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Valeska Asfora publica obra que dá voz a história de Anayde Beiriz

Jaqueline Rodrigues

Valeska Asfora, produtora cultural, mestre em políticas sociais e escritora, lança o primeiro livro intitulado: “Anayde Beiriz – a última confidência”, publicado pela Editora União. O livro busca trazer a trajetória de uma mulher que é conhecida por anos 20 estar à frente do seu tempo, deixando de lado as diversas versões que são contadas sobre o caso.

A entrevistada ressalta que o motivo principal para a escrita do livro surgiu da vontade de procurar entender a história da personagem que apesar da curta vida, continua viva diante de várias gerações. A produtora cultural conta: “São versões criadas a partir da falta de informações mais precisas, ou a partir do imaginário de cada pessoa que tenta recontar a sua história. Naturalmente me veio a vontade de saber mais sobre essa mulher que teve uma curta trajetória de vida, mas que seu nome se faz vivo, presente por várias gerações”.  

Valeska Asfora fala sobre Anayde Beiriz.
Foto: Reprodução / Instagram: @valeska_asfora

Na busca de materiais para a construção do livro, a autora buscou um caminho de descobertas carregadas de emoção, com base em documentos que teve acesso pela família de Anayde Beiriz. Ela explica: “Acredito que o livro traz exatamente esse percurso e seu resultado: primeiramente o que no livro chamo de “diálogo entre duas mulheres através da vidraça do tempo”, o que eu via dessa personagem através dessa vidraça embaçada por tantas versões ao longo de décadas, depois a “sua fala” através do questionário (que de fato foi o primeiro material a que tive acesso), a sua correspondência com o namorado que mostra nas entrelinhas o que pensava, o que fazia, um pouco de sua personalidade, a sua produção literária – que estava apenas começando, e por fim a sua morte, a carta de despedida – sua última confidência”.

A autora ainda ressalta que a principal inspiração partiu do fato de que mesmo Anayde Beiriz ter sido uma mulher que desafiou a sociedade com sua ousadia e liberdade, não escapou dos preconceitos, da violência que o patriarcado impõe até os dias de hoje.

“(…) das raízes mais remotas do patriarcado se estendem os preconceitos, o cerceamento de nossas ideias, ações, atitudes, o feminicídio, a violência física e psicológica, todo esse mal que nos alcança e que buscamos enfrentar ainda no século XXI e essa constatação alimentou ainda mais a minha inspiração inicial”, concluiu a escritora.

Ao ser questionada sobre futuras publicações, ela já pensa em seguir outro gênero, como um livro de crônicas ou contos. Ainda adianta que o momento é de cuidar da circulação de sua primeira publicação, com agenda durante todo o ano de 2022. A obra foi realizada com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc/ Secretaria de Estado da Cultura/ Governo do Estado da Paraíba, Edital Prêmio Parrá/ Paraíba, 2022.

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