O maior conteúdo digital de cultura regional do Brasil
Registro das artes e culturas da Paraíba
O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
Data de publicação do verbete: 06/11/2019

Padre Zé

Também conhecido como Padre Zé Coutinho, Pai dos pobres, São Francisco paraibano, José da Silva Coutinho nasceu na cidade de Esperança, brejo paraibano. 
Data de publicação: novembro 6, 2019

Naturalidade: Esperança – PB 

Nascimento: 18 de novembro de 1897 / Falecimento: 5 de novembro  1973

Atividades de exercício profissional: Padre, músico, professor, regente.

 

Também conhecido como Padre Zé Coutinho, Pai dos pobres, São Francisco paraibano, José da Silva Coutinho nasceu na cidade de Esperança, brejo paraibano.  Ele era filho do casal Júlio da Silva Coutinho e de Eusébia de Carvalho Coutinho.

No decorrer do desenvolvimento escolar, ele estudou no Colégio  Nossa  Senhora  das Neves, localizado em João Pessoa. Ele também fez curso de Humanidades no colégio Pio X.

Padre Zé tinha dom artístico, ele era regente, músico e professor de “Canto  gregoriano  e  música”.  Entre 1912 e 1920, ele participou da fundação da orquestra Regina Pacis e do jornal O Lábaro.  

Sua vida sacerdotal foi influenciada pelo seu tio dom Santino Coutinho, arcebispo de Alagoas. Além disso, Padre Zé era afilhado do vigário geral da Arquidiocese da Paraíba, monsenhor Odilon da Silva Coutinho.

O curso de Eclesiástico foi realizado no Seminário Paraibano, nessa fase de aprendizado Padre Zé teve a iniciativa de prestar assistências aos seminaristas desprovidos financeiramente. Ele foi ordenado padre em 23 de março de 1920 na Catedral Metropolitana. O exercício da sua carreira religiosa aconteceu predominantemente em João Pessoa e pode-se destacar a sua função de Vigário  da Catedral  Metropolitana, Capelão  da Ordem  Terceira e do  Abrigo  Jesus  de  Nazaré.  Além disso, o sacerdote trabalhou também na Igreja de Nossa Senhora das Mercês. 

A partir de 1935, em busca de auxílio financeiro para os pobres e para as suas obras sociais, ele peregrinou pelas ruas da capital e regiões próximas anunciando: “A esmola de meus pobres, prezado”. Como fruto de suas persistências, em 19 de março de 1935 foi construído um abrigo chamado Instituto São José (ISJ) que acolhia pessoas vindas de diversas cidades da Paraíba. Inicialmente, as ações desse Instituto aconteciam no sótão da Catedral Nossa Senhora das Neves, depois foi transferido para a Ordem Terceira do Carmo, onde a sua sede funciona ainda hoje no Centro de João Pessoa.

Em razão do número crescente de hóspedes e da necessidade de tratamento médico/hospitalar, o Instituto São José recebeu da senhora Iaiá Paiva a doação de um sítio, situado no bairro Tambiá, que se transformou na Casa do Pobre, e posteriormente na Casa Padre Zé. 

No ano de 1937, o sacerdote decidiu se dedicar exclusivamente às suas obras sociais ao deixar o seu cargo de vigário da Catedral Metropolitana (atual Basílica de Nossa Senhora das Neves). 

No decorrer dos anos, por meio do auxílio de acadêmicos de Medicina, na Casa Padre Zé foi fundada a Comissão de Proteção e Amparo ao Indigente que foi reformulada para a criação em 25 de agosto de 1965 do Hospital Padre Zé. Na época, essa estrutura filantrópica acolhia pacientes submetidos a diversas situações como os que não tinham recursos financeiros ou os que eram rejeitados por outras unidades de tratamento em razão de serem portadores de doenças infectocontagiosas.

Todas as instituições criadas por Padre Zé eram mantidas por meio das esmolas que ele pedia incansavelmente. 

Nos últimos anos, a sua saúde começou a ficar abalada, ele apresentou dificuldades de se locomover, por isso o uso da cadeira de rodas. Numa carta enviada em 1972 ao Monsenhor Manoel Palmeira da Rocha, ele justificou sua ausência numa comemoração que seria realizada em Esperança, sua cidade natal: “(…) Mas, só viajo na boleia de uma camionete,  com minha cadeira de rodas em cima, com quatro rapazes, que aqui no  Instituto São José chamam de motoristas,  para  não  ficar  aí  no meio  da  rua,  sem  poder me  locomover para parte alguma.”

No dia 5 de novembro de 1973, Padre Zé faleceu em João Pessoa após passar mal enquanto angariava fundos, como fazia de costume. Seu velório foi um dos acontecimentos paraibanos que mais chamaram atenção na época. Ao falecer, ele era detentor do título de Monsenhor José da Silva Coutinho. O sacerdote foi enterrado no cemitério Senhor da Boa Sentença. Muitas pessoas atribuem graças alcançadas a sua figura, esses acontecimentos impulsionaram o pedido de sua beatificação. 

Após sua morte, o Hospital enfrentou várias crises incluindo o encerramento de suas atividades. Entretanto, a partir de 1995, a instituição conseguiu se reestruturar e mantém seu funcionamento nos dias atuais por meio principalmente de recebimento de donativos adquiridos por meio de doações, parcerias e campanhas. O Hospital Padre Zé atualmente funciona 24 horas, sete dias por semana e não precisa de agendamento para o atendimento.

Considerado patrono  da  assistência  social  na  Paraíba, o trabalho do Padre Zé atingiu mais de 40 municípios. Esse personagem paraibano foi motivo de inspiração para o documentário Padre Zé Estende a Mão, de 1969/70, do cineasta Jurandy Moura. 

A respeito das curiosidades do padre, o jornalista  declarou em seu artigo: “ele já era conhecido de todos, por causa da sua indefectível figura sentada numa cadeira de rodas, com um caniço e um bisaco à tiracolo. O caniço servia para “intimar” as pessoas a contribuir. E o bisaco para juntar as esmolas. Certa vez o caniço bateu forte nas costas de um ricaço, que fingia ignorar os apelos de padre Zé Coutinho, em favor dos pobres”.

Os trabalhos do Padre Zé não ficaram restritos ao Instituto e nem ao Hospital, ele se destacou por meio de outros desempenhos marcantes. Na área jornalística ele dirigiu o jornal católico intitulado A Imprensa, apresentou o programa Vinte e cinco minutos com o padre Zé na Rádio Tabajara AM. O São Francisco paraibano promoveu a construção da Igreja de Santa Teresinha, localizada no bairro do Roger e como compositor criou a  Novena  em  homenagem  a  Nossa  Senhora  do Carmo, os hinos de Santa  Teresinha e de  Nossa  Senhora  das  Neve, além de diversos maxixes, dobrados e valsas.

Em 1997, na capital paraibana foi comemorado com uma vasta programação cultural o centenário do seu nascimento. Ocorreram sessões solenes na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de João Pessoa. A Ordem Terceira do Carmo o homenageou em um reconhecimento pelos 30 anos da vida sacerdotal do Padre Zé. Também como parte da comemoração a 2ª edição do livro Meu Depoimento  Sobre  o Padre  Zé foi lançado no Instituto São José. Essa obra é de autoria do historiador Humberto Nóbrega.

Marcela Mayara

Fontes: 

A União – http://bit.ly/AUniãoPadreZé

Facebook Hospital Padre Zé https://www.facebook.com/pg/HospitalPadreZe

Hospital Padre Zé https://www.hospitalpadreze.com.br/sobre

IHGP (Instituto Histórico e Geográfico Paraibano) – http://www.ihgp.net/rau_ferreira/padre_ze.htm

Portal Médico – http://bit.ly/portalmedico

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *