Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos
Naturalidade: João Pessoa – PB
Atividade artístico-cultural: ativista e militante
Formação Acadêmica: Bacharelado em Engenharia de Energias Renováveis na UFPB
Ocupações: Diretora de Governança Energética e Transição Justa da Palmares Lab-Ação (desde 2022), Voluntária da Fridays For Future International (desde 2019) Voluntária do Greenpeace Brasil (desde 2020) Embaixadora da Be Seen Be Heard Brasil
Participação em Conferências Climáticas: UK Youth Climate Coalition, Foundation for the Economics of Sustainability Ireland, COP 26, COP 27 e COP 28 da ONU, Estocolmo+50
Instagram: @mikaellefarias_
Likedin: https://www.linkedin.com/in/mikaelle-farias-a007b61b8
Mikaelle Farias é uma ativista e militante em justiça climática, negritude e transição energética nascida em João Pessoa. Iniciou sua jornada no ativismo ambiental em 2019, quando houve o derramamento de petróleo no litoral do Nordeste. Foi delegada jovem brasileira da UK Youth Climate Coalition e da Foundation for the Economics of Sustainability Ireland para conferência da ONU COP26, COP27 e COP 28, além de ter sido uma das mulheres negras nordestinas na reunião internacional Estocolmo+50. Hoje, ela atua em movimentos nacionais e internacionais da justiça climática como Fridays For Future e Nordeste pelo clima. Com Formação em Engenharia de Energias Renováveis pela Universidade Federal da Paraíba.
Quando era pequena, morava em uma periferia onde havia um lixão a céu aberto, ao lado da sua casa. Naquela época, não compreendia a vulnerabilidade que era estar naquela situação, foi a partir daí que percebeu que não dava mais para continuar “normalizando” os desastres ou “normalizar” o fato de pessoas marginalizadas morarem em áreas de risco. Mikaelle acredita que a região Nordeste é a região mais suscetível a sofrer com os impactos das mudanças climáticas no Brasil. Pois afetaria de diversas formas, seja com a seca até o aumento do nível do mar. Mikaelle também afirma que há políticos se apropriam dessas pautam para se elegerem, mas não se colocam a serviço população para a criação de soluções ou muitos fazem o que chamamos de greenwashing: fazer com que a população ache que eles estão fazendo o bem para o meio ambiente, mas por trás é tudo em benefício dos seus próprios interesses econômicos.
Para Mikaelle, seu ativismo consiste em fazer com que o mundo possa ver o seu território, a sua região, para além do satélite. Saibam o que é o Nordeste brasileiro e quais são os maiores problemas que enfrentamos na região, como podemos solucionar e mitigar esses danos. Para ela não é fácil atravessar o oceano, levar tudo o que acontece para outros países, para encontrarmos respostas para os problemas que vivenciamos. Também não é fácil atuar dentro do seu território, o Brasil confessa que sente que a sociedade ainda não é tão consciente sobre as questões ambientais e como isso afeta o dia a dia delas. Muitas vezes vozes como a de Mikaelle não são ouvidas porque há, na cabeça de alguns políticos, um interesse capitalista bem maior que a vida humana.
Por experiência própria, acredita que essa nova geração vem aprendendo a como “hackear” cada vez mais esse sistema, ocupando espaços de decisões e mostrando para o mundo que, quando a oportunidade de ecoar suas vozes não são dadas, onde se criam suas próprias oportunidades, com muita luta e resistência. Mikaelle defende a ideia que as gerações passadas viveram experiências diferentes. Elas puderam testemunhar e mudar a forma que os avanços da degradação ambiental que ocorrem hoje. No entanto, nem sempre a urgência desses problemas foi amplamente reconhecida ou abordada com a mesma intensidade de hoje. A juventude, junto com as organizações não governamentais, aumentou cada vez mais a consciência da sociedade para agir a favor do ativismo climático.
Ela acredita que hoje, mais do que nunca, é preciso unificar nossas vozes. Olhar de fora para dentro sobre essas questões, entender que nada existe no vácuo, tudo está conectado. As nossas ações, assim como o poder das nossas vozes, importam para que possamos construir um futuro mais justo para as próximas gerações.
Fontes: