Foto: Assessoria Grupo Sagarana
Amanhã (5), o Grupo Sagarana Produções Teatrais, da cidade de João Pessoa, apresenta em Campina Grande, um espetáculo que resgata os últimos instantes do presidente João Pessoa, antes de ser assassinado. A peça se apresentará por dois dias consecutivos (terça e quarta), a partir das 20 hs no Teatro Municipal Severino Cabral.
O espetáculo teatral “De João para João” fala sobre o assassinato de João Pessoa, governante do estado da Paraíba, no ano de 1930. A dramaturgia se baseia numa carta escrita pelo seu assassino, o advogado João Duarte Dantas, dias antes de cometer esse crime que comoveu a sociedade da época, e que foi o estopim da Revolução de 30 no Brasil. “Pelo teor da carta, o que se tem é uma espécie de ‘crônica de uma morte anunciada’, daí o caráter dramatúrgico desse importante documento jamais explorado no teatro. A dramaturgia se vale de um documento público, embora desconhecido, para estabelecer um discurso dialógico que questiona, e reflete, não apenas as nuances históricas, mas também as paixões de duas vidas privadas”, informa a produção.
A apresentação coloca em cena dois atores nos papéis de vítima e assassino interpretados por Tarcísio Pereira e Flávio Melo, já conhecidos de outros trabalhos no teatro e no cinema. O famoso crime de 26 de Julho, ocorrido na Confeitaria Glória (Recife), é mostrado num ambiente de notícias da época, com informações curiosas da história da Paraíba naquele período tão conturbado. Segundo Tarcísio Pereira, autor do texto e diretor, a peça faz referência ao noticiário da época, mostrando que, assim como ocorre nos dias atuais, as pessoas transitam entre notícias, e notícias que insuflam o ódio e destroem vidas e reputações, às vezes gerando o crime.
A história – Histórias políticas com dramas passionais sempre andaram juntas. Em qualquer parte do mundo, episódios envolvendo o Poder Público – e que chegaram ao ápice do escândalo ou do crime – têm irrigado um amplo material na criação artística, notadamente na Literatura e no Teatro.
No Brasil de 1930, o assassinato de um governante estadual causou enorme turbulência e comoção nacional, chegando a deflagrar um movimento político que ficou conhecido como “Revolução de 30”, momento em que Getúlio Vargas assumiu a presidência da República. O que está por trás desse crime, não entanto, não é uma luta pelo poder, mas o desespero de um homem atormentado pela mídia oficial, e que resolveu lavar sua honra com o sangue de um poderoso chefe de estado. Até hoje, o crime gera controvérsias. A encenação desse fato, através de um texto jamais explorado, lança um novo olhar sobre a versão oficial com o testemunho legítimo do próprio criminoso, numa carta que continua inédita e que possui um potencial dramatúrgico repleto de sentimentos e curiosidades históricas.
A peça utiliza trilha sonora original do compositor e maestro Eli-Eri Moura, da Universidade Federal da Paraíba. A iluminação é de João Batista Mendonça, operação musical de Bruno Fonseca, fotografia de Antonio David, Arte Visual de Cristovam Tadeu e coordenação técnica de Claudevan Ribeiro.
A peça já tem várias apresentações agendadas por outras cidades paraibanas, e fará temporada na capital somente a partir de maio próximo, no Teatro Paulo Pontes do Espaço Cultural. No último final de semana, o grupo se apresentou em Guarabira e chega a Campina Grande nesta terça e quarta (6 e 7), no palco do Severino Cabral. Os ingressos serão vendidos na portaria do teatro aos preços de R$ 20,00 (Inteira) e R$ 10,00 para os que forem detentores do direito de meia entrada.
Via: Paraíba Cultural