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VI Feira Literária de Campina Grande: programação garante um evento repleto da cultura literária

Laura Moura

Além da venda de livros, o evento conta com uma programação completa para os amantes da leitura. Imagem: Reprodução/Flic

Dos contos de fadas a realidade, a VI Feira Literária de Campina Grande (FLIC) tem início dia 11, na metrópole campinense. Com encontro de cordelistas, apresentações musicais, lançamentos de livros, oficinas, rodas de conversa e muito mais, o evento dura até o dia 19 com uma programação diversificada. Além disso, a feira também receberá escritores renomados como Xico Sá, Stephanne Says, Bruno Ribeiro, Aline Bei, entre outros. Destacando a literatura nacional e regional, o evento proporciona encontros e trocas instigantes, provocando reflexões sobre essa arte tão rica e sua pluralidade no Brasil.

Criada em 2018, a Feira Literária de Campina Grande foi idealizada por 4 educadores: Iasmin Mendes, Samelly Xavier, Carla Teíde e Stellio Mendes. Com o intuito de instigar o universo literário na cidade desenvolvendo uma cultura de leitura, desde a primeira edição a feira realiza também saraus, encontros, oficinas além de eventos em escolas, parques, dentre outros locais na região. O FLIC desenvolve também 3 projetos: Leitura Viva, Repórter Literário e Cine Enem, que buscam despertar o lado literário dos estudantes da cidade.

Encontro no Flic 2019. Imagem: Reprodução/Flic

Aproximando cada vez mais o público leitor das discussões sobre literatura e escrita no país, Campina Grande se destaca não só visibilizando o nordeste mas também rompendo com a centralidade da escrita brasileira. O projeto desabrocha com novos leitores e perspectivas para os profissionais da educação, abrindo um mundo de possibilidades.


“Há alguns anos esse tipo de evento só acontecia no eixo Rio-São Paulo, e os amantes da literatura de todo Brasil se sentiam de fora. Público para eles sempre existiu em todas as cidades, o que faltava era pessoas que acreditassem que valia a pena realizá-los (e incentivo do governo). Ter um evento desse porte em Campina Grande, reunindo autores de todo o país, é uma grande vitória, e me sinto muito honrada de participar”, comenta a escritora campinense e participante do evento, Stephanne Says


Com diversos romances de fantasia e ficção, a autora contemporânea, assim como outros escritores do meio, inova com produções que rompem com o padrão da literatura clássica, unindo referências da cultura geek com a regional. Escrevendo tanto em português quanto inglês, Stephanne enxerga essa combinação como uma forma de alcançar públicos cada vez maiores e mais diversificados, representando variadas vivências da arte nacional e internacional.

Romancista contemporânea, Stephanne Says.
Imagem: Reprodução/
Stephanne Says

Mesmo proporcionando uma maior identificação dos leitores, esse novo meio ainda luta para ser reconhecido. Num mundo em que o tradicional é superestimado em detrimento da inovação cultural, não só os artistas são desvalorizados mas a arte é ferida e limitada. Para a autora, essa realidade já é antiga e carrega inúmeros preconceitos e estereótipos em seu discurso. Entretanto, ela defende o movimento pela diversificação da produção artístico-literária, trazendo em suas obras não só a pluralidade, mas também sua própria essência, numa conversa entre a arte e o seu “eu”.

“Se você parar para refletir sobre o assunto, consegue facilmente relacionar esse preconceito literário a outras opressões. Então, que tipo de pessoa tinha oportunidade de publicar um livro antigamente? Quais vivências eram silenciadas pela falta de oportunidade? O fato de autores que 200 anos atrás não tinham oportunidade de contar sua história, terem agora, incomoda muita gente”, continua Says.

Capa do livro de lançamento
de Stephanne Says.

Assim, participando de uma roda de conversa com a também escritora Cibelly Laurentino, Stephanne debate sobre o seu processo criativo, compartilhando dificuldades e dicas para quebrar o bloqueio de escrita. Além disso, a autora também realizará o lançamento do livro “As consequências de orbitar um buraco negro”, publicado em 2021 mas que não teve estreia devido a pandemia.

“A roda de conversa vai ser muito interessante, porque somos duas escritoras de estilos diferentes contando de onde vem nossa inspiração, então o público vai ter duas perspectivas distintas do mesmo assunto”, a escritora explica.

A Flic promete um encontro repleto de cultura e resistência, marcando Campina Grande e região com a magia da literatura. Para mais informações sobre a programação do evento acesse: Flic 2023.

Serviço:

Evento: IV Literária de Campina Grande (FLIC)

Data: 11/10 a 19/10

Local: Espaços culturais de Campina Grande

Ingresso: Gratuito

Programação: Flic 2023

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