Naturalidade: Patos – PB
Nascimento: 14 de março de 1998
Atividades Artístico-culturais: Desenhista, pintora, tatuadora, palhaça
Nome artístico: Me Rabisque e Biscolacha
Instagram: https://www.instagram.com/me.rabisque/
Contato: (83) 9 9984-0810
Rayssa Medeiros Nascimento é uma artista visual, tatuadora e palhaça, nascida em
Patos, no interior da Paraíba. Durante toda a vida os pais de Rayssa sempre a incentivaram
artisticamente. Ela foi uma criança muito curiosa e que brincou muito, desde cedo já fazia
ballet numa escolinha pequena da sua cidade, e diz que sua relação com a arte começou
“desde que se entende por gente.”
No ensino médio fez um curso de desenho artístico no CEARTE e foi aí que Rayssa
se encontrou de verdade e buscou profissionalização. Quando terminou o ensino médio,
entrou no curso de Teatro e Licenciatura na UFPB.
Com vinte e um anos de idade, diz que “a arte ultrapassa limites emocionais”,
segundo Rayssa, é a única coisa que ela sabe fazer e também o seu único “ganha-pão”,
conta que é uma artista muito visceral, e é justamente nesse lado profundo e espontâneo
que o seu trabalho floresce, ela se considera uma artista apaixonada pelas pessoas, seu
trabalho fala sobre o contato humano e como as relações evoluem durante o tempo.
Atualmente, ela quer abordar o amadurecimento e o autoconhecimento.
Decidiu trabalhar no meio artístico porque uma coisa foi levando a outra, Rayssa
precisava de dinheiro e dava aulas de arte numa escolinha particular, mas hoje em dia
passou a se dedicar muito mais a tatuagem e mantém uma conta no instagram só para o
seu trabalho, o “Me Rabisque”, que virou a principal fonte de renda da artista. Apesar disso,
ela sente que é como palhaça que ela mais se abre, mais se entrega e se identifica.
“É libertador se encontrar, seja fazendo um bolo ou limpando o banheiro, existe um
momento em que a gente se abre por completo.”
Seu contato com a palhaçaria começou intuitivamente, em 2015 Rayssa fazia aula
na Fazendo Arte, onde apresentou um número para uma amostra de novos criadores, a
inquietação sobre a palhaçaria continuou até 2016, quando entrou na UFPB buscando
pesquisar mais sobre essa linguagem. Seu contato com a área foi pouco, até que conseguiu
fazer uma oficina de palhaçaria com Ricardo Pusset.
“Eu terminei essa oficina, foi uma semana, foi muito significativa e me abriu muitas
portas, consegui saber por onde caminhar e aí foi quando eu me identifiquei mesmo,
quando eu falei que é isso que eu quero trabalhar”. Conta ela.
Depois da oficina, Rayssa passou a se envolver com vários outros campos, mas
nunca deixou a palhaçaria de lado, recebeu o convite para participar da companhia Cia dos
Clownssicos, de João Pessoa, o coletivo se dedica a estudar e investigar a palhaçaria, lá,
ela começou como estagiária no grupo e é hoje membro efetiva. Na companhia teve a
verdadeira oportunidade de viver e trabalhar como palhaça, e em 2017, juntamente do
coletivo, viajou para a Argentina, onde passou uma semana na casa de Tomate, um
palhaço renomado internacionalmente, momento em que ela começou a desenvolver o
próprio número e, depois, entrou no coletivo de palhaçaria feminina de João Pessoa,
Aspalhafatosas. O grupo é composto apenas por mulheres palhaças que trabalham e
pesquisam sobre a mulher num estado de comicidade, foi aí que Rayssa se identificou
ainda mais e percebeu que, pelo acaso, sempre se envolveu e teve oficinas com homens,
ela acredita que estava vivendo e repetindo vivências masculinas, até o momento em que
teve a oportunidade de conhecer e assistir espetáculos de mulheres palhaças voltados para
mulheres.
Hoje em dia, Rayssa pretende continuar com seu trabalho como tatuadora e
desbravar ainda mais seu potencial como palhaça, sua pesquisa de TCC é voltada para a
palhaçaria feminina, e confronta o discurso de que a mulher não pode fazer graça. Ela
compreende qualquer área da arte como um lugar político, um espaço para debates, com a
palhaçaria não é diferente, busca desenvolver um trabalho que faça as pessoas se
divertirem mas também se posicionarem politicamente.
Fonte: Entrevista com Rayssa Medeiros por Denis Teixeira