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O caos e neblina: Vanildo Brito e geração 59

Cinquenta e dois anos da Geração 59! A pequena antologia poética de título homônimo ao da geração, ao longo do tempo, ramificou-se em diversas direções estéticas do movimento. A poesia, o ensaio, as artes plásticas, o cinema, a música, o teatro, enfim, toda e qualquer manifestação de índole criativa trouxe, na transição dos anos cinquenta para os anos 60 do século passado, o halo renovador necessário à tradição, ao mesmo tempo em que tornava a descoberta de novos caminhos.

Sem romper de modo radical com os modelos do passado, sobretudo se pensarmos em termos exclusivamente poéticos, como fizeram grupos e tendências posteriores, a geração 59 reage, desencadeando, em meio às diversas atividades que empreendeu, a verve do espírito crítico e a capacidade de demarcar definitivamente, no âmbito da história da cultura local, sua singularidade artística.

Não somente através da referida antologia, mas, sobretudo, por meio de A União nas Letras e das Artes, suplemento dominical do mais antigo jornal da Paraíba, os jovens dessa geração, tendo à frente a figura do poeta Vanildo Brito, deram vazão às suas inquietações estéticas e intelectuais. Por outra parte, o Clube da Poesia de João Pessoa, o Clube do Silêncio, a Exposição Surrealista e as chamas “Rondas Líricas” complementam o mapa de intervenções dos poetas, críticos, pintores, cineastas e teatrólogos pela paisagem cultural da cidade.

É, portanto, um pouco dessa história que me mobiliza o olhar crítico aqui e agora. este livro constitui uma pequena introdução ao debate sobre a Geração 59 e, em especial, sobre a poesia de vanildo Brito, revelando-se também como oportuna e merecida homenagem, se bem que a posteriori, dentro das efemérides desenvolvidas no ano de 2009.

O primeiro capítulo (“Geração 59 e Poesia: reação e inquietações”) tem, como ponto de partida da análise crítica, os textos da antologia e a consulta às páginas de A União nas Letras e nas Artes, particularmente nos números de agosto a dezembro de 1959. Percebe-se, aqui, que, além dos poetas e dos poemas comentados, a contribuição da Geração 59 demonstra um peso especial no que concerne às artes plásticos, ao cinema e ao teatro, sem esquecermos sobretudo as presenças críticas de um Geraldo Carvalho e do próprio Vanildo Brito.

Nomes que não integram a antologia colaboram constantemente com o suplemento de A União, configurando, assim, o corpo e as variadas tonalidades semânticas e ideológicas do movimento. Nas artes plásticas: Raul Córdula, Hermano José, Elcir Dias, Ivan Freitas e Archidy Picado; no cinema: Linduarte Noronha, Vladimir Carvalho, Jurandy Moura e João Ramiro Farias de Mello; no teatro e na pesquisa folclórica.

Referência

BARBOSA FILHO, Hildeberto. O caos e a neblina: Vanildo Brito e a geração 59. João Pessoa: Idéia, 2010. 149 p. ISBN: 9788575396285.

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