Naturalidade: Pombal – PB.
Nascimento: 28 de maio de 1951 / Falecimento: 21 de agosto de 1982
Atividade artístico – cultural: Poetisa
Violeta de Lourdes Gonçalves Formiga, nome completa da poetisa “Violeta Formiga”. Filha de José Formiga e Dona Prima Gonçalves Formiga. Passou a infância e adolescência na cidade de Pombal. Estudou no Colégio Diocesano e na Escola Normal Arruda Câmara na sua cidade natal. Em 1971, transferiu-se para a capital paraibana e ingressou na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no curso de Psicologia. Na Universidade, se notava suas tendências para a poesia, e ela começou a divulgar seus poemas nos jornais de João Pessoa, mais precisamente no Jornal A União, no suplemento Correio das Artes.
A poetisa paraibana viveu apenas 31 anos, tinha quase a mesma idade de Augusto dos Anjos (30), e assim como ele, deixou apenas um livro publicado: “Contra Cena”, depois da sua morte, os amigos reuniram poemas inéditos e publicaram “Sensações”, uma edição póstuma, no ano de 1981, na Galeria Gamela.
No livro “Sensações” vários poetas e amigos registraram depoimentos que ressaltam o valor de sua poesia e seu modo descontraído de ver e sentir o mundo, ou seja, foi feito um retrato físico e psicológico da poetisa.
Violeta Formiga além de poetisa era psicóloga, uma mulher sensível, cuja poesia trazia nitidamente uma grande paixão pela vida, e teve uma forte atuação nas letras paraibanas. Seus poemas são curtos, versos simples, destacando aspectos da vida cotidiana.
Para o crítico literário Hildeberto Barbosa Filho “A poesia de Violeta é rica, lírica, e confessional, mas não resvala para o subjetivismo, é uma poética que se centraliza no emissor no ‘eu- lírico’, com aspectos da vida cotidiana”.
O jornalista Evandro Nóbrega trata o retrato físico de Violeta Formiga que pode ser confirmado pelo trabalho do artístico plástico Domingos Sávio: Morena, com ar de boneca ágil, pequena, sorridente, bonita a seu jeito, pulsante, de cor e energia. Os olhos pretos, vivos, penetrantes, prazenteiros, joviais.
A poetisa foi brutamente assassinada, no dia 21 de agosto de 1982. Segundo depoimentos, Violeta sofria muito com o ciúme doentio do marido, que acabou ele próprio lhe tirando a vida.
Altemir Garcia revela a frieza do assassino “… depois nem lavou as mãos. Ligou a vitrola e foi escutar Brahms. Anco Márcio destaca o local escolhido para alojar a bala assassina: “…Logo no coração. Meu Deus, no lugar onde ela guardava todo o seu estoque de poesia e ternura.
O cronista Francisco Pereira Nóbrega deixou expresso nessas palavras, a maneira ser de Violeta e seu desejo de ser pássaro: Violeta onde estiver, estará repetindo a primeira frase que me disse: “ deixaram a gaiola aberta o passarinho voou. Achei foi bom”.
Em maio de 2016, Violeta Formiga foi homenageada com uma peça “Liberdade para as Violetas”, texto escrito pelo dramaturgo Fábio Mozart. E foi apresentada dentro das comemorações de 40 anos do Grupo de Teatro Experimental de Itabaiana (Geti).
A peça entrecruza depoimentos sobre a condição feminina e textos de Violeta. O espetáculo estreou na Universidade Federal da Paraíba no dia 27 de maio comemorando o aniversário natalício de Jandira Lucena, uma das fundadoras do grupo de teatro amador. Na ocasião, Jandira lançou seu livro “Uma homenagem a Violeta Formiga e outros escritos”, editado pelo Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPB. O livro saiu pelo selo “Humanidades”, do CCHLA, que publica trabalhos que tenham interesse acadêmico e social, “que descortinem novos objetos, novos problemas e novas abordagens na área das humanas”.
Para conhecer a poesia de Violeta Formiga é recomendável viajar pelos seus versos, diminutos em quantidade, mas ricos em qualidade literária. Os livros de Violeta não foram mais reeditados, só é possível encontrá-los em bibliotecas ou em sebos.
“Viver é amar a vida sem definições. Viver é desabrigar os demônios e conviver com os Deuses”. (Violeta Formiga).
Alguns dos seus poemas:
Lua Cheia
Ancorar
no espaço
feito nuvens
e estrelas.
Você diz que
me ama,
é lua cheia.
Dádiva
Dádiva
Ser pássaro
E voar o infinito
Quer seja o meu último
Castigo.
Ária Nº.3
Um pássaro norturno
Vagueia
A procura de sua própria
Procura.
A cantar para o vazio
A mesma balada
Sai repetindo
Sua trista canção de angústia
Por se encontrar
No tempo sozinho.
Fontes:
http://euamoliteraturainfantil.blogspot.com.br/2012/03/violeta-formiga-homenageada.html
http://jildati.blogspot.com.br/2011/01/primeira-vez.html
http://isisdumont.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=4068232
http://geovaniaestevam.blogspot.com.br/2009/03/flor-paraibana-violeta-formiga.html
http://www.recantodasletras.com.br/homenagens/4068232
http://wagnerlimapb.blogspot.com.br/2008/10/mais-justo-impossvel-brindemos.html