Naturalidade: Guarabira – PB
Nascimento: 13 de Outubro de 1881/ Falecimento: 13 de Janeiro de 1930
Atividades: Arcebispo, professor e jornalista
João Batista Milanez nasceu em Guarabira no dia 13 de Outubro de 1881. Em João Pessoa, foi um arcebispo e jornalista brasileiro do estado da Paraíba. Em 1904 foi ordenado, com 23 anos de idade, ocupando os cargos de vice-presidente da Congregação da Doutrina Cristã na igreja, capelão do Colégio Nossa Senhora das Neves e diretor do jornal “A Imprensa”.
Foi diretor da Escola Normal de João Pessoa, da Instrução Pública da Paraíba e do Colégio Santo Antônio, em Natal, no Rio Grande do Norte, atuando também como sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, ao qual se filiou em 28 de julho de 1917. Usou “A Imprensa”, o jornal que dirigia, para alavancar a educação, fato que seus biógrafos entendem como “o principal objetivo de sua existência”.
Por ter competência, era participativo e não era de ficar só observando, foi arcebispo da Paraíba, além de ocupar diversos cargos importantes. Jornalista, professor e padre enfrentou obstáculos de valor negativo em sua rota profissional quando na direção da Escola Normal, em João Pessoa. Por ter adotado uma decisão radical que fez atrair a ira dos estudantes e da população local daquela época, provocou a sua queda e, quase, também, a do governador da Paraíba, Solon de Lucena.
Solon de Lucena, natural do município de Areia, foi governador da Paraíba entre 1921- 1924 quando Milanez, então diretor da Escola Normal, viu-se envolvido em inusitada tragédia, historicamente conhecida como o “Caso Sady e Ágaba”, uma versão tupiniquim da obra escrita por Shakespeare, de ‘Romeu e Julieta’. Naquela época, os rapazes estudavam no Liceu Paraibano, e as moças, na Escola Normal, para “proteger” as donzelas normalistas, o diretor Milanez determinou que os alunos do Liceu não poderiam aproximar-se das meninas, colocando um guarda armado, cedido pelo chefe de Polícia, Demócrito de Almeida.
Num sábado à tarde, 22 de setembro de 1923, o estudante Sady Castor estava diante da Escola Normal à espera de sua namorada, Ágaba Medeiros, o mesmo foi advertido pelo guarda civil Antônio Carlos Menezes, que ali não poderia ficar, cumprindo ordens do diretor. Houve um desentendimento entre ambas as partes ,o que gerou uma discussão , Sady recebeu voz de prisão e reagiu, no qual uma bala o abateu. O guarda foi preso em flagrante e embora socorrido na casa de um parente próximo, Francisco de Gouveia Nóbrega Sady morreu. A comoção se espalhou, estourando uma indignação contra o atual governo da época.
Por sua vez, Ágaba Gonçalves de Medeiros, bem mais jovem do que Sady, cometeu suicídio, na tarde de 6 de outubro, deixando cartas de despedida. Isso agravou ainda mais a situação do governo Solon de Lucena, debaixo da exploração política do comovente episódio, uma crônica foi escrita na época, por Ramalho Leite, intitulada: “O crime que vitimou um estudante e quase derruba um governo”.
Monsenhor Milanez, passado a repercussão emocional e política deste acontecimento trágico, meses depois, ele voltou à direção da Escola Normal, permanecendo até o final da gestão de João Suassuna (1924-1928) vindo a falecer de “cruel enfermidade”, em 13 de Janeiro de 1930, aos 48 anos, em João Pessoa, no estado da Paraíba.
Sandra da Costa Vasconcelos
Fontes:
https://pt.linkfang.org/wiki/Jo%C3%A3o_Milanez_%28arcebispo%29
https://coisasdecajazeiras.com.br/colaboradores/enterro-simbolico-de-monsenhor-milanez/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Milanez_(arcebispo)
Jornal A União 03/04/2022
(Páginas 26/27)
Disponível em:
https://auniao.pb.gov.br/servicos/copy_of_jornal-a-uniao/2022/abril/a-uniao-03-04.2022/view