Pesquisa e texto: Laura Moura
Ano de Criação: 2022
Local de Origem: João Pessoa – PB
Gênero: Metal e Rock progressivo
Integrantes: Isaac Ismael (Baixo), Isas de Azevedo (Guitarra), Gláucio Valério (Bateria), Matheus Porto (Guitarra) e Yan Davi (Vocal)
Spotify: Tapuia
Instagram: @tapuiapb
Canal no Youtube: Tapuia
Criada em 2022, Tapuia é uma banda paraibana conhecida por sua autenticidade. Com um som que passeia por gêneros musicais estrangeiros unidos à cultura brasileira, o coletivo trabalha também com um viés social. A origem da palavra “Tapuia” vem do tupi e significa, em tradução livre, algo como “o outro”,“bárbaro”,“inimigo”. Antigamente, explica a banda em entrevista para a Revista Mortífera, os povos originários que viviam no litoral usavam esse termo de forma pejorativa para se referir aos indígenas interioranos não-falantes de sua língua mãe (tupi). Entretanto, com o tempo a palavra passa por uma ressignificação, sendo usada pelo grupo como símbolo de resistência.
“Ao longo dos anos, essa palavra passou por uma mudança de significado, o que antes era uma palavra que gerava afastamento e ‘preconceito’, hoje é utilizado pelos povos Tapuias como orgulho de pertencimento a este povo. Usamos a palavra Tapuia com os dois significados, o primeiro de bárbaro” por tocarmos metal na Paraíba, desafiando o “comum” o ordinário, e também com o significado de orgulho, honra de ser brasileiro, paraibano e da história do nosso povo originário. Por isso somos Tapuia”, explica a banda para a Revista.
A história do surgimento da banda começa há muito tempo, ainda na escola. Apesar de não estudarem na mesma sala ou sequer se falarem, Yan Davi (vocalista) e Isaac Ismael (baixista) tinham algo em comum: a paixão pelo rock. Contudo, esse fato só seria descoberto em um momento que ambos usavam camisas de bandas de metal, situação que desencadeou uma conversa sobre música e, futuramente, sua amizade. A ideia de montar uma banda veio logo em seguida. Pouco tempo depois, Matheus Porto (guitarrista) também juntou-se ao grupo, que na época ainda não era Tapuia, mas sim uma banda mais de covers.
Foi somente em 2022, quando a banda ansiava em ser autoral, que nasceu realmente a Tapuia. Seus primeiros ensaios aconteceram em tempos pandêmicos, no apartamento do antigo baterista da banda. Suas composições transitavam por uma áurea autêntica, transmitindo suas culturas e raízes em gênero musical adepto a reinvenções e diversidade.
Atualmente, em 2024, a banda conta com 5 integrantes: Isaac Ismael (Baixo), Isas de Azevedo (Guitarra), Gláucio Valério (Bateria), Matheus Porto (Guitarra) e Yan Davi (Vocal). Além disso, sua discografia conta com 2 singles: ‘Miscreated (2023)’ e ‘Outsider (2023)’. Ambos percorrem um estilo livre e visceral, com riffs viciantes e articulados. Sua letras, cantadas em inglês, são profundas e repletas de metáforas e misticismo. Vale ainda ressaltar, a estética das capas dos lançamentos, homenagens à riqueza natural e cultural brasileira, idealizadas pelo guitarrista, fotógrafo e editor Isas.
“Assim como a ideia do nome da banda, queremos valorizar nossas raízes e mostrar isso para os nossos ouvintes. Os pássaros dos dois primeiros singles são aves brasileiras que acreditamos que encaixam esteticamente com a ideia de cada música que ela representa. São bonitas e gostamos delas”, comentam para a Revista Mortífera.
Apesar de ser um estilo “diferente” do que é valorizado regionalmente, a banda tem encontrado espaço em meio a cena paraibana. Com um público fiel, eles perseveram com um metal mais moderno, caracterizado por influências de bandas como Gojira e Deftones, e sendo acolhidos pelo cenário pessoense de rock/metal. Assim, Tapuia segue com altas expectativas para os próximos lançamentos. Agora com um novo produtor, as músicas permanecem com as mesmas ideologias mas com toques especiais de Isas e também já gravadas pelo novo baterista, Gláucio Valério.
“Achamos que as composições atuais do Tapuia vão dar bons frutos nas músicas que estamos gravando agora, colocando elementos do metal moderno misturado com nossas raízes culturais”, conclui em entrevista à Revista Mortífera.
Fontes:
3 ª edição – Revista Mortífera
https://open.spotify.com/intl-pt/artist/1qhYGpcYH5e1Iu8pn4k3Uw