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Data de publicação do verbete: 17/01/2025

Maria Ignez da Silva Mariz

Escritora.
Data de publicação: janeiro 17, 2025

Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos

Naturalidade: Sousa-PB                                                  

Nascimento: 26 de dezembro de 1905// Falecimento: 3 de abril de 1952    

Atividade artístico-cultural: Escritora                                                

Atividade profissional: Jornalista e Professora                                                

Publicações: A Barragem (1937), Educação sexual: a que leva a curiosidade infantil insatisfeita (1940), Ruma (1951)                

Premiações: Prêmio CBES – Círculo Brasileiro de Educação Sexual (1939)

Maria Ignez da Silva Mariz nasceu em 26 de dezembro de 1905, na cidade de Sousa, no Sertão da Paraíba. Era filha do médico Antônio Marques da Silva Mariz e de Maria Emília Marques Mariz. Ignez Mariz, como viria a assinar suas obras, teve a oportunidade de estudar, coisa rara para as mulheres de seu tempo, e formou-se em Pedagogia, no Colégio das Neves, em João Pessoa. Foi casada com Carlos Meira de Vasconcelos, com quem teve um filho, Paulo Antônio, porém, algum tempo depois se divorciou, Ignez Mariz, além de professora e escritora, também atuou como colaboradora em alguns jornais e revistas, tais como: “Eu Sei Tudo”, “A Noite”, “A Noite Ilustrada”, “Alterosa”, “Letras do Sertão”, nesses periódicos,  boa parte do Rio de Janeiro, a escritora passou a lutar em prol a emancipação feminina, o que passava, necessariamente, pelo direito à educação e ao trabalho.

Entre as características mais marcantes da personalidadede Ignez Mariz, é de  que ela era uma mulher “independente, socializante, feminista, sem muitas papas na língua”. Amante dos livros e da literatura, a escritora permanece, ainda nos dias atuais, “praticamente ignorada nos manuais, dicionários, bibliografias  e florilégios de nossas Letras. Intolerável injustiça contra quem dedicou a vida à Literatura, seu livro “A Barragem” foi publicado pela primeira vez pela editora José Olympio em 1937 e, em uma segunda edição fac-similar, pela Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba em 1994. É uma obra que nasce em meio aos impulsos da crítica e da denúncia social que permearam boa parte da produção literária brasileira na década de 1930, década essa que é bastante importante na história da cultura brasileira. 

Neste romance a autora envereda o seu enredo contando a saga da construção do açude de São Gonçalo no alto sertão paraibano, tendo como personagens centrais a família de Zé Mariano e dona Mariquinha, retirantes sertanejos. Este romance foi fundamental na vida de Maria Ignez projetando-a nacionalmente, mesmo sendo na atualidade uma obra desconhecida do grande público, na época ela foi bem aceita no Sul e no Nordeste. Ela tinha uma personalidade marcante, lutava contra as injustiças sociais, valorizando e defendendo as classes oprimidas, sobretudo as mulheres. Maria Ignez  era preocupada com o seu espaço local, ela almejava combater a ignorância da população sertaneja, pretendendo transformar suas mentalidades por meio da educação e da instrução. Portanto, com base neste objetivo, na década de 1930 a autora tomou uma iniciativa e desenvolveu uma campanha por bibliotecas municipais no alto sertão paraibano.

Em 1939, venceu o prêmio do Círculo Brasileiro de Educação Sexual (CBES) para o melhor livro de educação sexual. Em 1940, publicou o livro “Educação sexual: a que leva a curiosidade infantil insatisfeita”. Em 1951, publicou um livro de contos chamado ”Ruma” e deixou um romance inacabado, intitulado “Tresloucado Gesto”. Maria Ignez veio a falecer em 1952 por meio de uma trágica fatalidade, causada por uma experiência mal sucedida onde fez-se de indigente e internou-se em um nosocômio público no Rio de Janeiro para operar-se das amígdalas, que de nada sofria, já a escrita de Maria Ignez era  atrelada às desigualdades sociais, e justamente querendo  escrever sobre o sistema de saúde pública submeteu-se a essa experiência vindo a óbito aos 46 anos de idade na sala de cirurgia por falta de um tubo de oxigênio. 

Com efeito, diante da importância das suas obras, Maria Ignez  passou ocupar a cadeira de n° 34 no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, e ingressou também na Academia Paraibana de Letras. No entanto, apesar deste reconhecimento histórico, tanto ela, como sua principal obra “A Barragem” permaneceram desconhecidas. Já que o nome da escritora sousense pouquíssimo é citado nas referências bibliográficas, sendo praticamente silenciado nos estudos sobre a História e a Literatura paraibana.

Fontes:

https://1library.org/article/ignez-mariz-escritora-paraibana-de-grandes-possibilidades.zl968k2z

https://www.bing.com/search?q=ignez+mariz+1905&qs=n&form=QBRE&sp=-1&ghc=1&lq=0&pq=ignez+mariz+1905

https://www.instagram.com/p/DECnFQjiuMd/

 

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