Micael Menezes
No Brasil e no mundo, o rap é um estilo musical que se populariza a cada dia. Esse fenômeno ocorre, pois, o público alvo das músicas são os jovens que cada vez mais propagam esse interesse. Com uma grande diversidade de vertentes dentro de um mesmo estilo, as letras e batidas também são atrativos à parte. E na Paraíba, não poderia ser diferente. Um dos principais nomes paraibanos do rap é o Preto A.
Anderson Cibelius, mais conhecido por Preto A, é natural de João Pessoa – PB e entrou no mundo do rap quando percebeu que jovens negros poderiam externar todo o caos da periferia. Uma das inspirações que teve foi quando escutava a música “Sobrevivendo no inferno” dos Racionais MC’s e assim começou a procurar por outros artistas. Em 2004, conheceu os rappers Cassiano Pedra e Kalyne Lima. Junto com o DJ Alf e outro MC, formou o NH3 Novo Horizonte Hip Hop.
Com tantos anos de carreira e com propriedade para falar devido à experiência que tem, Preto A avalia o cenário paraibano do rap como muito rico e com vários artistas talentosos e esse talento está espalhado em diversos segmentos diferentes. Porém, na visão dele, isso é sufocado pelo ego cultural, onde oportunidades são dadas para alguns e para outros não, mesmo todos merecendo uma chance pelo esforço e caminhada. Para Preto A, é preciso uma maior organização para evoluir a cultura de forma que dê estrutura para quem participa, sendo necessário um investimento para que se possa gerar renda para todos os artistas.
Preto A já realizou inúmeros shows, mas os eventos que mais marcaram ele em toda a trajetória como rapper foi em um show que o MC Marechal estava presente e falou que ele era protagonista e futuro do rap e um outro evento do mundo do rap em que Emicida e vários outros artistas participaram.
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Uma das músicas preferidas do cantor é a “Fique Firme” que fala da situação atual do país e do empoderamento dos negros e do público LGBT. Ele quis ressaltar a importância de estar firme na personalidade individual de cada um. Escrever essa música foi uma forma de Preto A desabafar, soltando um grito de rebeldia contra o governo e isso é transmitido para quem escuta, pois ele percebe que o público entende o real sentimento da música.
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Preto A, além de ter a carreira de cantor e rapper bem estabelecida, também é produtor musical na Cristomaika. Tudo começou com um ato de resistência, pois ele saiu do emprego que tinha para poder fazer o que gosta e teve essa ideia pois se lembrou do próprio início no rap, onde a maior dificuldade era gravar músicas e a produção musical como um todo. Tendo o sonho de ter um home studio, ele conseguiu expandir para o que é hoje. Com isso, ele consegue transmitir toda a experiência adquirida para novos rappers do cenário, principalmente aos jovens do bairro do Cristo, em João Pessoa. Essa ação vem dando frutos, pois estão sendo produzidos EP para alguns desses artistas. Em um CD do Preto A, por exemplo, dois rappers da Cristomaika participam nas músicas. A equipe da Cristomaika, além da produção musical, agora está entrando na produção de filmes e videoclipes, já contando com diretores para essa função, tornando-se uma produtora musical e também audiovisual.
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