Naturalidade: São João do Rio do Peixe – PB
Nascimento: 1946 // Falecimento: 2020
Atividade artístico-culturais: poeta repentista
Atividade exercício-profissional: radialista
Obras Literárias: Bravos Sertanejos, Aconteceu
Considerado um dos gigantes da cultura nordestina, José Emílio de Morais, conhecido pelo nome artístico de Zé Morais era um dos maiores poetas repentistas do Nordeste. Nascido no distrito de Bandarra, na zona rural de São João do Rio do Peixe, no sertão paraibano, quando criança enfrentou dificuldades; órfão de mãe, foi criado seguindo apenas os conselhos do pai. Quinto filho do casal Emílio José de Morais (Mestre Milô), natural de Uiraúna, e Maria José de Sousa, natural da Bandarra, desde os oito anos já trazia em seu sangue o dom de criar poesias e escrever versos de improviso sobre tudo o que via e sentia, ressaltando algumas coisas fenomenais, como o canto dos pássaros, a chuva, o barulho das cachoeiras e tantas realidades que admirava na natureza. Ele dedicou mais de 40 anos da sua vida à viola, à poesia de cordel e ao repente. No seu currículo destacam-se CD’s, livros, programas de rádio e festivais em vários estados.
Tudo servia de inspiração para os seus versos. Cresceu ouvindo o aboio dos vaqueiros, os coquistas, cantadores e repentistas, o que o incentivou a comprar sua primeira viola, em 1963. Fez sua primeira cantoria na residência de Ananias Lucas, no Sítio Bandarra, onde nasceu. Seu parceiro se chamava Geraldo Limeira. Ambos realizaram suas primeiras excursões nas fazendas e cidades vizinhas. Trabalhou no escritório das Casas Pernambucanas e no Censo Demográfico e Agrícola do IBGE, de 1970 a 1975. Firmou-se como profissional repentista em 1974, fazendo o primeiro programa na Rádio Arapuan, em João Pessoa, em 1975. Assumiu, em Cajazeiras, na Rádio Difusora, o programa ‘Violas e Trovadores’. Também apresentou programa na Rádio Progresso, de Sousa, chamado “O Entardecer no Sertão”. Atualmente fazia cantorias e era um dos titulares do programa ‘Nordeste ao Som da Viola’, pela Rádio Alto Piranhas, das 11h30 ao meio-dia, que desfruta de uma grande audiência em toda a região onde atuou por mais de 15 anos.
Zé Morais também foi vereador em São João do Rio do Peixe, assumindo o mandato por dois anos. Casado com Josefa Maria de Lima, deixou uma filha: Glícia Maria Lima de Morais. Participou de mais de 30 festivais em todo o Brasil e em 2018 publicou seu livro: ‘Bravos Sertanejos’. Em dezembro de 2018, Zé Morais participou do programa Balanço Diário da TV Diário do Sertão, onde contou sua história e, claro, cantou versos de sua autoria. Foi a última entrevista dele. O repentista havia lançado, recentemente, um livro onde conta sua história de vida, família e sobre a região da Bandarra, onde nasceu, ilustrado com várias fotografias. O livro também traz poesias, canções e cordel. O trabalho recebeu o título “Aconteceu” e foi lançado no Sítio Cachoeira das Moças, na residência de José Deó, no município de São João do Rio do Peixe.
Zé Morais faleceu no dia 22 de outubro de 2020, aos 74 anos de idade, nos últimos dias, Zé Morais apresentou pressão alta e foi diagnosticado com pneumonia. Ele estava sendo medicado em casa após consultar um médico. Por causa dos sintomas de pneumonia, havia também a suspeita de Covid-19, mas ele fez teste em laboratório e o resultado deu negativo, Zé Morais foi um dos mais longevos e respeitados poetas da cultura paraibana.
Jonas do Nascimento dos Santos
Fontes:
https://coisasdecajazeiras.com.br/almanaque/ze-morais-o-bravo-sertanejo/