Naturalidade: Cajazeiras – PB
Nascimento: 18 de dezembro de 1908
Atividades artístico-culturais: músico, compositor, poeta, folclorista, animador de auditório, declamador e escritor.
Nascido em Cajazeiras no estado da Paraíba, em 18 de dezembro de 1908, Alfredo Ricardo do Nascimento, órfão de pai e de mãe, teve uma infância muito pobre. Trabalhou na enxada aos nove anos e apanhou algodão, chegando a conduzir tropas de burro. Gostava de cantar desde a infância, mas sem imaginar que isso pudesse ser meio de vida. No fim da década de vinte do século passado, foi selecionado para servir ao Exército Brasileiro, mas não se sabe porquê foi mandado prestar o serviço militar no Rio de Janeiro. Lá ficou e passou a residir próximo ao Morro da Mangueira.
Ao fim da década de trinta do século passado, foi convidado pela primeira vez a participar do show de Joracy Camargo, chamado Aldeia Portuguesa, onde fez muito sucesso cantando uma embolada de sua autoria. Foi contratado pela Rádio Tupi, ocasião em que adotou o pseudônimo que lhe fez famoso pro resto da vida: Zé do Norte e, em 1940, foi trabalhar na Rádio Transmissora Brasileira, atual Rádio Globo.
Por esse período, em alguns dos seus programas, foi acompanhado por um sanfoneiro quase desconhecido. Seu nome era Luiz Gonzaga. Os dois foram parceiros por anos e começaram a fazer sucesso nas emissoras de rádios do Rio de Janeiro, na década de quarenta, com a música ‘Mulher Rendeira’, que foi interpretada pelo Rei do Baião.
Publicou o livro ‘Brasil Sertanejo’ em 1948 e, cinco anos depois, atuou como consultor do linguajar nortista e compositor no filme ‘O Cangaceiro’, de Lima Barreto (1953) e, ainda sobre a música ‘Mulher Rendeira’ (motivo atribuído a Virgulino Ferreira, o Lampião), ficou mundialmente conhecida após ser incluída no referido filme.
Entre suas mais de cem composições, a segunda mais famosa é “Sodade Meu Bem, Sodade” (1953), regravada por vários intérpretes, como Nana Caymmi, Pena Branca e Xavantinho, Socorro Lira, Marcus Lucenna, Xangai e Maria Bethânia.
Outros artistas, também interpretaram suas músicas, como Raul Seixas que gravou uma bela versão de ‘Lua Bonita’, no disco A Pedra do Gênesis, de 1988; Caetano Veloso que inseriu a música ‘Sodade, Meu Bem, Sodade’, no disco Transa, de 1972; entre outros como Geraldo Azevedo e Joan Baez.
E, assim, Zé do Norte se tornou conhecido como cantor, compositor, poeta, folclorista, animador de auditório, declamador e escritor. Zé do Norte faleceu de causa natural em Vila Valqueire, Rio de Janeiro.
Sandra da Costa Vasconcelos
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_do_Norte
https://coisasdecajazeiras.com.br/colaboradores/o-fabuloso-ze-do-norte/
https://www.cajazeirasdeamor.com/2015/10/cleudimar-ferreira-infancia-e-o.html?m=1