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Data de publicação do verbete: 13/11/2023

Alain Delon

Ator, ativista cultural, radialista e político.
Data de publicação: novembro 13, 2023

Naturalidade: Campina Grande – PB                                              

 Nascimento:  23 de fevereiro de 1967 // Falecimento:  22 de março de 1998                                                

Atividade artístico- cultural:  ator e ativista cultural                                            

Atividade Profissional: radialista e político                                            

Trabalhos como radialista: radionovela Amor Cigano, minissérie Filhos do Silêncio                                                         

Peças Teatrais: Paixão de  Cristo de Araruna – PB, Podres Poderes

Natural de Campina Grande, Alain Delon de Pontes Costa foi um  ator, radialista, político e ativista cultural. Tudo leva a crer que seu nome foi inspirado no ator francês Alain Fabien Maurice Marcel Delon, quis o destino que o Alain Delon também se tornasse ator. Um homem com espírito revolucionário, que marcou em Araruna uma geração de pessoas, com sua personalidade forte, dedicado às artes, era combativo às desigualdades e opressões que historicamente marcam a conjuntura social. Com seu talento incrível, sua ousadia inquieta e seu carisma, não poderia deixar de causar revoluções e provocar polêmicas com seus projetos, onde sempre procurava propagar suas ideologias. Com tais atitudes, o rapaz muitas vezes pagava altos preços. Porém, em momento algum se intimidou e deixou de levantar sua bandeira, pois tinha consciência de que sua luta não era em vão, percebeu que pouco a pouco, congregava seguidores.

Em 1991, Alain passa a reforçar o time de locutores da mais nova emissora de rádio da região, Rádio Serrana,  juntamente como o já criado Grupo Serra de Teatro de Araruna, fazia sucesso com a encenação da Paixão de Cristo daquele ano e com a mega produção da radionovela “Amor Cigano” e da minissérie Filhos do Silêncio, cujas foram ao ar através da Rádio Serrana AM e tinham uma grande audiência não só em Araruna, mas em cidades circunvizinhas do Rio Grande do Norte. Tempos depois, Alain Delon, por desentendimento com a administração da Rádio Serrana, tinha deixado a emissora, porém com isso não se abateu e continuou sua caminhada rumo aos seus ideais, ainda bem mais fortes e com sua sede de justiça mais aguçada do que nunca. Nesse clima de revolta Alain Delon montou a polêmica peça “Podres Poderes”, que tinha como trilha sonora a música homônima de Caetano Veloso, cuja peça teatral, ao lado do próprio Delon, estavam Jairo Lima, Julia Carmem e Marcelo Ramos, ocorrendo encenações da peça nos municípios de Araruna, Tacima e Dona Inês.

Em 1992, ano de eleições municipais, Alain Delon entrou para a política e disputou pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) uma vaga de vereador na Câmara Municipal de Araruna. Apesar de seu carisma e empenho durante a campanha, não conseguiu votos suficientes para se eleger, tendo apenas 51 votos. Perseverante, Alain Delon esperou quatro anos e em 1996 se lançou candidato pela coligação PT/PSB, desta vez para disputar a vaga de prefeito, como vice tinha a colega de teatro, Valnete Morais (falecida em 2004). Alain Delon (agora no PT), esteve num embate de Davi contra Golias, os seus concorrentes foram o candidato eleito no pleito, Benjamin Maranhão Neto (PMDB), herdeiro de oligarquia que estava em hegemonia política há algumas décadas no município e Cláudio José, filho do maior líder oposicionista à época, Raul Câmara. Desacreditado pelas grandes lideranças políticas locais, Alain Delon obteve 652 votos, o que demonstrava estar conquistando a credibilidade do eleitor do município, após isto, tornou-se forte nome de oposição ao grupo Maranhão, fazendo constantes denúncias e recebendo as mais diversas retaliações.

Passadas as eleições de 1996, Alain Delon dedicou-se unicamente a seu programa na Rádio Integração do Brejo em Bananeiras, para onde viajava em uma moto cedida pelo pároco de Araruna, Pe. Cristiano Mufller, e também ao teatro, mais precisamente a Paixão de Cristo. Em 1997, houve espetáculo realizado no Estádio de Futebol Demóstenes da Cunha Lima, para uma multidão de espectadores que lotaram por completo as arquibancadas, onde muitos se emocionaram com o tom de realidade mostrado em cena pelos atores. Não sabia Alain, porém, que esta Paixão de Cristo seria a última da sua vida. O espetáculo contou com a participação de alguns atores de fora,  como o alemão Sebastian, que interpretou Jesus Cristo e o guarabirense Elias dos Santos, que encenou o diabo. Alain Delon, naquele ano, interpretou o personagem Pilatos e surpreendeu toda a plateia quando surgiu em cena montado a cavalo.

Em 1998, Alain Delon e o Grupo Serra de teatro começaram os primeiros ensaios para a Paixão de Cristo, onde pretendiam repetir a emoção e o sucesso do ano anterior. A novidade daquele ano era que o espetáculo retornava para a Praça Rio Branco, centro da cidade e local das primeiras apresentações do grupo. No início da noite de 22 de março, Alain após passar o dia inteiro com um grupo de amigos bebendo e se divertindo em uma cachoeira na zona rural de Araruna, pilotava sua moto no Centro da cidade para a “Bairro da Palha”, quando, ao passar no cruzamento da Rua João Pessoa com a Dr. Castro Pinto, por estar em alta velocidade e a rua pouca iluminada, chocou-se violentamente com um monte de entulho que estava jogado em via pública e caiu com o rosto no calçamento, onde por não está usando capacete se machucou gravemente, chegando a ser socorrido no Hospital Maria Júlia Maranhão, mas que nada adiantou, acabando por falecer aos 31 anos de idade. No seu sepultamento no dia seguinte o clima era de profunda comoção entre a grande multidão que compareceu para prestar suas últimas homenagens ao guerreiro Alain Delon, ele que embora tenha partido de forma tão prematura deixou um verdadeiro legado cultural. 

Jonas do Nascimento dos Santos

Fonte: 

https://wellingtonrafael.blogspot.com/2011/10/relembrando-um-genio-chamado-allain.html#:~:text=Alain%20Delon%20de%20Pontes%20Costa,radialista%2C%20pol%C3%ADtico%20e%20ativista%20cultural

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