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Data de publicação do verbete: 27/11/2023

Leonarda Merandolina B. Cavalcanti (Baronesa do Abiahy)

Baronesa do Abiahy.
Data de publicação: novembro 27, 2023

Naturalidade: Paraíba

Nascimento:  30 de novembro de 1854

Falecimento: 07 de julho de 1935

Atividade artístico-cultural: poesia e música

Uma mulher simples nos seus atos, mas com requinte nas palavras, pertencente à ilustre família Bezerra Cavalcanti, Leonarda Merandolina nasceu em 30 de novembro de 1854, na Paraíba. Descendente de nobres, seus pais foram o brigadeiro Claudino Joaquim Cavalcanti e Maria Etelvina Meira Henriques. Ela teve uma formação esmerada, o que a tornou uma mulher dedicada e com uma inclinação voltada à poesia e à música. Após o falecimento de sua irmã Adelina, ela se casou com o seu cunhado, agora marido e Barão do Abiahy, conferindo-lhe o título de Baronesa de Abiahy e mãe de Olivina Carneiro da Cunha. Ambas produziram poemas, sendo que esta última também escrevia texto em prosa. Toda produção de Leonarda Cavalcanti foi perdida, antes mesmo de sua morte. De acordo com o que já foi observado pela crítica, Leonarda foi a mais completa de todas as autoras oitocentistas paraibanas, ela tinha verdadeira veia poética, tendo infelizmente, feito desaparecer toda sua prosa e poesia, antes de seu falecimento, trabalhos literários a que se entregava nas horas vagas, geralmente à noite. Sua predileção literária era pelos livros de viagem. Sua atividade doméstica era desempenhada ao som das modinhas que gostava de cantarolar, com seus versos de seus poetas prediletos, como Castro Alves, Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela.  A rotina de Leonarda Cavalcanti era típica de mulheres de posses, que não precisavam, em momento algum, de realizar trabalhos braçais. Como integrante da nobreza da sociedade daquela época, se tornou uma intelectual, tendo como suas leituras preferidas os poetas nacionalmente reconhecidos, pertencentes à estética da poesia romântica brasileira. Ainda sobre a Baronesa do Abiahy, a pesquisadora Rosilda Cartaxo (1989) complementou: “Leonarda era inteligente, tinha verdadeira veia poética, mas, infelizmente, fez desaparecer todas as suas obras literárias, tinha um coração bondoso, não cultivava o ódio e nem mesmo para aplicá-lo aos adversários de seu esposo, pois possuía um dom de perdoar sempre, sem uma palavra de censura sequer. Nunca se queixava do rigor da sorte e submetia-se a adversidades com estoica paciência, dando, assim, um raro exemplo de caridade cristã. À sua porta não chegava um pedinte, um mendigo sem que fosse socorrido. Aos arrabaldes pobres, mandava uma filha levar remédios homeopatas e alimentos necessários aos doentes que ali viviam.”

De um modo geral, mulheres como a Baronesa do Abiahy, escreveram manifestos e, ou crônicas, atentas à busca pela igualdade de direitos das mulheres, além de produções em versos, de caráter religioso e, ou amoroso-romântico. O meio pelo qual, divulgavam seus textos era através de revistas, a exemplo da Revista Era Nova 20, Manaíra 21 e Almanaque da imprensa da página feminina, além dos jornais e, ou periódicos, dentre os quais destacamos A união e a Revista Era Nova.

Sandra da Costa Vasconcelos

Fontes:

https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/20692/1/AnaPatr%C3%ADciaFredericoSilveira_Tese.pdf

https://educacionismomebiano.blogspot.com/2010/01/de-casa-de-baronesa-sede-da-associacao.html

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