Município: Areia – PB
Localização: Praça Pedro Américo, centro.
Ano de construção: 1818
No século XIX, homens de fortuna ergueram os primeiros sobrados na vila que seria, posteriormente, batizada de Areia. Seguiram-se muitas outras construções congêneres da burguesia local, dentre estas, destaque especial para o “Solar José Rufino” construído pelo português Francisco Jorge Torres.
A propriedade foi herdada por Dona Iaiá, mãe de José Rufino de Almeida. Em 1910, o imóvel foi vendido. Sessenta e um anos depois, José Rufino arrematou este antigo patrimônio de sua família em um leilão. O casarão que se encontrava em situação crítica passou por um processo de recuperação, mantendo os principais traços de seu desenho original.
A obra chama a atenção devido à sua grande opulência, na fachada principal, duas ordens de janelas reticuladas, com vidraças e uma porta que dá acesso ao interior. Lampiões de ferro no estilo da época, colocados na frente e nas fachadas laterais do prédio, constituem a iluminação externa.
Internamente, divide-se em 35 aposentos, mobiliados e decorados com preciosas peças antigas. O piso do pavimento inferior é todo em tijoleiras, exceto, a cozinha que conserva as lajes originais, ambiente que servia como sala de refeições para os escravos, dispondo de mesas de pedra engastadas na parede, fogão de alvenaria, panelões de ferro de fabricação inglesa e um primitivo moinho para triturar cereais.
Na parte posterior, a senzala, com seus cubículos individuais, em torno de um pátio lajeado e dois portões que dão para um terraço, num plano mais baixo, protegido por balaustrada, todo em pedra, de onde se descortina a paisagem maravilhosa da Gruta do Bonito.
O acesso ao pavimento superior é feito através de duas escadas de madeira com corrimão torneado. Na sala de jantar há uma lareira. As luminárias, os banheiros, os lavabos, acompanham o estilo da arquitetura colonial, evocando uma época de fato vivida intensamente.
O lugar que inspira e respira cultura está repleto de simbolismo, pode-se dizer que a história ganha vida em cada detalhe exposto no Solar José Rufino, desde a mobília de época, até as preciosas peças de antiguidade, a exemplo do primeiro aparelho telefônico da cidade, elementos que remontam de forma única um período visitado pelo grande público apenas nos livros escolares.
Dentre as ilustres visitas, o sobrado recebeu o escritor Jorge Amado, que ali se hospedou em companhia de José Américo de Almeida, em 1978. Com a morte de José Rufino, em 1979, o sobrado entrou, novamente, em declínio de uso e conservação.
Na década de 1990 foi adquirido pelo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba para instalação do Fórum da Comarca de Areia. Atualmente, o Solar José Rufino é utilizado pela Justiça Estadual, Prefeitura Municipal de Areia e Iphan.
Recentemente, o patrimônio foi mais uma vez restaurado, desta vez pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), tornando-se um espaço de apoio às ações da preservação da cidade, produção e promoção cultural abrigando em suas instalações o Ponto de Cultura Viva o Museu.
São três pavimentos e cinco salas para exposições, duas delas permanentes com o Memorial do Fórum que lá funcionou e o acervo do antigo cartório. Aberto ao público também para realização de eventos com a participação de grupos artístico-culturais locais.
Fontes:
https://www.flickr.com/photos/elloa/7444388268/in/photostream/
http://pedrofreirefilho.zip.net/areia/
http://trilhasdeareia.blogspot.com.br/2009/08/o-casarao-de-jose-rufino.html