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Data de publicação do verbete: 12/07/2021

Matheus Andrade

Matheus Andrade é músico e engenheiro. Nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criado em João Pessoa-PB desde os três anos de idade.
Data de publicação: julho 12, 2021

Naturalidade: Rio de Janeiro- RJ/ Radicado em João Pessoa-PB

Atividades artístico-culturais: Músico

Facebook: https://www.facebook.com/somdepassagem

Instagram: https://www.instagram.com/matheus_andrade123456/

https://www.instagram.com/muitamare/

E-mail: matheusandrade64@gmail.com

Contato: +34 641 10 61 75 (WhatsApp)

Matheus Andrade é músico e engenheiro. Nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criado em João Pessoa-PB desde os três anos de idade. Seus pais são Deise María Andrade da Silva e Manoel Ferreira da Silva Sobrinho, motoristas de transporte escolar. Deise é radicada em João Pessoa, mas nasceu em Pernambuco e Manoel é Carioca. Devido ao início da pandemia de covid-19, se fecharam todas as fronteiras e o artista fixou residência em Tenerife, Espanha. Ele disse acreditar ter bastante sorte de ter parado justamente na ilha.

O apelido de Matheus é El Miza,“Um colega mineiro sempre imitava as coisas que eu dizia, como “ei mizera! “Repetiu tantas vezes que começou a me chamar abreviado “ô Miza”. Aí ficou! Depois de encontros com outra galera latino-americana o apelido ganhou um “El” e pronto, ficou “El Miza”.

Formado em Engenharia Civil pela UFPB, na época que estava na universidade frequentava o “sabadinho bom”, um encontro que acontece aos sábados com apresentações de choro, na Praça Rio Branco, localizada no centro de João Pessoa.

“Nesse evento sempre tinha um senhor que tocava o violão de sete cordas e que acompanhava todo mundo, era o Israel sete cordas. Pedi para que ele me ensinasse, ele me “adotou”, me levava para todos os lados, eu o acompanhava como segundo violão e assim me metia na linguagem do choro. Nesta época, conheci também Roberto do Valle, um bandolinista genial que vive em Pernambuco, mas vinha sempre tocar com a gente. Aprendi bastante. O lance da música foi uma coisa que foi crescendo até o ponto que me puxou, entrei com os dois pés”, disse Matheus.

Segundo o artista a sensibilidade de seus pais com certeza o influenciou, “me transmitiram sensibilidade em diversos aspectos e creio que a música veio como um canal de expressão disso tudo. Me motivaram sempre com o desenho, que foi a primeira arte que me meti. Meu pai desenhava e me inspirou bastante, cheguei a fazer curso de desenho. Pensei ter mais facilidade para o desenho que para a música. Mas, acabei buscando outras coisas. Minha mãe canta muito bem, os dois tem um apreço grande pela música popular”.

Além dos pais, ele teve outras influências musicais.

“Paulinho da Viola era o que mais se cantava na minha casa por meu pai ser do Rio, os dois tem uma ligação com o samba. Desde pequeno escutava o rádio e tinha acesso a diversos estilos, escutavapor “osmose” Kelly Key, Avril Lavigne, Charlie Brown Jr e até Bonde do Tigrão durante a infância. (risos)”.

A primeira vez que Matheus tocou violão foi aos 13 anos, “Meu pai achou que era uma boa ideia, minha avó comprou um Gianinni para mim. Lembro de tentar tocá-lo e ficar indignado por não conseguir expressar as melodias que tinha na cabeça (e este processo continua sendo lapidado até hoje). Nessa época, descobri CDs no armário da sala que escutei e reescutei por muito tempo, eram de Tim Maia, Clara Nunes, um compilado de Toquinho e Vinícius de Moraes e outro de música clássica”, conta o músico.

Já jovem, procurou se aprimorar ainda mais na música, tão presente em sua vida.

 “Aos 18, comecei a tocar samba com um vizinho e a escutar Baden Powell. Nessa época, entrei para a Orquestra de Violões da Paraíba, os maestros eram Carla e Cyran. Me colocaram no naipe 3 de 4,que cuidava da parte harmônica. Me interessei por aprender a acompanhar tudo que pudesse (processo de lapidação constante), conheci Magnun Bezerra e começamos a tocar juntos. Cheguei a formar uma banda de Choro com Carol Benigno, Zé Silva e Diego Alexandre, chamada Sarau de Bolso, nos divertíamos bastante misturando gêneros. ”

Em 2015, Matheus conquistou uma bolsa de estudos e foi estudar um ano na França pelo projeto Brafitec, “Fiquei em Rennes, noroeste da França. Nos tempos livres, me metia no centro da cidade buscando movidas culturais. Conheci vários músicos, vi que a galera que tocava passava menos perrengue. Conheci o Noubar, me inspirou muito, no sentido de me indicar como misturar referências e culturas para criar algo bonito e com fundamento”, disse.

Em 2016, Matheus voltou para o Brasil, concluiu o curso de Engenharia em 2018, fez alguns trabalhos e pensando em viver da música contatou amigos músicos na França, que o aconselharam ir para Tenerife,“Fui com o Diego Alexandre (amigo músico). Contatei um clarinetista que se chama Vento, um maluco que viajou constantemente por uns 15 anos e desta vez vinha de Israel. Ficamos tocando em Tenerife, Fuerteventura e Lanzarote. Indo a lugares turísticos, tocávamos e passávamos o chapéu. Conheci o Tiago (percussionista do Muita Maré). Fui para o sul da França, fui para Turquia. Foram três anos passando por vários países, aprendendo sobre música e coisas diversas, passando pela terceira vez por Tenerife, parei, onde estou aqui contando esta história”.

Integrante da banda Muita Maré que é composta também por Maria Aznar (Catalúnia), Tiago Braúna (Brasil) e AgustinBuenafuente (Canarias), o artista comenta como foi formada a banda, “A ideia foi se transformando aos poucos. Conheci a Maria (cantora) por Tiago (percussionista) e comecei a tocar com ela nas ruas de Tenerife. Fizemos um material de músicas brasileiras, jazz e latino-americanas. Nessa história de trabalhar bastante com covers que nos representavam e ir metendo a cara pelos países encontrando festivais, bares, centros culturais, casas e esquinas que nos acolhessem, as canções foram saindo.”

“Em fevereiro de 2020, nos juntamos, estávamos cansados de tocar covers. Coloquei as cartas (músicas) que tinha na mesa e Maria também mostrou algumas coisas, chamamos o Agustin, que já era amigo de todos e consolidamos a estrutura da banda, tentando sempre dar nossa cara às canções e a manter esse ar de mistura e de música universal. Muitas das inspirações vêm além da música, por toda e qualquer pessoa ou ambiente que apresenta alternativas bonitas para a vida. Penso que a arte representa isto, tentar buscar beleza no simples e militar pela empatia”, finalizou Matheus.

Entrevista com Matheus Andrade por Israela Ramos

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