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Teatro paraibano é escalado para o Festival de Curitiba

Anderson Lima* 

Os espetáculos ‘Travessia’, do Grupo Graxa, e ‘Fevereiro ou fica, vai ter bolo’, do Parahyba Rio Mulher, foram selecionados para integrar o Festival de Teatro de Curitiba (Fringe), considerado o maior da América Latina. Para tornar a apresentação possível, no entanto, os grupos estão tentando custear o deslocamento até o Sul do país com uma arrecadação coletiva on-line.

‘Travessia’ é um monólogo da atriz Kassandra Brandão, sob direção de Cely Farias, que vai contar as nuances de uma mulher em crise, que recebe um chamado para realizar uma travessia da qual jamais retornará.

A diretora da peça, Cely Farias, conta: “Esse não é só um evento artístico, é um evento que representa a comunhão e a força de vários grupos, vai ser uma experiência muito bonita.” 

‘Fevereiro ou fica, vai ter bolo’, também é um monólogo da atriz Natália Sá, sob direção própria, onde, em um ambiente festivo, o espectador é convidado para uma festa de aniversário  que  percorre os cincos estágios do luto. A atriz relata que, para ela, o espetáculo tem um significado diferente.

“É um espetáculo muito especial para mim, de um tema como o luto, que é tão íntimo, mas que toca o coletivo”.

Atriz: Natália Sá Foto: Thercles Silva

Natália Sá conta que está muito entusiasmada com o evento. “A edição de 2023 vai ser muito especial. A troca com os grupos e pessoas da cadeia teatral e cultural me anima”, diz.

Ambos os espetáculos paraibanos estarão integrando a “Mostra Solo, mas não só – mulheres em rede”, da qual Natália é uma das idealizadoras.

Vaquinha on-line 

O festival oferece aos grupos participantes a hospedagem e a alimentação durante os dias de apresentação. Porém, há outros custos para que as turmas cheguem até o destino e realizem os espetáculos, como: passagens aéreas de ida e volta, material de cena para seis apresentações e o deslocamento dentro da cidade.

Como os grupos  da Paraíba não têm como custear toda a participação no evento, começaram uma campanha virtual de arrecadação, onde as pessoas podem colaborar para levar os sonhos paraibanos até Curitiba. 

A ação começou no dia 3 de março e vai até 6 de abril. Quem quiser colaborar, basta acessar o site benfeitoria.com/projeto/teatropbemcuritiba. Lá, é possível acompanhar o andamento da arrecadação, bem como acompanhar cada um dos objetivos do financiamento coletivo.

Além de contribuir para a viagem do teatro paraibano ao Paraná, os benfeitores também receberão recompensas, que vão de agradecimentos nas redes sociais e distribuição de bottons dos grupos de teatro a oficinas artísticas e sessões fechadas dos monólogos. 

“Dessa vez será igualmente impactante, inesquecível  e transformador, e vai abrir muitas portas para que a gente possa levar o teatro paraibano para os quatro cantos do Brasil, principalmente neste momento em que a cultura volta a tomar fôlego”, relata a diretora Cely Farias.

Festival Curitiba

O Festival de Teatro Curitiba começou em 1922 com a proposta de fomentar o encontro das artes cênicas. A partir daí, inaugurou-se um capítulo brilhante na cultura brasileira e para a cidade de Curitiba, capital do Paraná.

Em 1998 o Festival importou a primeira edição do Fringe, um tipo de evento que surgiu em 1947, em Edimburgo, na Escócia. A modalidade nasceu quando algumas companhias de teatro ficaram de fora da programação do Festival Internacional de Edimburgo. E, diante da exclusão, elas resolveram criar um evento paralelo ao oficial – a partir deste ano outros Fringes surgem pelo mundo e em Curitiba não seria diferente.

O espaço aberto, democrático e sem curadoria recebe companhias artísticas de todo o Brasil e do mundo. Companhias essas que buscam no Festival audiência, visibilidade e uma crítica especializada. 

*Sob a supervisão de Carol Cassoli

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