O maior conteúdo digital de cultura regional do Brasil
Registro das artes e culturas da Paraíba
O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
Data de publicação do verbete: 07/02/2024

Hércules Pereira Félix

Ator e ativista cultural.
Data de publicação: fevereiro 7, 2024

Naturalidade: João Pessoa – PB                                              

Nascimento: 26 de junho de 1954 // Falecimento: 17 de abril de 2022                                                  

Atividade artístico-cultural: ator e ativista cultural

Hércules Pereira Félix, nasceu no dia 26 de junho de 1954, na capital paraibana. Sua infância foi toda no bairro da Torre, filho de José Jarbas Félix, funcionário público, e de Joana Pereira Félix, dona de casa. Hércules casou-se com a senhora Vera Lúcia Pereira, onde teve um filho, Rogério Pereira Félix. Ele cresceu seguindo a linha dura do pai, que era bem rígido quanto às normas a serem seguidas dentro de casa. Hércules herdou a rigidez e aplicou isso em sala de aula durante toda a sua vida como professor. O interesse pelo teatro começou quando ele estudou no grupo Santa Júlia no bairro da Torre, sua primeira atuação foi interpretando um príncipe em uma apresentação inesquecível que contou com a presença de seus pais. Ali o universo da caixa do teatro o encantou e nunca mais saiu da sua cabeça.

Seu primeiro Grupo de Teatro foi em 1976, chamado “MOEQUE”, onde atuou com a peça “O MURO”, viajando por vários municípios da Paraíba, participou também do grupo Bigorna, coordenado pelo ator e diretor paraibano Fernando Teixeira, participando do espetáculo “PAPARABO”, dentre esses trabalhos. Ele amava fazer aquilo, depositando em todos os seus trabalhos a sua energia, muitas vezes na universidade. Durante a ditadura, alguns espetáculos que trabalhou sofreram censura e para ele foi terrível lidar com isso. O espetáculo “No tempo da crestomatia” era uma peça de jovens, que estudavam na universidade. Por ter um cunho sexual um pouco forte, durante uma apresentação em um convento, a polícia federal chegou e proibiu que seguissem com a apresentação. Mesmo ao comando do diretor para não parar o espetáculo, a polícia agiu com força, tomando máquinas fotográficas e impedindo-os de continuar.

Em 1982, Hércules aceitou o convite do ator e diretor paraibano Luiz Carlos Vasconcelos, para ministrar aula de teatro, ainda no antigo Colégio Estadual do Roger, que funcionava por trás do Museu São Francisco. Mas infelizmente naquela época a escola precisou passar por grandes mudanças, foi quando o grupo de professores se reuniu e reivindicaram por outro espaço. Conseguiram de doação na época do Governo Burity, 1,5 hectare localizado na Rua Sizenando Costa S/N — Roger, por trás do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, onde passou a funcionar a “Escola Piollin” hoje Centro Cultural Piollin, por onde Hércules lecionou por 40 anos. Querido e respeitado pelos seus alunos, ele se destacava por suas estratégias de ensino e por ser o único professor de sua época que possuía turmas de trinta alunos. Sua inspiração no pedagogo Anton Makarenko foi essencial na construção de sua metodologia de ensino. Sua saída da Escola Piollin, rendeu saudades em seus alunos, que tanto o admiravam.

Em 2005, por iniciativa do arte-educador, surge o Grupo Jovem Piolin. Após quatro anos, o grupo se desvincula totalmente da Escola Piollin, formalizando sua existência jurídica e independente como Associação. Tendo por valores a criatividade, transparência, resiliência, altruísmo e sustentabilidade. A Associação pretendia proporcionar autodesenvolvimento para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos de comunidades carentes de João Pessoa, através do atendimento sócio-educativo-cultural, com vista à superação de todo tipo de desigualdade social, a partir da prática de valores éticos e morais. A partir de seu trabalho, muitos jovens tiveram seus destinos transformados para melhor. Em 40 anos de trabalho com a arte, Hércules destacou a importância da arte em sua vida, e no recente trabalho que vem desempenhando no ponto de cultura artyoga — Associação de Teatro Artes e Yoga há oito anos, sempre falava que foi um grande erro da educação brasileira, afastar as artes da grade curricular das escolas, e costumava relembrar a ideia de Villa-Lobos, em trazer a música para as escolas e como ela promoveu um incentivo positivo na percepção artística das crianças. Hércules faleceu no dia 17 de abril de 2022, no Hospital Metropolitano, onde convalesceu de cirurgia para retirada de um tumor no cérebro, mas sofreu parada cardíaca, e acabou não resistindo, seu corpo foi sepultado na cidade de Santa Rita. O maior de todos os legados deixado por Hércules Félix foi o de acreditar no ser humano e acreditar na transformação social através da arte e da cultura. Além disso, ele lapidou a vida de muitos jovens, aprimorando a vida de cada um.  Antes de falecer, ele gravou um vídeo, pelo edital da Lei Aldir Blanc, do Governo do Estado, dizendo que gostaria de ser lembrado como arte-educador, porque ele abriu mão de muita coisa para se dedicar à cultura, levando essa atividade como missão.

Jonas do Nascimento dos Santos

Fontes:

https://adilsonsantanaa.medium.com/h%C3%A9rcules-a-vida-e-a-hist%C3%B3ria-de-um-eterno-professor-f1607819b5dd

https://auniao.pb.gov.br/servicos/copy_of_jornal-a-uniao/2022/abril/jornal-em-pdf-20-04-22-cdepc.pdf

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *