Naturalidade: Alagoa Grande – PB
Nascimento: 13 de outubro de 1914 / Falecimento: 08 de junho de 1995
Atividades artístico-culturais: Poeta popular e cantador.
Folhetos de sua autoria: A Menina que Nasceu Pintada com as Sobrancelhas Raspadas (1936); Vicente o Rei dos Ladrões (1957); A Luta de Zé do Caixão com o Diabo (1972); A Briga de São Pedro com Jesus por Causa do Inverno (1986); Vida, Vingança e Morte de Corisco (1986); O Milagre de Apolo (1986); Como Ser Feliz no Casamento (1988); Os Amigos do Barulho, e o Bandido Carne Frita (1991); A afilhada da Virgem da Conceição (1995); Rufino o Rei do Barulho; Padre Cícero o Santo do Juazeiro; Jesus Cristo e o Mestre dos Mestres; A Mulher que Enganou o Diabo; Os Três Conselhos da Sorte; Josafá e Marieta; Gabriela, Jesus e o Homem do Surrão Misterioso; A Troca das Esposas e Os Cabras de Lampião (considerado a sua obra prima – foi publicado em primeira edição em 1965) e “O Direito de Nascer”, com 719 estrofes, o mais longo poema em versos de cordel já escrito, a sua obra é a mais extensa da poesia popular brasileira.
Filho dos agricultores Manuel Joaquim de Almeida e Josefa Pastora da Conceição, viveu exclusivamente no campo até por volta dos oito anos, quando foi levado pela primeira vez à cidade, quando entrou em contato a literatura de cordel. Quis aprender o ABC para decifrar as palavras nos folhetos, tornando-se um leitor habitual do gênero.
Por volta de 1936, vivendo como operário na capital paraibana publicou seu primeiro folheto: “A moça que nasceu pintada, com unhas de ponta e sobrancelhas raspadas”, que versava sobre um caso polêmico ocorrido no interior do estado; o sucesso do primeiro poema animou o jovem Manoel que resolveu dedicar-se inteiramente à poesia popular e ao ofício de editor e vendedor dos livretos de cordel. Assim, passou a escrever febrilmente e a editar folhetos (imprimindo em papel barato e em pequenas tipografias manuais) e vendia suas produções em feiras do interior da Paraíba e de Pernambuco.
Como folheteiro ambulante, teve contato com violeiros e cantadores sertanejos, dos quais buscou inspiração para suas obras escritas e, por algum tempo, tornou-se também um deles. Mas, foi como poeta de bancada que edificou sua monumental obra literária.
Em 1965 começou a trabalhar em São Paulo como selecionador de folhetos de cordel para a Editora Luzeiro, onde atuou até 1995; neste mesmo ano tornou-se membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, no Rio de Janeiro.
Confira um trecho do cordel “Os Cabras de Lampião” (1965):
Entre os fatos mais falados
Pelas plagas do sertão,
Temos as grandes façanhas
Dos cabras de Lampião
Mostrando quadras da vida
Do famoso capitão.
Em diversas reportagens
De revistas e jornais
Com testemunhas idôneas,
Contando fatos reais,
Coligimos neste livro
Lances sensacionais.
Desde quando começaram
Os bandidos mais famosos
Que por várias injustiças
Tornaram-se criminosos,
Vingativos, deslmados,
Assaltantes, perigosos.
[…]
Folheto Vitual Cordel – Manoel d´Almeida Filho/Fonte:
http://docvirt.com/docreader.net/docreader.aspx?bib=CordelFCRB&pasta=Manuel%20d%27%27Almeida%20Filho&pesq=
Fontes:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/ManuelDalmeida/manuelDalmeida_biografia.html
Uma resposta
Conheci tio Manoel, como o chamava,muitas conversas,era casado com tia Lourdes, irmã da avó de minha esposa,visitava constantemente sua banca no mercado municipal de Aracaju! Estive no seu funeral em 1995! Muito triste!