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Data de publicação do verbete: 05/11/2015

Pedro Américo

Pintor, desenhista, caricaturista, escritor romancista, poeta, historiador, cientista, ensaísta, filósofo, político e professor. Um dos mais famosos artistas de sua época.
Data de publicação: novembro 5, 2015

Naturalidade: Areia – PB

Nascimento: 29 de abril de 1843 / Falecimento: 7 de outubro de 1905.

Atividades artístico-culturais: Pintor, desenhista, caricaturista, escritor romancista, poeta, historiador, cientista, ensaísta, filósofo, político e professor.

Obras de Pedro Américo:

Batalha do Campo Grande, 1871 (Museu Imperial do Rio)

A Fala do Trono, 1873 (Museu Imperial do Rio)

Batalha do Havaí, 1877 (Museu Nacional de Belas Arte)

Davi e Abisag, 1879 (Museu Nacional de Belas Artes)

Moisés e Jacabed, 1884 (Museu Nacional de Belas Artes)

O Grito do Ipiranga, 1888 (Museu Paulista)

Libertação dos Escravos, 1889 (Palácio dos Bandeirantes) Tiradentes Esquartejado, 1893 (Museu Mariano Procópio – Minas)

Paz e Concórdia, 1902 (Palácio do Itamarati)

Pedro Américo de Figueiredo e Melo, filho de Daniel Eduardo de Figueiredo e Feliciana Cirne. Apesar de poucos recursos, seguiu pelo caminho da arte desde cedo juntamente com seu irmão Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo. A família, como um todo, tinha aptidão artística. E o talento de Pedro Américo logo se destacou, e repercutiu pela cidade sua capacidade em desenhar.

Pedro Américo tinha apenas 10 anos quando impressionou o viajante francês Louis Jacques Brunet, que decidiu levar o talentoso menino escolhido como desenhista da missão científica em uma expedição para estudar a flora e a fauna do Nordeste do Brasil. Foram vinte meses viajando pelo Nordeste do Brasil. O trabalho lhe vale uma recomendação de estudo no Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, para onde se muda em 1854, onde mais uma vez se destacou.

Um ano depois matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes – Aiba, onde estuda três anos e progride rapidamente. O pintor e então diretor da Aiba, Porto Alegre (1806 – 1879) chega a apelidá-lo de “o papa-medalhas”. Depois de se formar em Belas Artes no Rio de Janeiro, Pedro Américo obteve uma bolsa de estudos dada pelo imperador Pedro II.  Entre 1859 e 1864 estudou na École de Beaux-Arts, em Paris, na França, onde aperfeiçoou seu estilo com os pintores Jean-Auguste-Dominique Ingres e Horace Vernet.

Teve aulas com Leon Coignet (1794 – 1880) e Sebastien Melchior Cornu (1804 – 1870), foi discípulo de Hippolyte Flandrin (1809 – 1864). Muito curioso, estudou física, primeiro no Instituto de Monsieur Ganot, depois na Sorbonne. Nesta universidade, aprofundou seus conhecimentos em arquitetura, teologia, literatura e filosofia e neste campo teve como mestres Victor Cousin (1792 – 1867) e Claude Bernard (1813 – 1888). O artista assistiu às aulas de física ministradas por Michael Faraday (1791 – 1867) e de arqueologia, por Charles Ernest Beule (1826 – 1874).

No período que passa em Paris é laureado com muitos prêmios e títulos, entre eles dois prêmios da Academia de Belas Artes, e pinta duas de suas mais famosas telas: A Carioca (1882) e Sócrates Afastando Alcebíades do Vício (ca.1863). Conquista o bacharelado em ciências naturais pela Sorbonne, com a tese Considerações Filosóficas sobre as Belas Artes entre os Antigos.

Também escreveu poemas, estudos e romances. Seu ensaio sobre a “Refutação da Vida de Jesus por Renan” valeu-lhe a comenda papal da Ordem do Santo Sepulcro. Entre suas obras literárias e filosóficas, destacam-se “A Reforma da Academia de Belas Artes de Paris”, “Discursos sobre a Estética e Ciência e os Sistemas”.

Viajou por diversas capitais europeias para ampliar o conhecimento. Obteve o doutorado em ciências físicas em Bruxelas, na Bélgica. Antes de voltar ao Brasil, passou por Lisboa, onde se casou com a filha do Conde de Porto Alegre. O casal teve três filhos. Nesse período, entre outros trabalhos, pintou os retratos de D. Pedro I, D. Pedro II e Duque de Caxias. Voltou ao Brasil e no Rio, tornou-se professor de desenho da Academia Imperial de Belas Artes. A seguir, ganhou a cátedra de história da arte, estética e arqueologia – esta última uma paixão do imperador Pedro II.

Pedro Américo foi um entusiasta da pintura histórica. Entre 1870 e 1871, é responsável pela revista de caricatura A Comédia Social. Em 1877, expõe em Florença a Batalha de Avaí, encomendada pelo Ministério do Exército. A obra é novamente exposta, juntamente com a Batalha dos Guararapes, de Victor Meirelles (1832 – 1903), na Exposição Geral de Belas Artes de 1879, e gera intensa polêmica.

Em 14 de julho de 1886, assinou um contrato com o governo do Estado de São Paulo, para pintar a “Proclamação da Independência”. Devia entregar a obra pronta em 1889, mas terminou um ano antes. O trabalho foi todo feito em Florença, onde foi exposto, para o Salão de Honra do Museu do Ipiranga, atualmente Museu Paulista da Universidade de São Paulo – MP/USP, em abril de 1888, antes de ser entregue ao governo paulista, em 14 de julho daquele ano – é a tela conhecida como “Grito do Ipiranga”.

Pintou seu auto-retrato a pedido do governo italiano, para ser colocado na sala de pintores célebres da Galleria Nazzionale degli Uffizzi, em Florença, a cidade italiana conhecida como berço da arte. Isso equivaleu a uma consagração. Seus quadros mais conhecidos são “Batalha do Avaí”, “Grito do Ipiranga”, “Judith e Holofernes”, “Rabequista Árabe, “Tiradentes esquartejado”. A “Batalha do Avaí”, segundo Cardoso de Oliveira, seu biógrafo, é considerada uma das mais notáveis obras-primas da arte mundial. Com 48 metros quadrados, a pintura representa a batalha da guerra do Paraguai. Os personagens de maior destaque na cena são o duque de Caxias e o general Osório, este no momento em que é atingido por um tiro na boca.

Sua obra esteve inserida na arte neoclássica, privilegiando temas históricos e personificações. Suas pinturas são fundamentais para se compreender o patriotismo criado entre os brasileiros. Pedro Américo é considerado um inovador na pintura brasileira e, pelo seu talento, recebeu variados prêmios nacionais e internacionais. Muitas de suas obras entraram para o imaginário coletivo, sendo reproduzidas em diversas ocasiões. Entre as pinturas mais importantes, além das já citadas, estão: A Batalha do Campo Grande, A Fala do Trono, Independência ou Morte e Paz e Concórdia.

Pedro Américo foi um pintor muito marcante do período imperial brasileiro, mas manteve seu prestígio com a Proclamação da República. Enquanto outros pintores de sua geração foram levados ao ostracismo, como Victor Meirelles, o talentoso pintor da Paraíba continuou produzindo importantes obras. Chegou até a ocupar o cargo de deputado no Congresso Constituinte, por Pernambuco, em 1890, apresentando projetos de interesse cultural. Em 1900, em Florença, pintou “Paz e Concórdia”, a grande tela alegórica que foi seu último trabalho e está exposta no Palácio do Itamarati, em Brasília.

Pedro Américo foi um dos mais famosos artistas de sua época e é um dos principais nomes da pintura histórica brasileira. Morreu em Florença, aos 62 anos, e foi enterrado na Paraíba, a pedido do governo do estado. Foi autor de importantes obras de arte da República também, como o quadro Tiradentes Supliciado, que se encontra no Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG).

Fontes:

http://www.infoescola.com/biografias/pedroamerico/

http://educacao.uol.com.br/biografias/pedro-americo.htm

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21332/pedro-americo

http://www.e-biografias.net/pedro_americo/

CHRISTO, Maraliz de Castro Vieira. Pintura, história e heróis no século XIX: Pedro Américo e Tiradentes Esquartejado. Tese de Doutorado, UNICAMP, 2006.

FERNANDES, Cybele V. F. A construção simbólica da nação: A pintura e a escultura nas Exposições Gerais da Academia Imperial das Belas Artes. In: 19&20 – A revista eletrônica de DezenoveVinte. Volume II, n. 4, outubro de 2007.

MACHADO, Vladimir. Pedro Américo.

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