Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos
Naturalidade: Macaparana-PE // radicado na Paraíba
Nascimento: 20 de dezembro de 1915// Falecimento: 10 de julho de 1968
Atividade artístico-cultural: Ator e compositor
Atividade Profissional: Radialista
Nº de Composições: 130
Nascido na cidade Macaparana, Pernambuco, no dia 20 de dezembro de 1915, Rosil de Assis Cavalcanti, foi radicado na Paraíba. Sendo visto figura ilustre e irreverente do cenário nacional, não só através de suas composições, mas pela sua coragem e irreverência. Com a veia humorística acentuada a usava tanto em suas canções como em seus trabalhos radiofônicos, porém também através da música e do rádio denunciou o que acreditava ser errado o que o tornou um personagem ativo na sociedade em especial campinense. Fez os cursos primário e ginasial no Recife. Em 1936 entrou para o 22º Batalhão de Caçadores da 7º Região Militar na cidade de Aracaju, em Sergipe. Em 1937, licenciou-se do Batalhão de Caçadores e passou a trabalhar no Fomento Agrícola de Sergipe. Nesse período sagrou-se como jogador tricampeão de futebol sergipano pelo Cotinguiba Sport Clube.
Em 1942 iniciou a carreira artística fazendo com Jackson do Pandeiro a dupla “Café com leite”, que atuou na Rádio Jornal do Comércio, em Recife, em 1943 mudou-se para Campina Grande, onde permaneceu até 1947, quando retornou a João Pessoa. Há registros de que Jackson do Pandeiro gravou mais de vinte músicas em parceria com Rosil. Em 1953, Jackson do Pandeiro gravou um dos maiores sucessos de sua carreira e o maior da carreira de Rosil, o coco “Sebastiana”, que seria regravada, em 1969, por Gal Costa e Gilberto Gil, em LP da cantora baiana. No mesmo ano, passou a trabalhar na Rádio Borborema, também de Campina Grande, e a cantora Ademilde Fonseca gravou na Todamérica o baião “Meu cariri”, de sua autoria. Outros grandes sucessos de Rosil gravados por Jackson do Pandeiro foram “Cabo Tenório” e “Moxotó”.
Rosil Cavalcanti era conhecido como Zé Lagoa, devido ao programa “Forró de Zé Lagoa” apresentado na Rádio Borborema na cidade de Campina Grande. O programa mesclava personagens, humor, canções, poemas, notas de utilidade pública, piadas, e sem dúvida tantos ingredientes tornaram “Forró de Zé Lagoa” um dos principais programas radiofônicos das décadas de 50 e 60. Atuando nessas duas artes, música e rádio, Rosil se tornou ativista cultural e político, através dessas duas áreas, em especial o rádio, ele teve grandes desafetos, porém a aceitação do público era inquestionável.
Com Jackson do Pandeiro compôs, entre outras, “Quadro-negro”, “Cumpadre João” e “Os cabelos de Maria”. Em 1955, o Trio Orixá gravou o baião “Meu Cariri”, em parceria com Dilu Melo. Em 1956 Jackson do Pandeiro gravou em Copacabana o xote “Moxotó”. Em 1958, Marinês e sua Gente gravaram os baiões “Aquarela nordestina” e “Saudade de Campina Grande”. Em 1962 teve a marchinha “Faz força, Zé” e o xote “Ô véio macho”, gravados na RCA Victor por Luiz Gonzaga e o baião “Forró de Zé Lagoa” gravado por Genival Lacerda na Mocambo. Rosil foi casado com Maria das Neves Coura, sem filhos, Dona Nevinha foi a dona de seu coração até seu falecimento no ano de 1968 aos 53 anos de idade o compositor sofreu um infarto fulminante, deixando ao todo 130 composições de sua autoria.
Em 1987, foi contemplado pelo Centro de Estudos de Documentação da História Brasileira (CEHIBRA) com a terceira série de discos da coleção “Compositores Pernambucanos”. O álbum, que contou com a organização de Renato Phaenlante e os arranjos e regência de Maestro Duda, reuniu doze sucessos seus, entre sambas, sambas-canção, frevos de bloco, toadas e maracatus. Em 1989, o cantor e compositor paraibano Biliu de Campina gravou o disco “Tributo a Jackson e Rosil”, em que interpretou, entre outras, “Forró na gafieira”, “Chapéu de couro” e “Coco do Norte”. Entre outros, também gravaram músicas de sua autoria o Trio Nordestino, Pedro Sertanejo, Trio Orixá, Jacinto Silva, Gilvan Chaves e Zito Borborema.
Em 2003, teve a sua música, “A festa do milho”, gravada no álbum “Canções joaninas”, do cantor e sanfoneiro Targino Gondim. Em 2007, teve a música de sua autoria “Sebastiana” gravada pelo cantor e compositor Kojak do forró, no álbum ao vivo “O afilhado do rei do ritmo Jackson do Pandeiro”. O CD/DVD, de lançamento independente, produzido por Kleber Matos, foi uma homenagem ao cantor e compositor Jackson do Pandeiro. Em 2015, em decorrência de seu centenário de nascimento, entre diversas homenagens que recebeu, o cantor e compositor Chico Salles lançou o CD “Rosil Cavalcanti do Brasil”, trazendo 13 faixas de sua autoria, em parceria com outros compositores, como “Sebastiana”, “Cabo Tenório”, “Na base da Chinela”, “Quadro Negro”, “Ô veio macho”, e “Forró de Zé Lagoa”, parceria com Jackson do Pandeiro. O disco, produzido por Zé Milton, teve participações especiais de Maciel Melo, Josildo Sá, Biliu de Campina, Chico César e Silvério Pessoa.
Fontes:
https://reporterjunino.com.br/2016/07/03/rosil-cavalcanti-e-o-forro-de-ze-lagoa/
https://dicionariompb.com.br/artista/rosil-cavalcanti/