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Data de publicação do verbete: 12/02/2025

Mateus de Nuca

Artesão (produção do Leão do norte).
Data de publicação: fevereiro 12, 2025

Entrevista e texto: Laura Moura

Naturalidade: Carpina – PE/ Radicado em João Pessoa – PB

Nascimento: 02 de abril de 2002

Atividades artístico-culturais: Artesão (produção do Leão do norte)

Instagram: @mateus.de.nuca

Natural de Carpina – PE, José Mateus Borges de Santana, mais conhecido como Mateus de Nuca, é artesão. De família artesã, o artista cresceu com a referência de seu avô, que iniciou a tradição, e seus parentes que permanecem até hoje carregando esse legado. Mas foi somente aos 18 anos que sua vida artística iniciou por influência do seu irmão, Denys de Nuca. Foi ele que o ensinou as principais técnicas para a produção do leão do norte, a peça mais conhecida da descendência. Assim, seu interesse começou a surgir e aumentar a cada dia, assim como sua paixão pelo artesanato.

A história do Leão do Norte nasceu há muito tempo na família Nuca. Neto do Mestre Nuca, artesão pernambucano internacionalmente conhecido, seu avô recebeu um pedido para confeccionar um leão de cerâmica para um antiquário em Recife. Grande e esbelta, a peça se tornou icônica pela postura imponente do leão sentando, semelhante a um guardião. Sua juba encaracolada é outro traço chamativo que deixa a peça ainda mais marcante. Assim, o Mestre tornou renomado por suas produções, recebendo o título de “Patrimônio Vivo de Pernambuco”em 2005. Atualmente a família segue com a tarefa de honrar seus trabalhos, levando a bravura e luta do povo nordestino em suas obras.

Os caminhos de Mateus se cruzaram com a Paraíba através do amor. Sua mudança para a cidade de Santa Rita ocorreu após seu casamento, local em que a comunidade de artesãos paraibanos o recebeu de braços abertos.

Meu primeiro contato com a maioria deles foi no 37° Salão de Artesanato Paraibano que foi uma experiência única, que me fez amadurecer como artesão, onde pude fazer novas amizades, expor minhas obras para que mais pessoas a conheçam e também conhecer um novo público”, comenta o artista.

Mateus explica que, na Paraíba, por enquanto só participa do Salão do Artesanato, porém em Pernambuco também frequenta a Fenearte, a maior feira da América Latina, juntamente com sua família. Ele também participou do Congresso Brasileiro de Direito Previdenciário da AAPREV-PE, em que seu leão foi o mascote do evento por 2 anos, um marco em sua carreira artística. Para além disso, o artista segue com suas produções, no momento voltadas para a próxima edição da Fenearte.

Por ser uma arte de família, ou seja, mais focada no tradicionalismo, ele explica que suas inspirações advém das peças e legado que seu avô deixou. Ele, e da mesma forma seus familiares, buscam sempre manter suas referências e se aproximar das suas obras. Contudo, com as influências de cada um e com o passar do tempo é possível perceber leves mudanças nas artes.

“Tanto por ter o individualismo de cada artesão da família, quanto pela procura de nossos clientes, um exemplo disto é a escultura da girafa e o do guiné que meu avô produzia e que agora após o falecimento dele só é feito sob encomenda, por sua baixa demanda. Para a realização das peças, utilizo predominantemente a técnica de modelagem manual por pressão, rolos e placas, mas também utilizo um molde para fabricação de alguns leões menores”, diz o artesão.

Apesar das dificuldades diárias que é trabalhar com arte, Mateus expõe sua paixão e admiração pelo que faz: “O artesanato me proporcionou muitas conquistas que sem ele talvez eu nunca conseguiria alcançar”. Ele fala da significância que é contemplar o carinho e elogios dos clientes, algo que o deixa muito feliz e, comenta, o faz persistir para que cada vez mais pessoas possam conhecer sua arte e a história que está por trás dela. Seu intuito permanece sendo o mesmo: “Manter o legado do meu avô vivo e encantar o público com esse majestoso leão, que é símbolo de força e perseverança”.

Mateus de Nuca é mais uma das preciosidades da cultura paraibana. Embora seu talento seja dividido com o estado Pernambucano sua influência e importância se estende abrilhantando a Paraíba. O artesão finaliza com seu anseio de crescer cada vez mais no meio artístico, mostrando sua arte e participando de mais salões e feiras de artesanato, e seu carinho pelas pessoas que o apoiam nessa jornada.

“Para o meu público, quero agradecê-los por todo apoio e carinho que venho recebendo ao longo de minha jornada principalmente na Paraíba, onde cheguei a pouco tempo e é através dos meu clientes que cada vez mais pessoas estão conhecendo o Leão de cabelos cacheados, que eles continuem amando a arte, apoiando não só a mim, mas também outros artesãos, para que mesmo em tempos difíceis nossa comunidade venha a crescer cada vez mais”, conclui o artista.

Fonte:

Entrevista com Mateus de Nuca cedida à Laura Moura em fevereiro de 2025.

 

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