Município: João Pessoa – PB
Ano de Fundação: 1992
Diretor: Edilson Alves
Contato: (83) 9 8888-4845
Instagram: https://www.instagram.com/pastoril.profano
O Pastoril Profano é um grupo paraibano pioneiro no gênero de teatro de humor. O conjunto tem como característica peculiar um elenco todo formado por homens. Foi criado com o nome de Companhia Paraibana de Fuleragem.
A ideia do espetáculo surgiu há mais de 20 anos, quando o então diretor do Grupo de Teatro Tenda, o dramaturgo e ator Geraldo Jorge convocou cerca de 14 atores e três músicos para realizarem uma encenação humorística do Pastoril.
“Aquilo, na época, faria muita diferença. Seria profano demais e ousado demais para João Pessoa. Mas, não deu outra! Estreamos no Teatro Lima Penante, já com casa lotada, o que seria o começo do teatro debochado, escrachado da Paraíba”, contou o diretor Edilson Alves.
O primeiro espetáculo, “Como Enlouquecer um Homem”, estreou com grande sucesso e logo teve uma continuação. A obra foi baseada no livro do escritor Bráulio Tavares com texto de Geraldo Jorge. Em seguida, veio a peça “Branca de Calvão e as Sete Nevinhas”, escrita pelo humorista paraibano Cristovam Tadeu.
Edilson Alves relembrou a criação da companhia. “Era uma proposta ousada para a época e eu tinha a intuição que iríamos trazer muito público”. Na época, ele acumulava as funções de produtor e divulgador, ao lado do ator Gilson Azevedo, pioneiro do Pastoril, falecido em 2005.
A primeira peça já com o nome de Pastoril Profano chamava-se “Pastoril Profano do Terceiro Mundo”. A história se passava em uma escola católica, onde uma das alunas era proibida de participar do pastoril organizado entre os estudantes, por ser sobrinha de uma prostituta. Como reação à proibição, as garotas decidem fazer uma versão profana do pastoril.
O sucesso levou o Grupo Tenda a dar continuidade ao espetáculo com o “Pastoril Profano – Parte 2”. No ano de 1995, decidiram parar com a produção e Edilson fundou a Companhia Paraibana de Fuleragem, atual Companhia Paraibana de Comédia.
No ano de 2000 o Pastoril foi retomado e se mantém desde então com estreias anuais e histórias diferentes em cada uma delas. Os personagens continuam, mas o enredo, as situações, o cenário e os figurinos são renovados a cada nova temporada.
Na brincadeira do Pastoril, no meio dos dois cordões, cada um é comandado pela Mestra e Contramestra, onde se encontra a Diana, vestida metade da cor azul e metade de vermelho. O Velho, conhecido como Dengoso, interpretado por Edilson Alves, é uma espécie de palhaço de circo, que organiza as pastoras e conta piadas, em apresentações que valorizam o riso e a improvisação. Seus diálogos com as meninas são cheios de duplo sentido. Uma das marcas do grupo é a constante interação com o público, que se diverte ao fazer parte das histórias.
Segundo Edilson Alves, mais de 130 mil espectadores já assistiram ao Pastoril Profano ao longo das mais de duas décadas de apresentações. Entre os espetáculos que já foram apresentados estão “Cabaré”, “Volta às Aulas”, “Avacalhando os Contos de Fada”, “Cangaceiras do Humor”, “Um Verão de Axé”, “Deu a Mulesta no Cru…zeiro”, “Um Verão no Mei do Mato”, “Um Verão Carioca”, entre outros.
O diretor do grupo revelou o que se mantém da primeira apresentação até os dias de hoje. “A interação com a plateia, as piadas. O improviso, a gente improvisava muito. Uma coisa importante: nós sempre colocávamos em cena assuntos da atualidade, problemas do cotidiano. A gente colocava aquele assunto ‘quente’ e tinha uma grande repercussão. As canções da Lapinha. Geraldo sempre teve esse cuidado, de pegar as músicas do folguedo, adaptá-las”, contou Edilson.
O Pastoril Profano conquistou o público paraibano com seus personagens irreverentes e marcantes. Ao longo das duas décadas de formação, já gravaram mais de 15 DVDs.
No ano de 2012, em comemoração aos 20 anos, montaram o espetáculo “Um Verão de Axé”, composto pelos personagens Verinha, interpretado por Dinarte Silva; Irmã Luzinete, feito por Sérgio Lucena; Mudinha, personagem de Alessandro Barros; Ceicinha, papel de Alessandro Tchê; Biuzinha, figura do ator Adeílton Pereira; Magally Mel, interpretada por Billy William; Tia Creuza, incorporada por Ribamar de Souza; e o velho Dengoso, representado por Edilson Alves.
Em 2016, o grupo passou por um dos momentos mais difíceis de sua história com a morte de Adeílton Pereira Dias, intérprete de Biuzinha Priqui, uma das figuras mais marcantes do elenco. A personagem era famosa por suas piadas de duplo sentido, cabelo verde e risada contagiante. Adeílton morreu em decorrência de complicações após sofrer uma queda da escada de sua casa, seguida de paradas cardíacas.
No ano de 2017, a companhia de teatro estreou “As Cangaceiras do Humor”. A história traz uma releitura muito bem humorada do cangaço. A trama acontece entre duas cidades fictícias do interior nordestino. As pastoras saem fugidas de uma das localidades por causa de um envolvimento desordeiro causado por uma das personagens. Com isso, o neto de um possível ex-cangaceiro do grupo de Lampião que comanda um bando dá a ordem para capturarem as pastoras. A partir daí o espetáculo se desenrola, caracterizado por atitudes violentas dos jagunços que espalhavam o medo pelo sertão nordestino.
No elenco estão os personagens Verinha Bagaceira, com Dinarte Silva; Ceicinha Pinga Fogo, de Alessandro Tcchê; Verônica Peitica, por Aluisio Sousa; Dubu Jararaca, vivida por Tony Silva; Luzinete Meia Noite, interpretada por Sergio Lucena; Magally Topa Tudo, encenada pelo ator Billy William; Mudinha Bala Seca, de Alessandro Barros; e o velho Dengosão, interpretado pelo ator e diretor Edilson Alves.
Fontes:
http://pastorilprofano.blogspot.com.br/p/companhia-paraibana-de-comedia.html
http://www.osprofanos.com/pastoril-profano
http://joseliocarneiro.blogspot.com.br/2012/01/pastoril-profano-20-anos.html?m=1
http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2016/08/ator-adeilton-pereira-dias-morre-em-joao-pessoa.html