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Dia internacional da dança: o balé, a dança livre e o jazz de mulheres nordestinas

Amanda Vasconcelos

Tanto de forma profissional, quanto livremente, a dança é um alicerce de benefícios. Hoje, 29 de abril, é comemorado o Dia Internacional dessa manifestação artística, corporal e espiritual que auxilia na memória afetiva, na consciência corporal e na autoestima dos que dançam. A dança possui uma multiplicidade de meios de expressão, tais como o balé, o breakdance, a dança do ventre, a dança contemporânea, o forró e muitos outros. 

Ana Paula, Neuma Magalhães e Alexianne Lima são mulheres nordestinas que atuam em diferentes vertentes da dança, respectivamente no balé, na dança livre e no jazz. No Dia Internacional da Dança, conheça a história de cada uma:

Ana Paula Duarte

Ana Paula Duarte Damasceno, de 47 anos, é analista judiciária e nasceu em Recife, mas se mudou para a Paraíba com sua família em 2006. Ela sempre gostou de dançar, fez balé aos quatro anos de idade e voltou aos palcos em 1993, fazendo parte do grupo dança popular Mandacaru, existente na Universidade Católica de Pernambuco, onde estudou.

Após mais de 25 anos da sua última apresentação, já casada e mãe de dois jovens adultos, Ana Paula viu uma publicidade sobre ballet adulto em um estúdio de dança na capital paraibana e fez uma aula experimental. Essa experiência a fez perceber que o amor pela dança era maior do que qualquer preconceito de idade.

A servidora pública conta que é apaixonada pelo balé clássico desde a infância, mas conseguiu concretizar esse sonho  apenas aos 44 anos. Após três anos de aulas realizadas duas vezes por semana, Ana Paula evoluiu ao ponto de iniciar os trabalhos na sapatilha de pontas. Para aprimorar a técnica e fortalecer o corpo para dançar, ela começou a fazer aulas de ballet quatro vezes por semana, além de realizar uma preparação física específica com uma personal trainer para evitar lesões.

Ana Paula afirma que foi necessário quebrar alguns tabus, pois as pessoas imaginam que para fazer balé clássico, seria necessário iniciar os estudos desde a infância, porém o cenário está mudando: ”as mulheres mais maduras estão mostrando que não há idade para se iniciar qualquer atividade, inclusive o balé”.

“O ballet clássico é uma arte transformadora e realizadora de sonhos. Mesmo não tendo a idade e a forma física exigida pelos padrões impostos, o balé foi capaz de me mostrar que sou capaz de me expressar de uma forma singular por meio da dança, transformando sentimento em movimento. Hoje não me vejo longe do ballet, ele faz parte da minha alma”, conta.

Líbia Magalhães

Líbia Magalhães, de 19 anos, é estudante de jornalismo pela UFPB e nasceu em Cajazeiras. Por perceber diversos benefícios físicos e mentais ao dançar, ela pratica a dança livre, sem regras predefinidas e sem a pressão da dança profissional.

Líbia conta que dançar tornou-se uma forma de aliviar sua mente de pensamentos ruins, além de reanimá-la e tirar o estresse. Ao dançar sua mente fica sempre “mais leve” e seu corpo mais forte e flexível. “Dança é meu remédio para aliviar meus anseios, medos e problemas. Dançar me deixa leve e tranquilizada, é quase uma morfina da vida”, conta.

Ressaltando sua memória afetiva referente à dança, ela lembra os momentos de união da sua família. Em dias que esteve com seus pais e irmãos durante os feriados, ela conta que eles dançavam vários gêneros musicais e às vezes até com coreografia. 

O ato de dançar livremente contribui para o seu bem-estar. “Me sinto muito livre quando danço. Gosto de dançar, de me ver dançando, de elogios que posso receber por causa disso. Acho que dançar é um dos únicos jeitos de ter autoestima, minha felicidade e amor próprio se alonga um pouco. Acho que além da própria música o meu maior estímulo é a sensação de felicidade que dançar tem pra mim”, afirma.

Dia internacional do Jazz – A marca de Alexianne Lima 

O dia internacional do jazz é celebrado amanhã (30). Essa dança mescla movimentos do balé com a dança contemporânea. Uma bailarina que trilha seu caminho no jazz é Alexianne Lima, de 23 anos. Nascida em João Pessoa, iniciou seus estudos no jazz aos dez anos, além de ter começado no balé aos três anos de idade e no sapateado americano aos sete anos.  

O Jazz é uma paixão na sua vida. Ela teve seu primeiro contato oficial em um workshop em Salvador com o mestre Caio Nunes e a partir dessa experiência, a bailarina se apaixonou pela modalidade e buscou aprender mais da técnica.

“Não me vejo dançando sem o jazz! Vai muito além do dançar, me identifico com toda a vertente. É o lugar onde consigo melhor me expressar de forma confortável e segura. Tanto para dançar, ensinar e coreografar”, conta.

No seu caminho artístico, Alexianne ganhou uma bolsa de estudos no Centro de Dança Rio, onde teve aulas profissionais. Em 2021, tornou-se professora certificada e vinculada ao American Academy of Ballet de Nova Iorque e fez especializações também no jazz e no sapateado americano com grandes nomes da dança.

A bailarina ministra aulas de balé, jazz e sapateado americano no Centro de Movimento Saltarello, escola que ela e sua mãe, também bailarina, são donas.    Além de ter uma especialização em Jazz Musical, também investe no Teatro Musical da escola e tornou-se a produtora e coreógrafa do musical anual de fim de ano da Saltarello. 

Por ter começado tão nova, a dança faz parte de Alexianne: “A dança para mim é um estilo de vida, faz parte da minha essência, o mesmo que respirar. Sem a dança não existo, e eu não me vejo fazendo outra coisa. Para além do dançar, existe uma paixão, um amor que me move e sou feliz todos os dias trabalhando com isso”, afirma.

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