Naturalidade: João Pessoa-PB
Data de Nascimento: 11 de dezembro de 1839 // Data de falecimento.: 09 de novembro de 1889.
Ocupação: Jornalista, promotor, juiz
Formação: Direito
Luís Ferreira Maciel Pinheiro é um paraibano de nascimento, mas passou a morar no Recife no ano de 1860, onde ingressou na Faculdade de Direito. Ali, convive com Fagundes Varela, Martins Júnior, Tobias Barreto e Castro Alves, de quem vira grande amigo. Durante o curso de Direito, ele dá início à sua vida como jornalista. Neste sentido vale registrar um incidente: o jovem aspirante a bacharel em Direito – adepto de ideias liberais e republicanas, e radicalmente favorável ao abolicionismo – escreve um artigo insuflado contra o Professor Tiago de Loureiro, no dia 28 de novembro de 1864, recebendo como pena, por conta disso, três meses de prisão.
Maciel Pinheiro escreve também um artigo vibrante sobre a questão do voluntariado na guerra do Paraguai. E ele próprio se alista, como voluntário, partindo para lutar nessa guerra. Assim, Castro Alves homenageia-lhe com o poema Peregrino audaz. No entanto, Maciel contrai malária nos campos de batalha e apesar de todo o patriotismo e coragem, a sua saúde fica abalada e ele retorna a Pernambuco. Entretanto, continua participando da vida pública e política do Estado.
De volta ao Recife, finaliza o curso de Direito, casa-se com Isabel de Castro, e inicia a vida profissional, como promotor, no Rio Grande do Sul. Em decorrência da falta de adaptação às baixas temperaturas do Sul, Maciel Pinheiro volta para o Nordeste. No que diz respeito à sua trajetória profissional pode-se dizer que ele exerceu os seguintes cargos: juiz substituto, no Recife; juiz de Direito em Taquaritinga e Timbaúba (Pernambuco), juiz de Direito no Ceará e no Pará.
Em 1880, morre a sua esposa, deixando-lhe os três filhos pequenos: Tomaz, João e Luís. Sua maior válvula de escape, então, se dá através do jornalismo. Só a partir de 1884, contudo, Maciel decide se dedicar, de corpo e alma, à redação de artigos para o Jornal do Recife e A Tribuna, através dos quais defende os ideais abolicionistas de liberdade e igualdade. Nesse segundo jornal, inclusive, no dia 13 de maio de 1888, é possível apreciar matérias valiosas assinadas por Maciel Pinheiro, Joaquim Nabuco e José Mariano.
Sendo assim, Maciel Pinheiro é eleito para ocupar a cadeira número 22 da Academia Pernambucana de Letras. Participa da direção do jornal A Província e, com José Mariano, cria o jornal O Norte, dando continuidade à luta em prol do abolicionismo e dos direitos humanos. No prefácio de seu trabalho – Espumas flutuantes -, Castro Alves enaltece o amigo com as seguintes palavras: “Maciel Pinheiro é um destes moços que simbolizam o entusiasmo e a coragem, a inteligência e o talento nas academias.”
No entanto, devido à malária adquirida durante a Guerra do Paraguai e aos problemas decorrentes da doença, Maciel Pinheiro faleceu no dia 9 de novembro de 1899, faltando apenas seis para vivenciar a tão sonhada Proclamação da República. O abolicionista Joaquim Nabuco, grande admirador do notável guerreiro, sobre ele escreve as seguintes palavras: “Em toda a imprensa, não há ninguém cuja pena corte como uma espada afiada, como a dele; não há outro que seja ao mesmo tempo o escritor ardente, o magistrado inflexível e o soldado patriota que ele é. Em Maciel Pinheiro, o jornalista é o homem.”
Suzana Sousa
Fontes:
https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/maciel-pinheiro/