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Data de publicação do verbete: 25/06/2019

Rayssa Medeiros

Rayssa Medeiros Nascimento é uma artista visual, tatuadora e palhaça, nascida em Patos, no interior da Paraíba.
Data de publicação: junho 25, 2019

Naturalidade: Patos – PB

Nascimento: 14 de março de 1998

Atividades Artístico-culturais: Desenhista, pintora, tatuadora, palhaça

Nome artístico: Me Rabisque e Biscolacha

Instagram: https://www.instagram.com/me.rabisque/

Contato: (83) 9 9984-0810

Rayssa Medeiros Nascimento é uma artista visual, tatuadora e palhaça, nascida em

Patos, no interior da Paraíba. Durante toda a vida os pais de Rayssa sempre a incentivaram

artisticamente. Ela foi uma criança muito curiosa e que brincou muito, desde cedo já fazia

ballet numa escolinha pequena da sua cidade, e diz que sua relação com a arte começou

“desde que se entende por gente.”

No ensino médio fez um curso de desenho artístico no CEARTE e foi aí que Rayssa

se encontrou de verdade e buscou profissionalização. Quando terminou o ensino médio,

entrou no curso de Teatro e Licenciatura na UFPB.

Com vinte e um anos de idade, diz que “a arte ultrapassa limites emocionais”,

segundo Rayssa, é a única coisa que ela sabe fazer e também o seu único “ganha-pão”,

conta que é uma artista muito visceral, e é justamente nesse lado profundo e espontâneo

que o seu trabalho floresce, ela se considera uma artista apaixonada pelas pessoas, seu

trabalho fala sobre o contato humano e como as relações evoluem durante o tempo.

Atualmente, ela quer abordar o amadurecimento e o autoconhecimento.

Decidiu trabalhar no meio artístico porque uma coisa foi levando a outra, Rayssa

precisava de dinheiro e dava aulas de arte numa escolinha particular, mas hoje em dia

passou a se dedicar muito mais a tatuagem e mantém uma conta no instagram só para o

seu trabalho, o “Me Rabisque”, que virou a principal fonte de renda da artista. Apesar disso,

ela sente que é como palhaça que ela mais se abre, mais se entrega e se identifica.

“É libertador se encontrar, seja fazendo um bolo ou limpando o banheiro, existe um

momento em que a gente se abre por completo.”

Seu contato com a palhaçaria começou intuitivamente, em 2015 Rayssa fazia aula

na Fazendo Arte, onde apresentou um número para uma amostra de novos criadores, a

inquietação sobre a palhaçaria continuou até 2016, quando entrou na UFPB buscando

pesquisar mais sobre essa linguagem. Seu contato com a área foi pouco, até que conseguiu

fazer uma oficina de palhaçaria com Ricardo Pusset.

“Eu terminei essa oficina, foi uma semana, foi muito significativa e me abriu muitas

portas, consegui saber por onde caminhar e aí foi quando eu me identifiquei mesmo,

quando eu falei que é isso que eu quero trabalhar”. Conta ela.

Depois da oficina, Rayssa passou a se envolver com vários outros campos, mas

nunca deixou a palhaçaria de lado, recebeu o convite para participar da companhia Cia dos

Clownssicos, de João Pessoa, o coletivo se dedica a estudar e investigar a palhaçaria, lá,

ela começou como estagiária no grupo e é hoje membro efetiva. Na companhia teve a

verdadeira oportunidade de viver e trabalhar como palhaça, e em 2017, juntamente do

coletivo, viajou para a Argentina, onde passou uma semana na casa de Tomate, um

palhaço renomado internacionalmente, momento em que ela começou a desenvolver o

próprio número e, depois, entrou no coletivo de palhaçaria feminina de João Pessoa,

Aspalhafatosas. O grupo é composto apenas por mulheres palhaças que trabalham e

pesquisam sobre a mulher num estado de comicidade, foi aí que Rayssa se identificou

ainda mais e percebeu que, pelo acaso, sempre se envolveu e teve oficinas com homens,

ela acredita que estava vivendo e repetindo vivências masculinas, até o momento em que

teve a oportunidade de conhecer e assistir espetáculos de mulheres palhaças voltados para

mulheres.

Hoje em dia, Rayssa pretende continuar com seu trabalho como tatuadora e

desbravar ainda mais seu potencial como palhaça, sua pesquisa de TCC é voltada para a

palhaçaria feminina, e confronta o discurso de que a mulher não pode fazer graça. Ela

compreende qualquer área da arte como um lugar político, um espaço para debates, com a

palhaçaria não é diferente, busca desenvolver um trabalho que faça as pessoas se

divertirem mas também se posicionarem politicamente.

Fonte: Entrevista com Rayssa Medeiros por Denis Teixeira

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