O maior conteúdo digital de cultura regional do Brasil
Registro das artes e culturas da Paraíba
O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
Data de publicação do verbete: 05/03/2025

Vernaide Wanderley

Escritora e poetisa.    
Data de publicação: março 5, 2025

Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos

Naturalidade: Patos-PB                                                  

Atividade artístico-cultural: escritora e poetisa                                                

Formação Acadêmica: Formação em Biologia na FARIFE – Faculdade de Filosofia de Recife; Mestrado na UFPE; Doutorado pela UNESP – Universidade Estadual Paulista                                                          

Publicações: Tatuagem (1981);  Litorgia, poesia, João Pessoa (1987);  Duas histórias de guia (1992); Rota dos Inocentes (1992); As Raízes que invadiram a Casa (2012); Geometria das Pedras (2019)

Premiações: Prêmio Othon Bezerra de Melo (1985); Prêmio Guararapes (1986); Prêmio Luis Jardim de Literatura Infantil (1990)                                      

Instagram: @vernaidewanderley

Vernaide Wanderley é uma escritora e poetisa paraibana nascida no município de Patos, no Sertão da Paraíba. Ela exerceu a função de pesquisadora social na Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ), instituição esta que dedicou-se aos estudos do geo-sócio-antropológico do espaço e lugar Sertão, a partir de obras literárias. Foi uma das responsáveis pela reabertura da União Brasileira de Escritores – PE, foi vencedora de prêmios como  o Prêmio Othon Bezerra de Melo (1985), o Prêmio Guararapes (1986) e o Prêmio Luis Jardim de Literatura Infantil (1990).

Fez diversas publicações, como os livros Tatuagem” (1981);  “Litorgia, poesia, João Pessoa” (1987);  “Duas histórias de guia” (1992); “Rota dos Inocentes” (1992); “As Raízes que invadiram a Casa” (2012); “Geometria das Pedras” (2019). Uma de suas publicações mais recentes: “Geometria das Pedras”, uma  coletânea de poesias, feitas desde o início de sua carreira até os dias atuais. A coleção foi organizada no sentido inverso, ou seja, desde os poemas até então inéditos, sob o título “Cotidiano em Vários Tons”, até os já publicados nos primeiros livros.

No poema “Alumiando terra e gente”, com o qual a autora abre o livro, Vernaide confessa: “A cada leitura, as palavras  saltam e ganham vida própria, misturam-se com o movimento  das sombras no chão  criando múltiplas imagens  que nos permitem ver  passagens e ouvir passos”.  Desde o início de sua obra, ela nos revela suas fogueiras e chuvas, seus mares e desertos, suas chamas e cinzas, elementos da vida, que pulsa, intensamente, em sua escrita, páginas que certamente merecem ser incluídas nos cânones da melhor literatura brasileira.

A geometria de Vernaide Wanderley, esse espaço de pedras que pavimentam os caminhos de seu universo é, na verdade, a geografia onde sua vida se passa. No entanto, a poesia de Vernaide não é meramente subjetiva ou catártica. Para Vernaide, ao escrever sobre suas raízes e seu povo, alcança o universal, e sua canção pode ressoar na África, no deserto, em qualquer latitude onde os seres humanos estejam. Assim, se a metáfora das pedras é desenterrada das encostas do campo, dos paralelepípedos da cidade, dos recifes das praias de Pernambuco e da Paraíba, é também a pedra drummondiana, as pedras em lençóis de sal e dor que ferem seu coração largo e solidário.

Ao apresentar o primeiro livro (Tatuagem) da escritora, o poeta Alberto da Cunha Melo afirmou: “Vernaide escreve uma poesia mais fisiológica do que cerebral, mais um grito de instinto reprimido do que uma catarse racional”. Mas, neste primeiro livro, Vernaide já sugere sua preocupação com seu povo. Em suma: seja em prosa ou poesia, Vernaide não pode escapar de seu destino: o de uma poetisa, cujas raízes são as de uma mulher cujas palavras muitas vezes se tornam emissárias da voz de tantas mulheres, que não podemos gritar suas dores e rebeliões. 

Mas valeu a pena acrescentar à sua obra, uma palavra atenta ao grito feminino de todos aqueles que, apesar de todos os movimentos e panfletos dos séculos XX e XXI, continuam buscando emancipação e igualdade. Para concluir, deixo um excerto do poema “Morte ao”, que a autora dedica às mulheres sem voz.

Fontes:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/VEMAIDE%20WANDERLEY.html

https://beraderos.blogspot.com/2023/04/vernaide-wanderley.html

https://lavozdelosbarrios.com/sobre-la-geometria-de-vernaide-wanderley/

https://www.germinaliteratura.com.br/2012/vernaide_wanderley.htm

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *