Naturalidade: Sobral – CE
Nascimento: 5 de agosto de 1806
Falecimento: 19 de fevereiro de 1883 (Solânea – PB)
José Antônio de Maria Ibiapina, o Padre Ibiapina, foi deputado, advogado e juiz de direito. Ficou mais conhecido por realizar peregrinações, evangelizando e promovendo ações socioeducativas pelo Sertão Nordestino.
Filho de Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus, um casal de fazendeiros decadentes, porém dotados de fé e humildade. Em 1816 a família se transfere para a vila de Icó, onde o pai assume as funções de escrivão. A família estava com muitas dificuldades financeiras.
Ibiapina ingressou no Seminário de Olinda em 1823, tendo como objetivo de se tornar padre, mas com a morte do seu pai em 1825, Ibiapina teve que dar uma pausa nos estudos do seminário, e voltou para Sobral para administrar a casa de sua família. Em 1828, matriculou-se novamente no Seminário de Olinda, sendo aprovado para o curso de Ciências Jurídicas e Sociais de Pernambuco, passando a morar no Mosteiro de São Bento, em Olinda. No final de 1832, formou-se em bacharel em Direito.
Em 1834 foi eleito deputado. Desde o começo se posicionava como um defensor das questões sociais e como um autêntico nacionalista, opondo-se, muitas vezes, a políticos e autoridades influentes. Terminada sua legislatura, Ibiapina não mais desejava continuar na vida pública e se dedicou ao seu ofício de advogado, principalmente em causas de pessoas humildes e sem posses. Mas a advocacia não era o que realmente satisfazia a inquietude de seu espírito.
A partir de 1850, no entanto, resolveu abandonar a carreira e passou a morar numa pequena casa no sítio Caxangá, no Recife. Dedicou-se a rezar, meditar, estudar teologia e filosofia, além de fazer caridade. Três anos depois, resolveu seguir o sacerdócio, ordenando-se em julho de 1853, aos 47 anos de idade, como Padre Ibiapina. Em 1866, foi nomeado Visitador Diocesano da Paraíba com a tarefa de visitar e supervisionar as atividades da Igreja católica naquela província.
Logo após deixar sua carreira de professor no seminário e inicia uma vida de peregrinação pelo interior de todo o Nordeste, percorrendo mais de 600 km pelas províncias do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, para levar a mensagem confortadora do Evangelho e os dons da caridade aos irmãos mais humildes e abandonados. Movimentou-se por diversos vilarejos, fundando colégios, hospitais, capelas, igrejas, cemitérios e até açudes. Mas, a principal marca do padre Ibiapina foram as chamadas Casas de Caridade, que mais tarde, com a ajuda de algumas religiosas missionárias, as Casas de Caridade passaram a oferecer formação moral e intelectual para os jovens e a abrigar órfãos e abandonados.
Acometido de uma paralisia nas pernas, fruto dos anos de peregrinação, padre Ibiapina ficou preso a uma cadeira de rodas. No dia 19 de fevereiro de 1883, o padre Ibiapina acabou falecendo na Casa de Caridade Santa Fé, em Solânea, na Paraíba. No lugar onde ele faleceu, foi elegido uma igrejinha que depois tornou-se santuário que todos os meses no dia 19 há uma grande celebração com a presença de fiéis de vários lugares da região que vão ao Santuário agradecer as bênçãos e pedir a intercessão do Servo de Deus Padre Ibiapina para as suas vidas.
Maiara Alves
Fontes:
http://www.provinciaexaltacao.org.br/default.asp?pag=p000025
http://www.arquisp.org.br/liturgia/santo-do-dia/jose-antonio-de-maria-ibiapina