Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos
Naturalidade: Patos-PB
Nascimento: 21 de junho de 1941 // Falecimento: 1 de janeiro de 1988
Atividade artístico-cultural: poeta, ensaísta
Atividade profissional: filósofo, jornalista, professor
Formação Acadêmica: Faculdade de Filosofia da UFPE (1964)
Publicações: Poemas de uma terra estranha (1967), Poemas Grotescos e Outras Fantasias (1983), O Espelho em que terminas (1986), Poesia Reunida (1997-livro póstumo)
Trajetória Jornalística: Jornal do Commercio (1964), Revista Leitura (1964-1975), Correia da Manhã (1970), Jornal Falado Perspectiva (1971), Coluna Nacional de Heron Domingues (1971), O Globo (1972), Última Hora (1973), Editora Abril (1976), Diário de Notícias (1976), Imprensa Brasileira de Notícias (1979-1981), Jornal de Brasília (1983-1985), Revista Humanidades (1984-1985)
Títulos e Homenagens: Patrono da cadeira nº 9, do Instituto Histórico e Geográfico de Patos; Biblioteca Tarcísio Meira César (Resolução nº 04, de 21 de junho de 2002)
Tarcísio Meira César, indiscutivelmente, foi a mais poética de todas as personalidades patoenses. Nascido no dia 21 de junho de 1941, era filho do casal José César Cavalcanti e Maria Rita Meira César. Na cidade de Patos, fez seus primeiros estudos. Em 1955, foi aprovado no exame de admissão ao Ginásio Diocesano, concluindo o curso ginasial em finais de 1958. Em princípios do ano seguinte, transferiu-se para o Recife. Na capital pernambucana, perfez o curso secundário no Colégio Padre Félix. Em seguida, aprovado no exame vestibular, ingressou na Faculdade de Filosofia da UFPE, diplomado em 17 de dezembro de 1964. Esforçado, buscando sua independência financeira, Tarcísio Meira César antes mesmo de concluir seu curso superior, tornou-se professor de Língua Portuguesa e Literatura, na Faculdade onde estudava, funções que desempenhou no período de 1963 a 1964, quando passou à condição de professor substituto da cadeira de Metodologia e Técnica de Pesquisa Social (1965). Mais tarde, foi assistente do Catedrático Pessoa de Morais (1968), com quem nutria fortes laços de amizade.
Em 1964, iniciou sua militância no jornalismo, atuando como repórter do ‘Jornal do Commercio’ do Recife. No ano seguinte, tornou-se redator e repórter especial do Diário de Pernambuco, passando a colaborar com vários jornais e revistas do país e do exterior. Em 1965, no Instituto de Ciências do Homem da Faculdade de Filosofia/UFPE, em Recife, Tarcísio Meira César fez seu curso de Pós-Graduação. Nesse mesmo ano, tornou-se redator e editorialista do ‘Diário da Noite’, também editado na capital pernambucana. Espírito culto, amante da poesia e dotado de profundos conhecimentos sobre os clássicos universais, ainda em 1959, ao lado de 13 outros jovens poetas paraibanos, participou da coletânea ‘Geração 59’, editada em João Pessoa, pela Secretaria de Educação e Cultura, cuja manifestação artística, constitui-se num “dos movimentos fundamentais da moderna produção literária paraibana”.
No Recife, por todo o ano de 1968, foi Oficial de Gabinete da Casa Civil, no Governo Nilo Coelho. Em princípios do ano seguinte, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde, através da Editora Leitura, publicou ‘Poemas da Terra Estranha’, seu primeiro livro, que foi posteriormente renegado, exceto, meia dúzia de poemas que foram republicados em ‘Poemas Grotescos e Outras Fantasias’ e ‘O Espelho Em Que Terminaras’. No Rio de Janeiro, onde residiu por alguns anos, Tarcísio Meira César foi Assessor de Imprensa da Prefeitura daquela capital (1975-1979), atuando também em vários veículos de imprensa da cidade. Em 1977, orientado pelos professores Mauro Mota e Sílvio Rabello, concluiu um de seus mais importantes estudos: ‘A Atuação da Mulher no Mercado de Trabalho’, que foi bastante aceito pela crítica da época. Redator da Imprensa Brasileira de Notícias (1979-1981), transferindo-se para a capital federal, tornou-se Professor substituto de Teoria Política I (1980), na Universidade de Brasília, onde também lecionou Introdução às Ciências Políticas (1981-1984).
Assessor de Imprensa da Secretaria de Assistência Social do MPAS (1977), foi ainda Chefe do Serviço de Ensino à Distância da Universidade de Brasília (1982-1985) e Assessor Especial do Ministro da Educação Marcos Maciel (1986). Cronista diário do ‘Jornal de Brasília’ (1983-1985), acumulou as referidas funções com o cargo de editor do suplemento literário Gazeta. Ainda em 1983, Tarcísio Meira César publicou seu livro ‘Poemas Grotescos e Outras Fantasias’. No ano seguinte, tornou-se editor da Revista Humanidades (1984-1985). Seu último livro, ‘O Espelho em que terminas’, foi publicado pela ARX Editora Ltda/Brasília, em 1986. Filósofo, ensaísta, jornalista e poeta, Tarcísio Meira César tinha em si ainda muito a oferecer. Mas, “os desígnios divinos determinaram que ele nos deixasse de maneira prematura”. Mergulhado num estado de inibição pavloviana, Tarcísio Meira César foi “um gênio que destruiu-se precocemente”, falecendo em 1 de janeiro de 1988, no Hospital Santa Lúcia, em Brasília-DF. Seu corpo, transladado para a cidade de Patos, foi sepultado no Cemitério São Miguel, no dia 3 seguinte.
Patrono da cadeira nº 9, do Instituto Histórico e Geográfico de Patos, em 1997, a Fundação Ernani Sátyro, enfeixou num único e valioso livro toda a sua produção poética, sob o título ‘Poesia Reunida’, volume que foi, então, largamente distribuído, e que, por sua vez, enriquece a bibliografia paraibana. Num gesto valoroso e digno de registro, seus familiares doaram ao Instituto Histórico e Geográfico de Patos, todo o seu acervo cultural, composto por 1.263 livros, fotografias, cartas e documentos, que foi rigorosamente catalogado e instalado em sala própria. Por força da Resolução nº 04, de 21 de junho de 2002, a Biblioteca do IHGPatos passou a denominar-se ‘Tarcísio Meira César’.
Fontes:
https://construindoahistoriahoje.blogspot.com/search/?q=+Tarc%C3%ADsio+Meira+C%C3%A9sar&x=0&y=0
https://www.escritas.org/PT/tarcisio-meira-cesar
https://www.cordelendo.com/2020/04/literatura-patoense-poesia-de-tarcisio.html