Naturalidade: Sapé – PB.
Nascimento: 15 de junho de 1950 / Falecimento: 11 de março de 2015.
Atividades artístico – culturais: Acordeonista, compositor e arranjador.
Discografia: “Vou Caminhar” (Ariola Discos, 1983); “No Forró Eu e Ela” (EMI, 1986); “Machucando Gostosinho” (EMI, 1987); “Forró Rasgado” (Atração Fonográfica, 2000); “Forró Do Jeito Que A Gente Gosta” (1984); “Roda de Sanfoneiro” (Tapecar).
Outras/parcerias: “Chamego, remelexo”; “Dança do Mateu (c/ Elias Soares)”; “Do jeito que a gente gosta”; “Esse coração é meu”; “Forró embriagado” (c/ Elias Soares); “Mexe mexe, funga funga”; “No canto da parede” (c/ Elias Soares); “Relembrando Sapé”.
José Severo da Silva nasceu em Sapé, mas viveu em várias cidades da Paraíba. Aos 11 anos de idade foi viver na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Herdou o ofício do pai, o músico Severino Severo da Silva, de quem usou o sobrenome como nome artístico. Aprendeu a tocar concertina de 8 baixos com 8 anos, escondido do pai, que o havia proibido manusear seu instrumento, sob pena de lhe bater.
Quando descobriu que Severo já tocava surpreendentemente bem, seu pai desistiu de cumprir a ameaça e passou a levá-lo como seu substituto nas festas em intervalos de descanso, até que, gradativamente foi-lhe passando o lugar, indo apenas acompanhá-lo nos eventos. Resolveu a aprender a tocar sanfona, aos 10 anos, quando, numa das cidades em que foi tocar com o pai, viu um tocador em um bar onde pararam para comer.
Severo pediu para tocar na sanfona do músico que estava se apresentando no local, mas ele apenas deixou que visse o instrumento, argumentando que o menino ia estragar o instrumento. O garoto ficou muito aborrecido e encarou aquela negativa como um desafio. Pediu ao pai uma sanfona, pois daí em diante era esse o instrumento que queria tocar. Seu pai, cedendo a sua insistência, resolveu fazer um crediário. Nesse dia, ao jogar no bicho, ganhou uma boa quantia e com esse dinheiro comprou-lhe uma sanfona.
Logo Severo passou a se apresentar em praças de várias cidades entre a Paraíba e Pernambuco. Numa dessas apresentações, em Carpina, Pernambuco, o mesmo tocador que lhe tinha negado experimentar sua sanfona, ofereceu-lhe seu instrumento por estar encantado com a arte do menino, porém o jovem negou, dizendo que não precisava mais.
Em 1961 chegou ao Rio de Janeiro, passando a tocar na feira de São Cristovão, mas logo ascendeu como sanfoneiro, começando a tocar com Jackson do Pandeiro em 1969, acompanhando-o em shows e gravações. Sua primeira gravação em estúdio ocorre em 1971, com LP O Dono do Forró, pela gravadora CBS, que trazia sucessos como “Morena Bela” e “Forró em Campina”. A parceria com Jackson durou por mais de uma década, tendo fim com o falecimento do cantor, em 1982.
Tocou com Alceu Valença, com quem se apresentou no festival de Montreux na Suíça, além de ter tocado com Elba Ramalho por mais de cinco anos, Fagner, Fafá de Belém, Chico Buarque, Zé Ramalho e Luiz Gonzaga, para quem também fez arranjos, entre outros.
Como compositor, sua obra é composta por cerca de 180 músicas, a maioria de alcance restrito ao Nordeste e ao Norte do Brasil. Suas composições foram gravadas por diferentes artistas, entre as quais, Zé Ramalho, que gravou “Esse coração é meu”, Elba Ramalho, que gravou “Do jeito que a gente gosta”, que foi título de disco e show da cantora, e Roberta Miranda, que gravou “Mexe mexe funga funga”. Sua sanfona também está presente em “The Rhythm of the Saints” (1990) do cantor norte-americano Paul Simon.
Em 1979 participou do disco “A peleja do diabo contra o dono do céu”, de Zé Ramalho, tocando acordeon na faixa título. Em 1980 participou do disco “Coração bobo”, de Alceu Valença, no qual tocou acordeon nas faixas “Como se eu fosse um faquir”, “Coração bobo” e “Vem morena”.
Em 1982 e 1983 apresentou-se no Festival de Montreux, considerado um dos melhores músicos do festival. Realizou show solo na Itália, e ainda na companhia de Elba Ramalho em Israel, Portugal, França, Japão e China, sendo que nesses dois últimos, também se apresentou sozinho. Fez show com Caçulinha e Chiquinho do Acordeon na TV Globo.
Gravou 11 discos, entre eles o LP “No Forró Eu e Ela” lançado em 1986 pela EMI Odeon. Em 2000 lançou pela Atração Fonográfica o CD “Forró rasgado”, com destaque para “Homenagem a Capiba”, de Dominguinhos, “Dança do Mateu”, com Elias Soares e “Relembrando Sapé”, de sua autoria. É considerado por muitos como um dos maiores sanfoneiros brasileiros.
Em 2003, fez os arranjos e tocou no CD “Forró na Lua”, lançado por Jadiel Guerra. Nesse ano, fez inúmeras apresentações acompanhando Jadiel e tocando com Durval Pereira e Mozart Laranjeira. Tocou no festival de Itaúnas no Espírito Santo, acompanhando Jadiel Guerra.
No mês de abril de 2004, participou dos eventos de revigoração da música nordestina no Rio de Janeiro, tocando, entre outros, na casa de show Forró na Praia, na Barra da Tijuca, acompanhando Jadiel Guerra e fazendo o público vibrar com seu toque de sanfona.
Em 2005, tocou nos dois principais palcos do Centro de Tradições Nordestinas, a famosa Feira de São Cristóvão, para um público de centenas de pessoas, acompanhando Jadiel Guerra, em apresentação que homenageou Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. No mesmo ano, participou da gravação do CD do sanfoneiro Zé Calixto, com quem se apresentou por vezes, em casas noturnas do Rio de Janeiro.
Morreu em 2015, aos 64 anos de idade, após um mal súbito em sua casa, no Rio de Janeiro. Segundo amigo próximo, Severo andava debilitado com a morte de sua esposa, Maria Andrade, em novembro de 2014.
Fontes:
http://www.blognotasmusicais.com.br/2015/03/arretado-sanfoneiro-paraibano-severo-do.html
http://programaralabucho.blogspot.com.br/2012/06/programa-ralabucho-n-50.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Dono_do_Forr%C3%B3