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Data de publicação do verbete: 24/10/2016

Princesa Isabel

Alto Sertão Paraibano. O município é marcado por um dos episódios históricos mais peculiares do século XX no Brasil, “A Revolta de Princesa”.
Data de publicação: outubro 24, 2016

Localização: Alto Sertão Paraibano

Distância da capital João Pessoa: 430 km

Acesso a partir de João Pessoa: BR-230 até Patos, PB-110 com destino a Teixeira, PB-306 para Juru, PB-426.

Limites geográficos municipais: Tavares, Manaíra, São José de Princesa, Nova Olinda, Pedra Branca, Boa Ventura, Triunfo, Quixaba e Flores

Área territorial: 367,975 km2

População: 23.247 habitantes

Gentílico: Princesense

Emancipação política: 18 de Novembro de 1921

Altitude: 690 m

Vegetação: Caatinga

Hidrografia: Bacia hidrográfica do Rio Paraíba, sub-bacia do Rio Piancó. Afluentes: Riachos do Bálsamo, Arara, Bruscas, Gravatá, do Vinho, do Caldeirão e Tapuio

Clima: Quente Semiúmido

Temperatura: 15ºC a 32ºC

Economia: Agricultura, pecuária e comércio.

Feriados Municipais: Festa da Padroeira, Emancipação Política

História

Princesa Isabel é uma cidade do Sertão da Paraíba marcada por um dos episódios históricos mais peculiares do século XX no Brasil, quando protagonizou a Revolta de Princesa, momento em que suas forças políticas a proclamaram independente da Paraíba e constituíram em Princesa um Território Livre.

Na região de Princesa, no sítio Lagoa da Fazenda foram encontrados traços da presença indígena, com artefatos de cerâmica. Esses teriam sido os primeiros habitantes daquela localidade. Entretanto, sua ocupação territorial data de meados do século XVIII. A data mais precisa é 1766 quando se instalam os primeiros sesmeiros, Lourenço de Brito Correia, Jose de Araújo Cavalcanti e outros.

Em 1766, Lourenço de Brito Correia requereu ao governo da Paraíba as terras em torno da Lagoa da Perdição, hoje o centro da atual cidade de Princesa Isabel. Tinha uma extensão de 19.800 metros (3 léguas antigas) por 6.600 metros (13.068 hectares), que iam aproximadamente do Riacho D´antas (Laje), até o Riacho Grande (Várzea). O território seguia até a Escorregada no Riacho Gravatá, indo pelo Riacho Tapuio acima até chegar ao Sítio Jatobá (vizinho ao Sítio das Trincheiras) onde retornava pela Serra do Gavião até chegar novamente ao Riacho D´antas.

Dona Natália do Espírito Santo é considerada a fundadora da Princesa Isabel, onde, no início do século XVIII, no local conhecido como Lagoa da Perdição, foi construída a primeira fazenda de criação de gado da região.

No entanto, em 1859 a cidade foi fundada, quando foi erguida pelo Padre Francisco Tavares Arcoverde a primeira capela. Chamada de Nossa Senhora do Bom Conselho, que deu origem ao primeiro nome do município, Bom Conselho. O terreno onde a igreja foi levantada fazia parte do patrimônio de Natália Maria do Espirito Santo.

Em 1875, o arraial, também chamado de Fazenda de Dona Natália, foi elevado à categoria de Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho. É elevado à categoria de vila com a denominação de Princesa. Em 1879, pela lei nº 659, a vila é extinta e seu território anexado ao município de Piancó. Em 1880, volta a ser vila, desmembrada de Piancó. No ano de 1883, torna-se comarca.

Com o isolamento, as secas e outros fatores, o seu desenvolvimento é retardado até à segunda década do século XX. Com as obras promovidas no período do governo do presidente Epitácio Pessoa (1919 – 1922), que teve no chefe político local, o coronel José Pereira Lima, importante parceiro, a já Cidade da Princesa, experimenta importante desenvolvimento econômico e social. A realidade urbanística, cultural, artística e educacional da cidade era mais desenvolvida do que outros municípios do interior do Nordeste.

Em 1921, num intervalo de sessenta e dois anos desde sua fundação, Princesa atingiu a sua independência administrativa, tornando-se cidade e se preparando politicamente para, em poucos anos, entrar para a história. A Lei nº 540, de 18 de novembro de 1921, elevou a Vila de Princesa à categoria de cidade, em seguida, por Decreto-Lei nº 1164, de 15 de novembro de 1938, o município e a comarca passaram a denominar-se, por fim, Princesa Isabel.

Em 1930, Princesa Isabel atravessa o seu período mais marcante, a Revolta de Princesa. A revolta foi liderada pelo coronel José Pereira Lima, que se insurgiu contra medidas econômicas e práticas políticas modernizadoras adotadas pelo então presidente da Paraíba, João Pessoa. O estopim para o rompimento do coronel com João Pessoa foi a decisão do presidente do Estado de deixar de fora, na composição de uma chapa para deputado federal, o ex-governador João Suassuna, pai do escritor Ariano Suassuna, e grande amigo de José Pereira. Foi um momento histórico para todo o Brasil. Devido a um conflito entre o Presidente do Estado da Paraíba, João Pessoa e o Deputado Estadual e chefe dos revoltosos, o “Coronel” José Pereira, Princesa Isabel teria a sua independência temporária da Paraíba declarada. O decreto constituía Princesa um território livre com seu próprio hino, bandeira e exército.

A separação do município foi publicada na primeira página do Jornal De Princeza, do dia 21 de junho de 1930. O Decreto N.º 01, que proclamava a autonomia político-administrativa em relação ao governo Estadual, porém subordinado politicamente ao poder político federal.

“ART. I – Fica decretada e proclamada provisoriamente a independência do município de Princesa, deixando o mesmo de fazer parte do Estado da Paraíba, do qual está separado desde 28 de fevereiro do corrente ano”.

O movimento era semelhante a uma guerra civil e sofreu influências do contexto político nacional. O difícil relacionamento do Estado da Paraíba com a cidade de Princesa Isabel, terra do coronel José Pereira Lima, passa a repercutir nacionalmente e as marcas dessa crise política interna pautaram acontecimentos que eclodiram no estopim da Revolução de 1930.

A representatividade histórica de Princesa para atividade turística estabelece para estudiosos uma verdadeira fonte de informação a respeito da vivência das transformações políticas, culturais e sociais vividas no Brasil da década de vinte e trinta.

Princesa acompanhou ainda as transformações culturais vivenciadas no Brasil de 1920. As repercussões do Movimento Modernista de 1922 foram sentidas diretamente na Paraíba em 1924. Através do coronel José Pereira veio para Princesa um poeta pernambucano chamado Emídio de Miranda, que inspirado nos manifestos culturais de 1922 criou na cidade o Grupo Literário Joaquim Inojosa, uma espécie de “Sociedade de Letras”.

A cidade é conhecida pela atuação e disputa política das tradicionais famílias “Pereira” e “Diniz”. Princesa também é berço de filhos ilustres, tais como o Dom Frei Antônio Muniz Fernandes, Alcides Carneiro, Benedito Batista Pereira e Francisco Soares de Araújo (Canhoto da Paraíba), famoso violonista e músico brasileiro, que por ser canhoto, tocava com o violão invertido, mas sem inverter as cordas, pois precisava compartilhar o mesmo violão com seus irmãos destros.

A base da economia local é o funcionalismo público municipal e estadual, as pensões e as aposentadorias dos idosos, o pequeno comércio, a agricultura familiar e a pecuária.

Eventos turísticos: Festa da Padroeira Nossa Senhora do Bom Conselho, Festa da Mandioca, festividades juninas, entre outras.

Patrimônio arquitetônico / cultural material: Palacete dos Pereiras, Casarão da Feira, Estátua do Presidente Epitácio Pessoa, Antigas Usinas José Pereira Lima, Escola Gama e Melo, Galeria Alexandrina Lima, Mausoléu Canhoto da Paraíba, Casa Praça 15 de Novembro, Prédio do Antigo Conselho Municipal e Fórum, Prédio Comercial, Açougue Municipal

Atrações Turísticas Naturais: Cachoeira de Minas e inscrições rupestres

Equipamentos culturais / turísticos: Praça Epitácio Pessoa, Praça de Eventos Natália do Espirito Santo

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Princesa_Isabel_(Para%C3%ADba)

http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=251230

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1320561

http://pedroseverinoonline.blogspot.com.br/2009/07/historia-de-princesa-isabel-paraiba.html

http://pt.slideshare.net/FranciscoFlorencio/patrimonio-cultural-do-municipio-de-princesa-isabel

http://www.portalintercom.org.br/anais/nordeste2016/resumos/R52-0712-1.pdf

http://www.paraibatotal.com.br/noticias/2014/11/18/83442-princesa-isabel-tambem-comemora-nesta-terca-feira-18-seus-93-anos-de-emancipacao-politica

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