O lançamento da obra ‘O Maior São João do Mundo – Interfaces de uma Grande
Festa Brasileira.’
com autógrafos da autora Zulmira Nóbrega, acontecerá no próximo dia 7 de dezembro, sexta-feira, às 18 horas, no Cine Aruanda, localizado no Centro de Comunicação, Turismo e Artes da UFPB – Universidade Federal da Paraíba.
Zulmira Nóbrega Piva de Carvalho, graduada em jornalismo, mestra em comunicação e semiótica, e doutora em Cultura, faz parte do corpo docente do Departamento de Jornalismo da UFPB, com atuação na graduação e na pós-graduação, inclusive como atual coordenadora do Mestrado Profissional em Jornalismo, o primeiro do país em tal segmento.
O livro da professora Zulmira Nóbrega, com primorosa edição gráfico-editorial e belas imagens ilustrativas tem o selo da Editora Appris, de Curitiba (PR), que também está distribuindo a obra no mercado nacional e internacional. O texto do livro tem como base a tese de doutorado da pesquisadora, apresentada, no ano de 2010, ao Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que trata O Maior São João do Mundo como um megaevento, mediante sua condição de ser a mais expressiva realização festivo-cultural do ciclo junino do Nordeste do Brasil. A referida tese, aprovada com louvor pela banca examinadora, teve como orientador o professor doutor Antonio Albino Canelas Rubim, reconhecido como o principal pesquisador brasileiro em políticas públicas culturais, ex-secretário de cultura do estado da Bahia entre os anos de 2013 e 2016.
O título complementar da obra “Interfaces de uma grande festa brasileira” tem o propósito de enunciar e esclarecer que o trabalho textual da professora Zulmira Nóbrega, ainda que tenha como principal objeto O Maior São João do Mundo, a espetacular festa de Campina Grande que projeta a Paraíba para todo o Brasil e o Exterior, é exemplar para explicar os complexos mecanismos que envolvem os grandes eventos festivos brasileiros da contemporaneidade. Assim, o livro se propõe a ser muito atual na sua função de discernir sobre as festas públicas do Brasil, mediante seu leque interpretativo que contempla, além do megaevento campinense, as celebrações que acontecem em diferentes cidades e regiões do País, a exemplo da Oktoberfest, com destaque para a comemoração de Blumenau (SC); Festa de Peão de Boiadeiro de Barretos (SP); Círio de Nazaré, Belém (PA); Festa da Uva de Caxias do Sul (RS); entre muitas outras.
O texto da professora Zulmira Nóbrega, no livro, mesmo com genealogia acadêmica, escapa das amarras científicas, de modo a proporcionar uma leitura mais leve, para atender ao gosto de um público genérico, apresentando-se também de forma mais condensada em relação ao conteúdo original da tese, em uma versão mais enxuta, quase sem fundamentação teórica, mais liberta, portanto, e também convidativa a uma leitura mais dinâmica.
Na abordagem multidimensional de sua obra, Zulmira Nóbrega pensa, mostra e contextualiza, com muita abrangência e perspicácia, o Maior São João do Mundo, conforme sua condição de megaevento festivo junino público e popular, estruturas formais e materiais, relações sociais, familiares e amorosas, ações comportamentais, emotividades pessoais, jogos de poder, atos lúdicos, intervenções econômicas, atos de envolvimento e participação, espírito junino, fé religiosa, expressões artísticas e cenográficas e demais ocorrências relativas ao megaevento. Tudo em superlativa variedade, na projeção de um amplo plano simbólico – Nordeste, Paraíba, Campina Grande, São João, regionalismos, tradições e modernidade, multiculturalismos e identidade –, além de contextualizar a festa campinense em função das indústrias criativas, economia criativa, o mundo dos espetáculos e outros temas de relevância para a proposta da obra, de modo a revelar uma cadeia entrelaçada, questões transversais, cuja convincente compreensão, universal ou particular, mesmo que seja de um simples aspecto, clama por uma visão caleidoscópica, sobre sua vida e fertilidade.
As pesquisas da professora Zulmira Nóbrega abordam as edições do Maior São João do Mundo de 2007, 2008 e 2009, cujos resultados compõem a tese do doutorado. Logo, o livro se habilita como um robusto documento histórico, sociológico, político, econômico e cultural. Contudo, as investigações avançaram, também in loco, sobre o evento de 2017, e proporcionaram a pesquisadora também discorrer sobre fatos mais recentes, com fartas observações crítico-reflexivas.