O maior conteúdo digital de cultura regional do Brasil
Registro das artes e culturas da Paraíba
O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
Data de publicação do verbete: 06/12/2023

Dom Frei Vital

Frade capuchinho, bispo católico e Servo de Deus.
Data de publicação: dezembro 6, 2023

Naturalidade: Pedras de Fogo – PB 

Nascimento: 27 de novembro de 1844 / Falecimento: 4 de julho de 1878

Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira (ou Antônio Gonçalves da Silva Júnior, como foi batizado) nasceu no sítio Jaqueira do Engenho Aurora  (atual cidade de Pedras do Fogo, território pernambucano na época). Desde cedo, teve contato com o meio religioso e sacerdotal, tendo seus estudos dirigidos pelo Padre Antônio Generoso Bandeira na Escola Pública de Itambé e posteriormente, ingressou no Colégio de Benfica em Recife, que era dirigido por sacerdotes.

Em 1861, D. Vital entrou no Seminário de Olinda, onde recebeu a tonsura, cerimônia em que Dom João da Purificação lhe concedeu o primeiro grau do clericato. Um ano depois, foi enviado ao Seminário de São Sulpício em Paris. Em 1863, largou a vida diocesana para juntar-se á Ordem dos Frades Capuchinhos, ganhando o nome religioso de Frei Vital Maria de Pernambuco,. Tornou-se sacerdote em 2 de agosto de 1868.

Após encerrar os estudos, o recém sacerdote retornou ao seu país de origem, onde lecionou Filosofia no Seminário Maior de São Paulo e atuou como capelão das irmãs de São José, na cidade de Itú. Em maio de 1871, com apenas 26 anos, ele foi nomeado por D. Pedro II  para tornar-se bispo de Olinda. O Papa Pio IX confirmou sua nomeação e, em maio do ano seguinte, Dom Vital assumiu sua diocese. Seu regime foi marcado pela defesa da fé e da liberdade católica, buscando lutar contra a investida da maçonaria na Igreja. Além disso, concedeu alforria a escravos do Palácio Episcopal e instaurou novas medidas para melhorar a diocese, como a fundação de um jornal.

Esse combate à maçonaria tornou-se tão ferrenho ao ponto de ficar conhecido como o ‘‘Atanásio Brasileiro’’. Foi intimado e preso pelo imperador em 1874, condenado a quatro anos de prisão com trabalhos forçados e custas. Porém, o apelo popular e eclesiástico garantiu com que a pena fosse comutada para prisão simples e ajudou com que ganhasse a anistia no ano seguinte. Após a liberdade, seguiu para Roma e depois retornou à Olinda para cumprir seus serviços pastorais.  Em 4 de julho de 1878, Dom Frei veio a falecer, sentindo-se muito doente devido ao tratamento que recebera na prisão. Há quem acredite que sua morte tenha sido causada pelo veneno que os maçons colocaram na tinta da sua cela.

Em contrapartida, seus serviços e luta foram reconhecidos pela Igreja: Em 1953, foi aberto o seu processo de canonização e beatificação. Embora retomado apenas em 1992, o processo  já encerrou sua Fase Diocesana (2003) e está automaticamente na Fase Romana. Segundo o vice-postulador Frei Jociel Gomes, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, a previsão é que Dom Frei torne-se ‘‘Venerável’’ até o próximo ano (2024).

Gustavo D.

Fontes:

https://centrodomvital.com.br/sobre/quem-foi-dom-vital/

https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2023-07/dom-vital-jovem-bispo-processo-canonizacao-capuchinho.html

https://www.cnbb.org.br/dom-vital-maria-goncalves-de-oliveira-1844-1878-o-servo-de-deus-um-jovem-bispo-a-caminho-dos-altares/

https://www.traditioninactiondobrasil.org/History/030-Vital_1.html

ANDRADE, Maria do Carmo. Dom Vital. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=242&Itemid=1>. Acesso em:5 dez. 2023.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *