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Data de publicação do verbete: 21/06/2016

Enoc Ferreira

Um dos brilhantes poetas paraibanos que integra o cenário cultural e regional do país. Mestre na arte da carpintaria, um exímio produtor de porteiras, e carros de bois.
Data de publicação: junho 21, 2016

Naturalidade: São José dos Cordeiros – PB

Nascimento: 1940

Atividade artístico-culturais: Poeta, e na arte da carpintaria.

Enoc Ferreira nasceu na região do Cariri Paraibano. É um dos brilhantes poetas paraibanos que integra o cenário cultural regional do país. Desde sua juventude era notório seu talento voltado para arte da poesia. Enoc durante sua infância trabalhou na agricultura juntamente com seu pai.

No ano de 1963, Enoc estava com 23 anos de  idade, e realizou a sua primeira cantoria. Passou dez anos cantando, de 1963 a 1973. Depois de deixar as cantorias, ele começou a escrever seus versos e aprimorar seus conhecimentos nos mais diversos temas contidos nos livros que conseguiu comprar com o pouco recurso que ganhava na profissão de carpinteiro, fazendo carro de boi, cancelas e telhados.

Enoc é mestre no oficio e na arte da carpintaria, um exímio produtor de porteiras, e carros de bois, além de escrever versos. Carrega em sua coleção de obras belíssimos trabalhos, como: “Cariri do presente nem parece o do passado”, “divisões da vida”, também escreveu sobre a inconfidência mineira, a guerra de canudos, a guerra holandesa, o descobrimento do Brasil, entre outros temas.

O artista foi homenageado numa solenidade que reuniu em Serra Branca importantes lideranças da sociedade de caririzeiros. O jornalista Evaldo Costa comandou a entrega da primeira edição do Troféu Gente do Cariri, por meio do qual foram premiadas 14 personalidades da região.

Um dos brilhantes poetas paraibanos que integra a cultura regional do país. Enoc Ferreira é de um talento incomparável. O artista também demonstra peculiar precisão em seus trabalhos de carpintaria.

Divisões da vida:

Desponta o sol da infância

No horizonte da vida

Como medindo a distância

Dessa jornada comprida

30 anos é meio dia

40 é tarde sombria

50 é sol no poente

70 é quando anoitece

80 desaparece

A esperança da gente

 

10 anos tempo de flor

Aos 20 deixa ilusão

Aos 30 aparece dor

40 é recordação

50 é triste lembrança

60 morre  esperança

70 é cume das frágoas

80 já é o cúmulo

90 a boca do túmulo

recebe o resto das mágoas

 

Tempo bom é adolescência

Juventude é céu de flor

Transpira odor da essência

Pelas pétalas do amor

Depois a virilidade

Chega plantando saudade

Afugentando a virtude

E a onda dos desenganos

Empurra a barca dos anos

No cais da decrepitude

 

É muito escuro o porvir

Depois dos 50 anos

Começa o homem a sentir

O peso dos desenganos

Uns não alcaçam 60

Outros passam de 70

80 o mastro bambeia

90 o barco desanda

E a morte fica de banda

Morando parede e meia

 

Embalado o tempo corre

Tudo que é bom se liquida

Cada uma tarde que morre

Encurta um dia de vida

Cada data é uma história

Que fica em nossa memória

Que a vida é como um jornal

Tudo que passa anuncia

Cada uma página é um dia

A morte um ponto final

 

A vida é como uma rosa

Que as pétalas contém aroma

Enquanto nova é cheirosa

Ficando velha ela broma

No 30 com um sereno

Pelo frescor do terreno

A roseira se eleva

Depois que falta o orvalho

Murcha  a rama, seca o galho,

Cai a flor, o vento leva

 

Para me certificar

Que a vida não vale nada

Eu resolvi visitar

A nossa ultima morada

Como quem se desanima

Chorei de joelhos em cima

Do tumulo dos meus avós

Onde uma lousa funénera

Vive cobrindo a matéria

Que tantos foi como nós

 

Fontes:

http://poetajorgefilo.blogspot.com.br/2013/06/o-genio-enoc-ferreira.html

http://remabrasil.org:8080/virtual/r/remaatlantico.org/sul/Members/suassuna/campanhas/personalidades-que-sao-orgulho-do-cariri-recebem-trofeu-das-maos-de-evaldo-costa

http://belmontepe.blogspot.com.br/2015/06/divisoes-da-vida-poeta-enoque-ferreira.html

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