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Data de publicação do verbete: 06/11/2023

Chico de Assis

Poeta, natural de Ouro Velho - PB.              
Data de publicação: novembro 6, 2023

Naturalidade: Ouro Velho – PB                                                              

Nascimento: 17 de outubro de 1956                                              

Atividade artístico-cultural: poeta                                              

Obras Literárias: Bom dia as coisas do mundo, O pedaço do pão dela, Doutor Amatutado, O ‘Q‘ da minha história, Ideia de bicho, Sonho de paz, O baú da nega e Rima, métrica e conteúdo      

Premiação: Concurso de Poesias do SESC-PB (1º lugar)                                              

Títulos e Homenagens: Membro da ACPE – Associação Campinense de Poetas e Escritores; Sócio-fundador da POEBRAS – Casa do Poeta Brasileiro 

Filho de Francisco Paulo da Silva e Rita Neves, Francisco de Assis Silva, conhecido pelo nome artístico de Chico de Assis,  nasceu em 17 de outubro de 1956 na cidade de Ouro Velho, na Paraíba. O universo poético sempre esteve presente na vida de Chico, desde a infância, pois os seus pais escreviam versos e estrofes que retratavam o cenário onde moravam, na cidade de Ouro Velho. Deste então, ele começou a desenvolver o dom e a prática de escrever poesias. Em 1976, quando se mudou para a cidade de Campina Grande, escrevia cartas para seus familiares em formas de versos, expressando a saudade que sentia da sua terra natal. Em 1978, o seu irmão Luís Paulo resolveu registrar todas as estrofes escritas por ele num caderno, formando o primeiro acervo de versos do poeta.

Aos 22 anos, Francisco passou a ser conhecido por seu nome artístico: “Chico de Assis”, pois começou a escrever suas poesias com a intenção de publicá-las profissionalmente. Nesse período, ele conheceu o cordel através do romance “O Pavão Misterioso”, obra de José Camelo de Melo Rezende com mais de 90 anos. A partir do primeiro contato com o cordel aprimorou a leitura e aprofundou as suas produções no contexto da literatura popular. Quanto mais se envolvia com a poesia, mais se aprofundava nas histórias dos seus cordéis.

Para escrever as suas poesias, Francisco se inspira no sentimento da saudade que sente pela cidade de Ouro Velho. Segundo o poeta, seus primeiros versos foram surgindo devido às viagens que ele realizava em busca de trabalhos para oferecer uma qualidade de vida melhor para sua família. Com essa personalidade de viajante, Chico produziu os seus poemas e, até hoje, ainda continua a evidenciar o sentimento de saudade pelo cariri paraibano nos seus versos. O primeiro livro foi publicado em 1984, chamado “Bom dia as coisas do mundo”. Em 1988, Chico de Assis firmou a sua carreira como cordelista em Campina Grande. A sua família apoiou a iniciativa em disponibilizar para o mercado os seus cordéis e os seus livros de poesia.

Entre os seus trabalhos publicados também estão: “O pedaço do pão dela”, “Doutor Amatutado”, “O ‘Q‘ da minha história”, “Ideia de bicho”, “Sonho de paz” e “O baú da nega”. No cordel “Ideia de bicho”, cada página no cordel que Chico conta a história de algum animal, a poesia é acompanhada com uma ilustração e costuma ser lida pelo público infantil. Muitos contos escritos por ele surgem da experiência cotidiana e dos sonhos. Sua criação vem daquilo que  já viveu e do que costuma sonhar. Chico já recebeu homenagens na cidade de Ouro Velho, por sua autoria na criação da bandeira e do Hino da cidade. Além disso, chegou a ser condecorado pelos serviços prestados à cultura paraibana.

No ano de 1984, Francisco de Assis participou de um concurso de poesia promovido pelo Serviço Social do Comércio (SESC), onde ganhou o primeiro lugar. Possui poemas na coletânea “Poética I”, e no livro “Gotejar de Rimas” de Pedro Paulo da Silva, irmão de Chico e também escritor. Tem participação na coletânea “Poetas de Campina Grande” e é membro da Associação Campinense de Poetas e Escritores (ACPE). O poeta é sócio-fundador da Casa do Poeta Brasileiro (POEBRAS), seccional de Campina Grande. Em 1986, participou do “Cadernos Literários”, nº 8, pela Edições Caravela.

Em sua trajetória, o poeta construiu o Centro de Recreação e Atividade Infantil (CRAI), onde a sua esposa Suely e a equipe de professores trabalham com o ensino e a prática dos cordéis para as crianças. A escola foi fundada em 1999. Para Chico, o cordel deveria ser inserido nas escolas e  trabalhados com bastante vigor nas aulas de literatura, pois é uma forma de valorizá-lo e trata-se de um trabalho que surgiu da cultura popular nordestina.

No seu livro “Rima, Métrica e Conteúdo”, Chico apresenta uma produção crítica voltada para as práticas poéticas que saíram das escolas e o seu livro  proporciona ensinamentos sobre as técnicas utilizadas para escrever um cordel, um verdadeiro manual para quem deseja produzir essa literatura popular. Em suas visitas pelas escolas de Campina Grande, já chegou a vender cerca de 100 cordéis. Nas apresentações Chico declama e ensina para os jovens o que é uma quadra, uma trova, um quarteto, um terceto e um soneto nos textos poéticos. Sempre explica que a poesia, segundo o dicionário, é a arte de expressar o sentimento e a beleza através da palavra rimada. 

Jonas do Nascimento dos Santos

Fontes:

https://reporterjunino.com.br/2014/11/29/especial-chico-de-assis-o-artista-da-palavra-rimada/

https://cordelando389.blogspot.com/2018/02/cordel-homenagem-ao-poeta-chico-de-assis.html#google_vignette

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