. Ele começou como comentarista nos canais SporTV e Premiere (1998-2003), e desde 2005, trabalha como comentarista na Rede Globo, participando de todas as Copas do Mundo desde 1998.

Júnior também se destacou fora dos campos como cantor de samba. Desde jovem, aprendeu a tocar pandeiro com seu tio e, em 1982, gravou o sucesso “Voa, Canarinho”, que se tornou a trilha sonora da Seleção Brasileira na Copa de 1982. O compacto vendeu mais de 800 mil cópias. Além disso, ele lançou álbuns e participou de diversos projetos musicais, sendo um torcedor declarado da Estação Primeira de Mangueira e realizando o projeto “Samba dá Sopa”, onde se apresenta quinzenalmente.

Júnior ainda tem forte ligação com o Flamengo, clube do qual é torcedor desde a adolescência, quando começou a jogar futebol de salão nas categorias de base do clube. Seu coração sempre bateu forte pelo rubro-negro, e ele afirmou que, depois de começar a jogar e vestir a camisa do Flamengo, não havia mais como resistir à paixão pelo clube.

Considerado um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, Júnior não se destacou apenas pelo talento dentro de campo, mas também por sua personalidade carismática e multifacetada. Após encerrar sua carreira como jogador, ele se reinventa constantemente, seja como comentarista esportivo, seja como músico, ou ainda como ícone do futebol de areia. Júnior é, sem dúvida, uma lenda viva do esporte e um ícone cultural do Brasil.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAnior_(futebolista,_1954)

https://www.instagram.com/junior_maestro_5/

https://www.ogol.com.br/jogador/junior/27940

https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/junior-capacete-1193

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