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Data de publicação do verbete: 16/05/2023

Sankrota

Sankrota Afroturismo é um projeto cultural.
Data de publicação: maio 16, 2023

Fundação: 25 de Junho de 2022

Instagram: @sankrota 

Contato: (83) 8872-7274

E-mail:  sankrota22@gmail.com

Sankrota Afroturismo é um projeto cultural desenvolvido pela pesquisadora de Afroturismo e concluinte da graduação em Turismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Barbara Tenório.

A ideia surgiu diante da necessidade de ter uma representação que não degrade os bens culturais de origem africana, pois essas localidades sofrem com a invisibilidade ao terem sua identidade esvaziada ou ocultada, e mesmo quando ganham “espaço” são representados de forma estereotipada.

“Nossas ações estimulam os participantes a refletir sobre a discriminação racial, a diversidade étnica, segregacionismo, criando debates, além de apresentar valores, comportamento de respeito e solidariedade com todos os povos e culturas”, afirma a pesquisadora.

O nome também tem ligação direta com a ideia da iniciação do projeto já que “Sankrota” vem da junção das palavras Sank (Sankofa), que significa olhar para o passado para aprender e construir um futuro mais justo, e “rota” de caminho.

Já o afroturismo tem como proposta primordial a quebra do paradigma do turismo de massa que prioriza a visão da cultura europeia, através da adoção de narrativas que contem as histórias dos lugares de memória e dos personagens importantes da população negra, que em sua maioria foram apagados dos livros de histórias. 

Através do afroturismo, o projeto busca resgatar as raízes da cultura negra, revisitando lugares históricos da Paraíba, com caminhadas que explicam e valorizam o legado dessa população no estado, de forma a conscientizar os residentes e turistas do racismo estrutural, que está enraizado na sociedade.

Uma vez por mês, ocorre a Caminhada Jampa Negra, que é conduzida pela pesquisadora Barbara Tenório sob a orientação da geógrafa Dra. Andréa Leandra Porto Sales, professora e pesquisadora do Departamento de Geociências da UFPB e co-orientada pelo historiador e ativista Me. Danilo Santos da Silva, professor e pesquisador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) da Universidade Federal da Paraíba. 

O roteiro de cunho pedagógico é realizado no Centro de João Pessoa e faz um panorama do século XVI até os dias atuais, iniciando-se no Ponto de Cem Réis contando a história da Igreja do Rosário dos Homens Pretos, demolida em 1923. As próximas paradas são formadas pela Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, Praça Barão de Rio branco.

Outra ação do projeto é a Vivência Jurema Sagrada. O roteiro acontece na cidade de Alhandra com o intuito de dar luz a religião da Jurema Sagrada, formada por indígenas e descendentes de africanos, além de combater a intolerância religiosa que atinge as religiões de matriz africana. O projeto tende a ampliar ainda mais as rotas na capital paraibana e outros municípios. 

Em breve, segundo a pesquisadora,  serão construídos protótipos de roteiros afroturísticos, como o coco de roda no pôr-do-sol em Barra de Mamanguape, em parceria com a Afrotur.

Outros locais também devem participar da rota, como a Comunidade Quilombola do Bonfim na cidade de Areia e o Complexo de Quilombola no Conde com as comunidades de Mituaçu, Ipiranga e Gurugi.

Assim, o projeto pretende potencializar o afroturismo, desestruturar o racismo estrutural pela valorização do legado histórico, cultural e religioso do povo negro, além de contribuir com as pautas antirracistas no estado da Paraíba.

Ana Paula Anjos

Fonte: Entrevista cedida à Ana Paula Anjos.

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