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Data de publicação do verbete: 18/11/2015

Radegundis Feitosa

Um dos maiores músicos instrumentistas que a Paraíba já concebeu. Reconhecido nacional e internacionalmente. Foi o primeiro doutor em trombone do Brasil.
Data de publicação: novembro 18, 2015

Naturalidade: Itaporanga- PB

Nascimento: 13 de agosto de 1962 / Falecimento: 1° de julho de 2010

Formação acadêmica: Doutor em trombone pela Catholic University of America/EUA; Mestre pela “The Juilliard School” de New York/USA (1987) e Bacharel pela Universidade Federal da Paraíba (1983).

Atividades artístico-culturais: Maestro, trombonista clássico e popular; Presidente e fundador da Associação Brasileira de Trombonistas; Professor e chefe do Departamento de Música.

Prêmios: Concursos nacionais e no “East & West Artists” para debut no Canegie Recital Hall em New York, USA.

Radegundis Feitosa natural de Itaporanga – PB nasceu de uma família de músicos. Filho de Heleno Feitosa Costa, trombonista amador, organizava orquestras de Carnaval e era construtor fundador do Poeirão, o famoso torneio de futebol que se realiza no mês de maio em Itaporanga. Tem um irmão oboísta e outro saxofonista, e dois de seus filhos também seguiram na música.

Quando era estudante, Radegundis passou a tocar o instrumento na banda do colégio e em orquestras de carnaval. O rapaz iria longe na carreira de instrumentista. Estudou com Edmilson Pinto e deu os primeiros passos na música na banda filarmônica Cônego Manoel Firmino do Colégio Diocesano D. João da Mata, criada pelo monsenhor José Sinfrônio (também já falecido), sob a direção de Severino Ferreira.

Depois se mudou para João Pessoa para estudar engenharia, mas começou a estudar em 1981 no recém-formado Departamento de Música da UFPB, formando-se em 1983. Onde, ingressaria como professor e também foi chefe do Departamento de Música. Sempre se preocupou em aumentar os seus conhecimentos. Radegundis cursou mestrado na Juilliard School em Nova Iorque/EUA (1987), e doutorado na Catholic University of America em Washington/EUA (1991). Tornou-se o primeiro brasileiro doutor em trombone.

Durante os estudos de Graduação foi orientado pelo Professor Jacques Ghesten, trombone principal da Orquestra Sinfônica da Paraíba na época, e nos cursos de Mestrado e Doutorado pelo Professor Dr. Per Brevig, trombone principal do Metropolitan Opera House em New York-USA. Foi premiado em concursos nacionais e internacional como o “East & West Artists” para debut no Canegie Recital Hall em New York, USA.

Se apresentou como solista, camerista e instrumentista de Orquestra em centros musicais importantes do Brasil. Fez shows nos Estados Unidos da América do Norte e Europa, e gravou discos. Desenvolveu atividade didática intensa no Departamento de Música da UFPB e nos vários festivais de música do Brasil. Foi o presidente fundador da Associação Brasileira de Trombonistas, e era o trombone principal da Orquestra Sinfônica da Paraíba e trombonista do BRASSIL (Grupo de Metais e percussão).

Apresentava-se com vários grupos, além do Quinteto Brassil, também o Brazilian Trombone Ensemble, de metais e percussão. Também dirigiu o grupo Paraibones, um conjunto de trombones formado por alunos seus da faculdade.

No dia 1º de julho de 2010, viajou para sua cidade natal com Luis Benedito, Adenilton França e Roberto Ângelo. Iriam tocar no aniversário de 150 anos da paróquia. Prestes a chegar à cidade, perdeu o controle do automóvel, na estrada. Nenhum dos passageiros resistiu. Morreu aos 47 anos, deixando viúva, filhos e neto.

Em 2011, a história de vida e sucesso do músico foi tema de um documentário que foi lançado no dia 14 de maio, no Cine Banguê do Espaço Cultural, em João Pessoa. O documentário foi produzido pela TV da própria instituição (TV-UFPB) com o apoio do Núcleo de Produção Digital da Paraíba (NPD-PB).

O filme conta com o depoimento de músicos que conviveram com Radegundis, além de um rico material de arquivo que mostra mais de 20 anos da carreira do trombonista, que era considerado um dos melhores do mundo. Antes da exibição do documentário, houve uma apresentação do Quarteto de Trombones da Paraíba e do Quinteto Brassil, dois dos grupos criados por ele. O documentário em longa-metragem foi filmado em 2010 e contou com a direção de Arthur Lins e Niu Batista, além de uma equipe formada inteiramente por técnicos da Universidade.

No dia 7 de novembro de 2012 foi inaugurada A Sala de Concertos Radegundis Feitosa, que faz parte do projeto de expansão física da Universidade Federal da Paraíba. A sala, a primeira do gênero na Paraíba está instalada no complexo de edifícios do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) da UFPB, Campus de João Pessoa. O trombonista era um dos responsáveis pelo processo de idealização e construção do ambiente. Atualmente funciona como sede da nova Orquestra Sinfônica (OSUFPB).

Em 2014, a Escola Municipal Radegundis Feitosa, localizada no bairro de José Américo, realizou uma programação especial em comemoração à data de nascimento do músico Radegundis Feitosa. Durante o evento, os alunos receberam os familiares do músico. O coro e banda marcial da escola fizeram a apresentação do Hino da instituição de ensino. O evento ainda contou com a apresentação do Quarteto de Trombones Sol Mi Ninfas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

“Radegundis foi e é um dos maiores músicos instrumentistas que a Paraíba já concebeu. Radegundis foi o primeiro doutor em trombone do Brasil. Reconhecido nacional e internacionalmente. Portanto, a homenagem é mais do que justa. É merecedora”, disse o secretário de Educação e Cultura de João Pessoa, Luiz de Sousa Junior.

Para o gestor, Radegundis “é um mestre, um professor que deve ser cultuado pela nossa Paraíba. É uma luz que se apagou muito rapidamente, mas de qualquer maneira está presente nos corações das pessoas que conhecem e sabem o que é uma boa música”, continuou Luiz de Sousa Junior.

Já a diretora da escola Radegundis Feitosa, Elizabete Sousa de Oliveira, contou que “queremos que a comunidade escolar tenha contato com a história e a importância desse músico paraibano para a cultura da Paraíba, do Brasil e do mundo”.

O instrumentista foi o responsável, ao lado de outros músicos paraibanos, em revitalizar o cenário de música instrumental na Paraíba que repercute até os dias de hoje. O incentivo aos jovens músicos do interior, além do seu papel enquanto educador musical em atividade na UFPB e o seu destaque alcançado como um dos melhores trombonistas do mundo, fizeram de Radegundis um marco no cenário cultural paraibano.

 

Fontes:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1107201008.htm

http://cofemac.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1289&Itemid=

https://pt.wikipedia.org/wiki/Radegundis_Feitosa_Nunes

http://www.joaopessoa.pb.gov.br/pmjp-presta-homenagem-ao-musico-paraibano-radegundis-feitosa/

http://www.clickpb.com.br/noticias/cultura/acidente-mata-quatro-musicos-da-pb-entre-eles-radegundis-feitosa-e-benedito-honorio/

http://www.jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-morte-de-radegundes-feitosa

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