Naturalidade: Guarabira – PB
Nascimento: 21 de agosto de 1933 / Falecimento: 13 de setembro de 2019
Atividades artístico-culturais: músico, maestro, compositor
Osvaldo Pinto Barboza nasceu em Mulungu, distrito de Guarabira, localizado na região do Brejo Paraibano, no dia 21 de agosto de 1933. Filho de José Barboza e Amália Ferreira Pinto.
Sua trajetória na música foi marcada pela pela influência dos maestros João Arthur, José da Justa, Anderson Nunes Sales e na música erudita Cláudio Santoro, que o iniciou em conhecimentos técnicos musicais que unidos aos seus dons, o tornaram um exímio maestro e arranjador, além de um primoroso musicista, tocando instrumentos como a lira e o cornetim.
Osvaldo ficou conhecido no meio artístico como Vavá, iniciando sua vida profissional na cidade de Mamanguape, trabalhando com música bandística.
O maestro, teve formação militar e chegou a 1º Sargento Músico, no batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília, entre os anos de 1960 a 1983, quando se reformou.
Durante esse período como Sargento músico, compôs hinos, marchas, dobrados e canções militares. Em 1981, fez arranjos nas quadrilhas “Geralda”, de Capitão Rangel, e “Família Meyer”, de Joaquim Antônio da Silva Callado, no disco triplo.
Fez também parte da banda de Rio Tinto e da cidade de Sapé. Como maestro, regeu a Orquestra Tabajara de João Pessoa e, mais tarde, quando se transferiu para Fortaleza – CE, passou a reger a Orquestra Iracema da Rádio Iracema e a Orquestra da Rádio Cearense, oportunidade que o fez obter o título de melhor maestro, no ano de 1958, pela Revista Folha do Rádio, do Ceará. Passou então a residir em Brasília, e entrou para a Banda do 42º Batalhão Motorizado de Goiânia – GO. A sua aptidão musical logo o colocou em posição de destaque, trabalhando em algumas ocasiões como regente, no cerimonial do Palácio do Planalto e também a tocar na Orquestra da TV Nacional de Brasília.
Osvaldo também inovava por onde passava, tendo fundado a Orquestra de Jazz, no Batalhão da Guarda Presidencial, hoje extinta.
Dedicando-se exclusivamente à música, Vavá ocupa um espaço de relevância no cenário musical brasileiro, não apenas como maestro de Banda Música, mas especialmente como um arranjador nato, criando sonoridades para grupos vocais, orquestras e bandas. Como tal, ele participou do 1º Festival Brasileiro de Música Evangélica (FEBRANE) em Brasília no ano de 1975; Festival de Música do COlégio Objetivo, em 1983 e de quatro Long Plays, patrocinados pela Federação Nacional de Associações Atléticas Banco do Brasil (FENABB), no período de 1981 a 1983. A gravação foi realizada em São Paulo. Fez arranjo para banda do Hino Centenário da Abolição da Escravatura, música de Domingos Azevedo Ribeiro. Tendo também diversas de suas músicas classificadas várias vezes no Concurso de Frevos “Frevança” na cidade de Recife – PE. Entre suas produções estão os seguintes Frevos: Frevo do Neneco, Riso no Frevo, Mata o Véio. E também valsas: Lágrima de Mazinha e Quando Sofre um Coração (sua primeiro composição, aos 14 anos de idade). As criações que mais lhe caracterizam, os dobrados, entre eles o General Ademar da Costa Machado, Cel. Negrão, Dinamar, a canção da 6º Companhia de Comunicação e do 3º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada, aprovadas pelo Centro de Documentação do Exército.
Maestro Vavá é também autor da Marcha Oficial adotada pelo Exército por ocasião da visita dos embaixadores estrangeiros no cerimonial de apresentação das credenciais ao Exmo.
O Maestro prestou valorosa colaboração ao Centro de Documentação e Pesquisa Musical José Siqueira e é também autor da música do Hino Oficial do lugar.
Membro da Academia Paraibana de Música, ocupando a Cadeira de nº 12, que tem como Patrono José Rodrigues Correia Lima, autor de diversas composições eruditas, sacras e de banda.
O Maestro Vavá faleceu em 13 de setembro de 2019, deixando conosco todo o seu legado musical. O musicista, regente e compositor, tinha 86 anos, e morava na cidade de João Pessoa. Deixando sua esposa, 2 filhos e 4 netos.
“Só temos a agradecer a ele por ter sido um excelente Pai e um ótimo companheiro da minha mãe (casados por 53 anos).” Diz o seu filho, Wagner Barboza. A família era budista e ele finaliza dizendo “Nam-myoho-renge-kyo significado”, que significa honra e respeito a pura energia vital que dignifica a nossa vida.
Fontes:
Entrevista com Wagner Barboza, filho do Maestro Vavá, por Denis Teixeira
Pesquisador: José Paulo Ribeiro, e-mail: zepaulocordel@gmail.com.
