Foto: Clóvis Júnior
Amanhã (28), o Monumento Casa da Pólvora, no Centro Histórico de João Pessoa, recebe a exposição intitulada ‘Feira no Mundo Naïf da Paraíba’. A mostra que valoriza uma das escolas mais importantes da arte nordestina, a naïf, tem seu pré-lançamento marcado para às 17h. O evento será gratuito e conta com o apresentação da banda 5 de Agosto.
Vinte e oito trabalhos, entre pinturas e gravuras, de 22 artistas paraibanos, ou radicados na Paraíba, poderão ser vistos gratuitamente até o dia 28 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. A exposição é fruto da primeira parceria entre a Casa da Pólvora e a Galeria de Artes Gamela, de onde vem parte das obras que estarão expostas no Monumento Histórico.
“Teremos obras de Clóvis Júnior, Alexandre Filho e ainda de Madriano Basílio e Geo, que foram premiados na Bienal Naifs do Brasil, promovida este ano pelo Sesc em São Paulo, sem falar das obras de artistas importantes que já partiram, como José Lucena, Dalva, Irene Medeiros e Isa Galindo”, descreve a curadora da mostra, Roseli Garcia, acrescentando que outra parte dessa mesma exposição está em cartaz na Gamela.
Obras de Analice Uchôa, Mary Silva e Tadeu Lira também podem ser vistas na Casa da Pólvora. Ainda integram o projeto, Denise Costa, Ivanusa Pontes, Rose Catão, Selma Sanches, Josenildo Suassuna, Francisco Neves, Luiz Tananduba, Adriano Dias, Gina Dantas, Abieser Lima, Célia Gondim e Marby.
Para Azevedo, que é artista e crítico de arte, naïf é a expressão mais pura da arte regional. “Nós temos uma infinidade tão grande de artistas naïf, que é impossível ignorar a força que essa escola tem na Paraíba. Fora isso, a arte naïf tem um forte apelo turístico, além de cultural. Quando você pensa em Nordeste, você pensa em armorial, pensa em arte naïf com suas festas, suas cores, suas temáticas religiosas, sua poesia”, pondera.
A arte naïf é concebida e produzida por artistas sem preparação acadêmica específica e sem a “obrigação” de terem de utilizar técnicas elaboradas e abordagens temáticas e cromáticas convencionais nos trabalhos que executam. Não se enquadra também na designação de Arte Popular, diferindo dela na medida em que se trata de um trabalho de criação individual que apresenta peças artísticas únicas e originais.
Caracteriza-se em termos gerais por uma aparente simplicidade e pela liberdade que o autor tem para relacionar ou desagregar, a seu belo prazer, determinados elementos considerados formais; a inexistência de perspectiva, a desregulação da composição, a irrealidade dos factos ou a aplicação de paletas de cores chocantes. A Arte Naïf exprime ainda, de um modo geral, alegria, felicidade, espontaneidade e imaginários complexos, resultando, às vezes, todo este conjunto numa beleza aparentemente desequilibrada mas sempre muito sugestiva.
Via: Portal Correio