Naturalidade: Buíque – PE / Radicada em Monteiro-PB
Data de nascimento: 12 de janeiro de 1924
Atividade artístico-cultural: Instrumentista (Pífano).
Isabel Marques da Silva tornou-se conhecida como Zabé da Loca quando morou por 25 anos numa loca (gruta). Retirou-se do Sertão pernambucano para a Paraíba ainda menina. Conheceu logo o trabalho rural, sem chances de frequentar a escola. Aos sete anos aprendeu a tocar “pife” com o irmão Aristides, do qual, já adulta, não soube mais o paradeiro. Dos 15 irmãos, Zabé viu morrer oito, de fome, sede e doença.
Zabé da Loca passou a vida entre o trabalho com a enxada e o ofício do pífano. De aparência frágil, com 1 metro e meio de altura, olhos azuis e rosto, desde cedo, marcado pelo trabalho ao solo e por exposição constante ao Sol. Ela teve que conviver com o assédio dos donos das fazendas em que trabalhou quando jovem. Por conta desta situação, engravidou e deu a luz a uma menina. Mais tarde, encontrou seu companheiro, Delmiro, com quem teve dois filhos.
Com grandes dificuldades de ordem financeira, ao ter sua casa desmoronada, Zabé foi morar com a família sob duas pedras na Serra do Tungão, permanecendo lá por 25 anos – algumas pessoas que a entrevistam acham que ela morou na gruta por volta de 50 anos. Precisando trabalhar na roça e não tendo com quem deixar as crianças, cavava buracos no chão, sob as sombras das árvores, cobrindo-os com trapos, para que ficassem ali protegidas até o fim de sua jornada de trabalho.
Em 2003, passou a morar no assentamento Santa Catarina, município de Monteiro, Sertão do Cariri, na Paraíba, distante 322 quilômetros de João Pessoa. A loca de Zabé continua intocável e deve se transformar num ponto de visitação turística e de preservação cultural.
Fontes: