Pesquisa e texto: Sandra da Costa Vasconcelos
Naturalidade: Uiraúna – PB
Nascimento: 18 de julho de 1923
Falecimento: 04 de setembro de 2004
Atividade artístico-cultural: poeta, escritor, cronista, poeta, crítico literário e imortal da Academia Paraibana de Letras
Atividade Profissional: jornalista, bibliotecônomo, bacharel em direito, historiador, contabilista e pesquisador
Filho de Sabino Duarte e de D. Maria Quitéria da Conceição, nasceu em Uiraúna, cidade do sertão paraibano, em 1923. Formou-se em Contabilidade, pela UFPB; Direito, pela Universidade Autônoma de João Pessoa; e Biblioteconomia, pela UNIRIO e Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, sendo o primeiro bibliotecário formado da Paraíba, diplomado em 1966. Fez alguns cursos técnicos: Treinamento de fiscalização do IAPAS; Chefia de alto nível do IAPAS; Noções de Contabilidade Mecanizada e Pesquisa de Artifícios Contábeis (IAPAS); Bibliografia da Etnografia e Folclore: Fontes Bibliográficas para o estudo do desenvolvimento do Brasil.
Iniciou a vida profissional aos 16 anos de idade como funcionário do IAPTEC e exerceu outros cargos no serviço público, principalmente nas áreas de previdência e historiografia, podendo-se citar: fiscal de contribuições previdenciárias do IAPAS, coordenador de arrecadação e fiscalização, redator de acórdãos do Conselho Superior da Previdência Social, assessor especial da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo da Paraíba e diretor do Arquivo Histórico da Paraíba.
Escreveu no Jornal A União (coluna “Letras e Artes” e suplemento literário “Correio das Artes”), chegou a ser redator no Correio da Paraíba, Jornal O Norte e no Anuário Paraibano, foi chefe de reportagem da Revista Temas (Rio de Janeiro) e diretor da revista Era Nova (João Pessoa), tratando mormente sobre assuntos literários. Participou do Conselho Estadual de Cultura da Paraíba e, em 1985, tornou-se presidente da Secção Paraibana da União Brasileira de Escritores (UBE).
Além da colaboração para jornais e revistas da Paraíba e outros estados, foi sócio honorário da International Students Society, membro da Associação Paraibana de Imprensa e sócio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba e do Estado da Guanabara. Empossado na Academia Paraibana de Letras, em 27 de dezembro de 1991, ocupou a cadeira de número 01, que possui Augusto dos Anjos como patrono e José Flóscolo da Nóbrega como fundador. Segundo sucessor, foi antecedido por Humberto Nóbrega. Foi sucedido por Altimar Pimentel e José Nêumanne Pinto, seu conterrâneo de Uiraúna. Foi recepcionado pelo acadêmico Jansen Filho. Durante o governo de Tarcísio Burity, em 1987, é fundado o Arquivo Histórico da Paraíba, localizado no Espaço Cultural José Lins do Rego, sede da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC), em João Pessoa.
Partiu de Waldemar o projeto de um espaço dedicado aos documentos históricos do Estado, separando-lhes das pastas meramente administrativas, a ficar sob responsabilidade do Governo. Implantou o acervo, reunindo documentos de diferentes instituições (públicas ou privadas), em uma seleção atinente à história da Paraíba e de João Pessoa, como arquivos desde o tempo colonial, cartas de Dom Pedro I e fotografias raras. Além dos volumes de origem institucional, parte advém de doações de pessoas, inclusive do próprio Waldemar, de modo que o local também conta sobre sua trajetória. Após sua morte, o Arquivo, em homenagem ao seu idealizador e primeiro diretor, passou a ser denominado Arquivo Histórico Waldemar Bispo Duarte.
Em seus trabalhos literários, em 1958, publicou seu primeiro livro de poesias, um livro de bolso com 170 páginas, intitulado Evocações – Poesias, Paraibanas, Cariocas, Ultramarinas, Íntimas. Conforme Wilton Veloso (assim como Waldemar, colaborador permanente em “Correio das Artes”), nesta obra Duarte apresenta seu comportamento diante dos fatos da vida, seu modo de reagir perante o cotidiano.
Em sequência, no ano de 1987, lançou uma biografia de Virgínius da Gama e Melo, O menestrel Virgínius da Gama e Melo, em que destaca a boemia literária de seu amigo.
Aposentado do serviço público, manteve atividades nas áreas de jornalismo, literatura e pesquisa. Sua biblioteca possui 50 mil volumes. Por vezes usou pseudônimos, como José Ameríndio e Marcílio Sepúlveda. Recebeu a Medalha Augusto dos Anjos, pela sua contribuição à cultura paraibana e por divulgar a obra do autor de “Eu”. Foi sua ideia a aposição de um busto de Augusto no Parque Sólon de Lucena. É homenageado, desde 2004, pela Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo da Paraíba (ABRAJET-PB), com o Troféu Waldemar Duarte. Em 1986, foi um dos sócios fundadores da associação.
Em 29 de julho de 2011, foi homenageado pela UBE/PB e FUNESC, através da Biblioteca Juarez da Gama Batista, durante sessão especial referente ao dia do escritor, 25 de julho.
Em 14 de setembro 2023, seu centenário, em 14 de Dezembro de 2003, assim como o de outros cinco imortais, foi homenageado pela APL, em sessão solene no Centro Cultural São Francisco. Faleceu em 2004, aos 81 anos. Foi casado com D. Etienete; tiveram cinco filhos, dois homens e três mulheres.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Waldemar_Bispo_Duarte
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ci/article/view/21856/12863
https://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/18611