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Data de publicação do verbete: 13/05/2023

Inácio da Catingueira

Poeta, cantador e repentista.
Data de publicação: maio 13, 2023

Naturalidade: Catingueira- PB

Nascimento:  31 de Julho de 1845 // Falecimento: 1879 

Atividades artístico-culturais: poeta, cantador e repentista.

Inácio da Catingueira, foi um escravo, poeta, cantador e repentista brasileiro. Analfabeto e de pai desconhecido, sequer tinha sobrenome e, por isso, ficou conhecido como Inácio da Catingueira por ter nascido e crescido, escravizado, em Catingueira, Paraíba.

Em 1979, completaram-se cem anos da sua suposta morte, sua homenagem foi reverenciada com festas e o prefeito da ocasião deixou como marco imperecivel de sua região uma estátua deste poeta negro escravo, o qual tinha por sua vez como cativo um pandeiro, que ponteia seus versos e repentes, que fazia do mesmo naquela época um artista original.

Há uma boa literatura sobre Inácio da Catingueira, em geral são os chamados folcloristas de ontem e antropólogos de hoje, todos transitam ao redor do famoso “Duelo de Titãs” travado entre Inácio com o pandeiro e Romano da Mãe d’água com a viola, na cidade de Patos. Essa Peleja é um marco na história cultural do Sertão Paraibano, onde a poética do repente conseguiu se sobressair como uma manifestação lúdica coletiva e apreciada por todas as classes sociais, acontecendo em ambientes  privados e nos sítios, configurando uma arte bastante difundida regionalmente e tornando-se referencial da cultura oral do nordeste. Inácio da Catingueira vem da tradição dos negros contadores de historias, os bantos, que tanto influenciou o ritmo e poesia brasileira.

Inácio veio a falecer em decorrência de uma pneumonia, em consequência de trabalhos no campo, com pouco mais de trinta e três anos de idade. Seu corpo não foi sepultado na fazenda, como de praxe faziam com os escravos. Repousa em uma praça, no centro da cidade, a qual leva o seu nome, tendo uma estátua no local em sua homenagem.

Em uma de suas pelejas com Romano de Teixeira, Inácio cantou:

Coisa que eu faço no mato,

Ninguém faz no tabolero

O que o branco faz  no duro

eu faço num atolero;

O que faz no mês de março

Eu tenho feito em janeiro

O branco bem amontado

O nego em qualquer sendeiro

A concessão que lhe faço

É correr no meu acero

Embora o diabo lhe ajude

Eu derrubo o boi primeiro..

Sandra da Costa Vasconcelos

Fontes:

https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/11249/6364

https://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%A1cio_da_Catingueira

https://proseandoeversando.blogspot.com/2011/03/literatura-de-cordel-e-influencia.html

 

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