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Panelas de barro produzidas por paraibana são exportadas para a Europa

Anderson Lima*

Cidade pacata e de clima ameno, o município de Itabaiana fica a 78 km da capital João Pessoa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,  seu setor mais desenvolvido é o comércio e com uma população estimada de aproximadamente 24.519 mil habitantes. 

Foi de lá que saiu Maria das Neves Paiva, de 69 anos, mais conhecida como Nevinha do Artesanato. Nevinha iniciou a sua vida profissional no comércio, até se casar com o ceramista Antônio Teixeira de Paiva, de 72 anos.

Antônio produzia cerâmicas para uma olaria local e a comerciária, por admirar o trabalho do seu marido, relata Nevinha “devido a ser um trabalho muito bom.” Enxergou uma oportunidade de mudar de vida e o incentivou a empreender. 

No começo, Nevinha conta que o seu Antônio não achava que poderia dar certo a ideia de criar o seu negócio próprio, “ele não acreditava, mas eu acreditei”, conta a ceramista. Ela foi se dedicando junto com o seu marido. No início do trabalho, eles produziam muito pote, jarra e filtro. A artesã conta que “as vendas foram caindo, devido ao aparecimento do gelo-água e outros”.

Com 47 anos de experiência na produção, Nevinha conta que os 20 primeiros anos foram praticamente só de decepção, mas, depois que firmou a parceria com o Programa de Artesanato (PAP) e com o Sebrae, seu negócio começou a fluir, colhendo frutos até hoje. 

A artesã começou participando de salões e exposições de artesanatos. Mas, certo dia,  por um erro de queima na cerâmica – que tradicionalmente é vermelha, mas, dessa vez, ficou preta -, o que era um erro virou acerto.

É que o “erro acertado” de dona Nevinha aumentou o interesse dos clientes por suas peças. 

Em uma exposição que teve no salão de Artesanato, localizado no Jangada Clube, em Cabo Branco, “um rapaz me procurou querendo fazer a encomenda de algumas peças. Ele queria cem peças para entregar em 30 dias”, conta a artesã. Com isso, deu-se início a exportação das suas peças para o Reino Unido. Começou em 2007, “faz 8 anos que a gente manda para a Inglaterra, a cada dois anos vem pedido”, ela conta. Com o sucesso do seu trabalho, a demanda aumentou, “já vem pedidos com 4 mil peças, quase 7 mil peças”. 

De Itabaina para a Euroupa. Foto: Reprodução//Governo da Paraíba

A sua expectativa de sucesso aumentou após a proposta para exportar, “hoje me sinto muito realizada”, declara. Após todos esses anos de labuta, ela conseguiu gerar mais empregos e renda. Dona Nevinha demonstra muita gratidão ao Sebrae pela oportunidade, “hoje temos um incentivo para trabalhar e isso é muito bom”. 

A Gestora da PAP, Marielza Rodrigues, demonstrou uma satisfação muito grande ao ver o quanto alguns artesãos avançaram, se profissionalizaram e hoje estão até exportando. “No caso de Nevinha, ela é uma empreendedora nata, sabe aproveitar as oportunidades e todo o apoio do Sebrae e Governo do Estado”, diz Marielza. 

*Sob a supervisão de Carol Cassoli

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