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Data de publicação do verbete: 11/10/2016

Ronaldo Cunha Lima

Poeta, promotor, advogado, professor e político. Foi membro da Academia Campinense de Letras, membro do Conselho Federal da OAB.
Data de publicação: outubro 11, 2016

Naturalidade: Guarabira – PB

Nascimento: 18 de março de 1936 / Falecimento: 07 de julho de 2012

Formação: Bacharelado em Ciências Juridicas – UFPB

Atividade artística: Poeta

Atividades profissionais: Promotor, advogado, professor e político

Publicações: 50 canções de amor e um poema de espera (1955); Alice Carneiro: Imagem da Mulher Paraibana a Serviço das Grandes Causas (1977); Perfil do Município (1984); 13 Poemas Pinturas de Carlos Furtado (1986); Estado e Município na Reprodução do Espaço (1991); Poemas de sala e quarto (1992); A Serviço da Poesia (1993); Versos gramaticais (1994); A Seu Serviço (1995); Legislação Eleitoral (1997); Livro dos tercetos – Em defesa da língua portuguesa (discurso no Senado Federal, 1998 ); Sede de Viver Boqueirão – Ameaça de um Colapso (1998); 3 seis, 5 setes, 4 oitos e 3 noves – grito das águas (discurso no Senado Federal, 1999); A seu serviço II (1999);  Efeito Vinculante (1999); A seu serviço III (2000); Lei de Responsabilidade Fiscal, (2001); Roteiro sentimental – fragmentos humanos e urbanos de Campina Grande, (2001); Poesias Forenses (2002); Novo Código Civil – Exposição de Motivos e Texto Sancionado (2002); Poemas amenos, amores demais (2003); Gramática Poética (2004); A Missa Em Versos e Outros Cantos de Fé (2004); Eu Nas Entrelinhas – Extratos e Retratos da Minha Vida (2004); Breves e leves poemas (2005); Azul itinerante, poesia policrômica (2006); Sal no rosto – sonetos escolhidos (2006); Princípios e Teorias Criminais (2006);  As flores na janela sem ninguém – uma história em verso e prosa (2007); Artesanato e Arte Popular na Paraíba (2007); Frentes de Emergência – Uma Solução Definitiva (2008); Velas Enfunadas, poemas à beira mar (2010).

Ronaldo Cunha Lima, filho de Francisca Bandeira da Cunha e Demostenes Cunha Lima, nasceu na cidade de Guarabira, em 1936. Estudou no Colégio Pio X e no Colégio Estadual do Prata, em Campina Grande. Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), cursou Ciências Jurídicas pela faculdade de Direito da instituição.

Em 1951, trabalhou inicialmente como vendedor de jornais, depois como garçom (no restaurante do seu irmão Aluísio), na Associação Comercial de Campina Grande, na Rede Ferroviária do Nordeste e no Cartório de Dona Nevinha Tavares. Com o trabalho, Ronaldo custeava os seus estudos e ajudava nas despesas domésticas, porque o seu pai, ex-prefeito de Araruna, faleceu muito cedo, deixando sua mãe Dona “Nenzinha” com a responsabilidade de criar e educar uma família numerosa.

Assim como o pai, Ronaldo Cunha Lima, desde jovem já demonstrava vocação para a política. Campina Grande foi o cenário principal da sua história política. Em 1959, aos 23 anos, foi eleito vereador da cidade pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Em 1963, foi eleito para o cargo de deputado estadual e quatro anos depois foi reeleito. Em 1969, no meio do segundo mandato de deputado, ele abriu mão do cargo e se candidatou e foi eleito prefeito de Campina Grande pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Pouco tempo depois de assumir teve o mandato cassado pela ditadura militar. Ronaldo passou dez anos fora da Paraíba, voltando mais tarde à Campina Grande e retomando a vida política.

Em 1982, foi novamente eleito prefeito da cidade, já pelo PMDB, assumindo o cargo em 1983. Sua gestão ficou marcada pela construção do Parque do Povo. Ao deixar a prefeitura ele foi sucedido pelo seu filho Cássio Cunha Lima, que hoje ocupa o cargo de senador e é seu principal herdeiro na política.

Em 1990, nas primeiras eleições gerais depois da redemocratização, Ronaldo Cunha Lima foi eleito governador da Paraíba. O político deixou o governo estadual em 1994, para concorrer à eleição para o Senado Federal sendo substituído por Cícero Lucena.

Em 1999, quando ainda exercia o mandato de senador, Cunha Lima sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou com a saúde debilitada. Porém essas dificuldades não o fizeram abandonar a vida pública. Em 2002, foi eleito deputado federal e reeleito em 2006, mas em 2007, renunciou ao cargo por pendências com o Supremo Tribunal Federal.

Além da carreira política, Cunha Lima também se destacou pela atividade artística. Ronaldo era apaixonado por poesia, sobretudo pela obra de Augusto dos Anjos. Com isso, ele participou do programa Sem Limite, da Rede Manchete, onde venceu o concurso de perguntas sobre a vida e obra de Augusto dos Anjos, em 1988.

Ronaldo começou a ensaiar seus próprios versos na infância, por volta dos 10 anos. “A paixão dele pela poesia surgiu quando ele era criança. Isto porque o avô já era um exímio soletrista”, declarou o jornalista Nonato Guedes.

Ronaldo Cunha Lima escreveu um de seus poemas mais famosos, o Habeas Pinho, em uma situação inusitada, em 1955, em Campina Grande. O poema, que virou petição na Justiça, nasceu depois que um grupo de boêmios, que fazia serenata, teve o violão apreendido pela polícia.

Os músicos recorreram ao advogado recém-formado, Ronaldo, que logo entrou com uma ação na Justiça para resgatar o instrumento musical. A ação foi escrita em forma de verso e ficou conhecida como “Habeas Pinho”.

O presidente da Academia Paraibana de Letras, Luiz Gonzaga Rodrigues, relembrou o desfecho do caso. “O juiz Arthur Moura foi quem deu a sentença e os músicos conseguiram o violão de volta. A ação não estava escrita nos termos técnicos, mas o juiz deixou se levar pela poesia do requerimento”, disse Gonzaga Rodrigues.

A poesia sempre esteve presente na vida e alma de Ronaldo, e marcou praticamente toda a sua trajetória, “Quando ele foi prefeito de Campina Grande, inaugurava obras e colocava placas em versos” revelou o jornalista Nonato Guedes. Na carreira literária, o poeta escreveu vários livros de poesias, ciência política, direito e sociologia.

Ronaldo foi membro da Academia Campinense de Letras, membro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Também ingressou na Academia Paraibana de Letras em 11 de março de 1994, saudado pelo acadêmico Amaury Vasconcelos.

Ronaldo foi casado com Maria da Glória Rodrigues da Cunha Lima com quem teve quatros filhos, Ronaldo Cunha Lima Filho, Cássio Cunha Lima, Glauce Cunha Lima e Savigny Cunha Lima.

O político morreu no dia 07 de julho de 2012, em decorrência de um câncer de pulmão diagnosticado em julho de 2011. Durante cinco meses, Ronaldo foi internado várias vezes para se tratar de um câncer em São Paulo e em João Pessoa.

O filho Cássio Cunha Lima confirmou a morte do pai em seu perfil no Twitter “Os poetas não morrem! O poeta Ronaldo Cunha Lima, após uma vida digna, descansou”, postou o senador.

 

O Medo e a Falta

Você me faz medo,

mas você me faz falta.

 

A diferença entre o medo e a falta

é que o medo você sabe quando tem,

e na falta você sente que não tem.

 

A falta, com o medo, sobressalta.

Entre o medo que você me traz

e a falta que você me faz,

você é o medo que me falta.

 

(Ronaldo Cunha Lima)

 

Fontes:

http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2012/07/ronaldo-cunha-lima-construiu-quase-50-anos-carreira-politica.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ronaldo_Cunha_Lima

http://www.osebocultural.com/galeria/32,,ronaldo-cunha-lima/galeria.html

http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2012/07/ronaldo-cunha-lima-tambem-e-reconhecido-como-poeta.html

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